Enquanto para as organizações marketing tem a ver com a conquista e manutenção de clientes, o marketing pessoal tem a ver com a imagem que você mesmo projeta de você no mercado. Não é algo que o empreendedor tem ou não tem, como um dom ou talento; é um processo contínuo de desenvolvimento pessoal ligado às suas atitudes e comportamentos.
Um bom marketing pessoal é ferramenta indispensável ao empreendedor; ouso dizer que já faz parte do caminho do sucesso. Para um funcionário de determinada empresa significa destacar-se entre muitos outros, para um empresário é uma característica que pode facilitar sua ascensão e a de sua empresa. Afinal, não basta apenas gostar do que faz e fazer bem feito. É preciso projetar-se no mundo e, mais do que isso, ver a si próprio no futuro.
A aparência, vestimenta, postura, voz, elegância, comunicação e a confiança que o empreendedor tem em si formarão sua atitude perante a vida e a sua imagem para o mundo. Além desses detalhes, o cuidado com a ética, a capacidade de liderar, a habilidade de se automotivar e de motivar as pessoas a sua volta trabalham a seu favor no ambiente corporativo.
A Nube, empresa especializada em seleção e recrutamento de estudantes, promoveu em parceria com o Centro de Desenvolvimento Profissional (Cedep), em março de 2011, a palestra “Marketing Pessoal: Seu Sucesso é Você”. O encontro, de adesão gratuita, reuniu dezenas de pessoas, que conferiram um conteúdo programático interessante para quem pretende melhorar o seu negócio, dar aquela incrementada na carreira e melhorar a forma como se apresenta ao mercado de trabalho e, principalmente, a maneira como o mercado o enxerga como profissional.
Modos de desenvolver e trabalhar a auto-estima, de investir em valores específicos e de saber quem realmente se quer ser pautaram a exposição. As explicações também valorizaram o marketing pessoal como peça fundamental no competitivo e globalizado mundo dos negócios, fazendo valer a velha questão do “vender o peixe” como forte influência no dia a dia do trabalho, bem como no momento da seleção do currículo, da entrevista, da dinâmica e da contratação de um pretenso candidato.
Acredito piamente que, da mesma forma que o empreendedorismo existe dentro de cada um de nós, a competência que nos faz um bom divulgador de nossas ações e habilidades também está mais perto do que imaginamos. E isso não tem nada a ver com a ação de mentir, alegando que ostentamos potencialidades inexistentes, ou de envernizar aptidões que ainda precisam ser lapidadas. Afinal, não adianta querer vender o peixe se não se sabe nem pescar!
O mesmo vale para candidatos a empregos ou estágios. Não adianta querer “dourar a pílula” durante um recrutamento. Se lhe perguntam sobre determinadas características, como por exemplo, se são exigentes, detalhistas. E você, detalhista e exigente, com medo que essas características sejam objeto de reprovação, diz que é a pessoa mais calma e tolerante do mundo. Das duas uma: um dia a máscara vai cair e a empresa que precisava de alguém calmo e tolerante vai demiti-lo, ou então, a corporação que procurava por uma pessoa firme e incontestável vai passar a vaga para frente.
Não precisamos nos projetar o tempo todo como se fossemos uma marca, um produto, um serviço para que tenhamos a chance de dar certo. Nem estou afirmando que apenas os competentes tecnicamente serão contratados ou conseguirão empreender. Somos gente e justamente por isso impressionamos os outros, positiva ou negativamente. O marketing pessoal esbarra justamente aí. Saber lidar com ele nos remete à seguinte reflexão: que imagem passamos aos olhos do outro, por melhores que possamos ser?
Nessa hora, a resposta refletirá o modo como nos envolvemos com o outro, como trabalhamos em equipe e como nos vestimos e cuidamos de nossa aparência. Mas, calma: ninguém precisa ser Miss Brasil ou Mister Mundo para ser um empreendedor de sucesso ou para trabalhar numa empresa. Entretanto, existem clientes, fornecedores e departamentos de Recursos Humanos (senão todos) que entendem que, “aquele que não cuida de si, também não terá cuidado com os assuntos corporativos”. E isso vale até para os mais despojados.
Na MTV, por exemplo, (onde, aliás, pode-se trabalhar de chinelo de dedo), o rapazinho “mais normal” deve ter meia dúzia de piercings, tatuagens e o cabelo chegando à altura do quadril. Sua credibilidade e competência serão avaliadas de acordo com a cultura e objetivos desta empresa. O que isso quer dizer?
Quero dizer que cuidar da higiene pessoal (seja vestido de bermuda e chinelo ou de terno), da imagem, da linguagem é importantíssimo para se posicionar positivamente no mercado, assim como ampliar sua cultura e investir em valores, ética e verdade, acima de tudo. Ser honesto consigo mesmo ainda é a maior qualificação que alguém pode ter na sua empresa e na vida.
ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicada no caderno Diário Empresarial
19 de maio de 2011
Gostei muito!!!Ana eu trabalho no ramo de transporte escolar, esse setor é muito concorrido e desleal...se for possível me de umas dicas...Obrigado.tiagosouzajfmg@hotmail.com
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