sexta-feira, 26 de novembro de 2010

SEMENTES


Existe um provérbio chinês que diz que "todas as flores do futuro estão nas sementes de hoje”.
Em 13 anos da presença do SEBRAE-SP no Alto Tietê, comemorados na última semana, temos semeado muitos sonhos.
Sonhos de pessoas que desejam evoluir como empresários e como cidadãos capazes de contribuir para o desenvolvimento e crescimento local.
Escutar, atender, informar, contribuir, esclarecer, satisfazer... É assim que aramos nosso solo. Buscamos satisfazer as necessidades dos nossos clientes, mas também as nossas através de um trabalho que nos contagia e nos dá muito prazer!
Realizamos mais de 130.000 atendimentos e quase 2.000 cursos. Desenvolvemos projetos focados no fortalecimento do agronegócio e dos empresários rurais, no fomento ao crescimento industrial, na dinamização dos setores de comércio e serviços e na valorização da cultura, artesanato e do potencial turístico regional.
Paralelamente, trabalhamos pela melhoria do ambiente empresarial através da aprovação da lei geral em 50% do nosso território, a inclusão do empreendedorismo como disciplina regular do ensino fundamental, a desburocratização, o acesso a crédito e facilitação do acesso à informação aos micro empreendedores individuais.
Estamos plantando nossas sementes. E, assim, pode ser a vida de cada um de nós!
Podemos escolher viver entre queixas e reclamações, ou buscar novas soluções e inventar aquilo que ainda nem existe.
Podemos nos queixar da falta de emprego e oportunidades, ou varrer a calçada, olhar os filhos das vizinhas, fazer um bolo e vender em pedaços.
Podemos, ainda, nos isolar do mundo acreditando na idéia de que “ninguém nos ama e ninguém nos quer”, mas acabar descobrindo, depois de muito sofrer, que quem não ama na verdade é você mesmo.
Podemos falar mal do governo, ou enviar uma sugestão que ajude na solução do trânsito, da segurança ou do lixo em nosso bairro.
Podemos cruzar os braços, ou estender a mão para alguém aflito e com problemas maiores do que aqueles que nem em pesadelos imaginamos um dia ter.
Parece ousado? Realmente é!
Mas com energia, interesse genuíno e disposição somos capazes de definir objetivos e transformá-los em resultados de boas colheitas.
Boas sementes geram boas árvores e bons frutos. Escolha suas sementes hoje!
Cora Coralina
Deixar pessoas melhores para o mundo requer que vivamos repletos de paixão por empreender e por transformar sonhos em realidade.
Tome a decisão de viver e de ser feliz, de amar e ser amado, de dar mais que receber.
Você poderá sentir que é necessário recomeçar quando tudo parece negar uma nova chance, mas deixe na terra ao menos uma semente, afinal como escreveu Cora Coralina, não sabemos “se a vida é curta ou longa para nós, mas nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas. É isso o que dá sentido à vida.”

ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado no caderno Opinião - MogiNews
27 de novembro de 2010


terça-feira, 23 de novembro de 2010

PROMOÇÃO DE VENDAS


As datas comerciais como Natal ou Dia das Crianças trazem consigo uma predisposição natural das pessoas para o consumo. Cabe a cada empreendedor transformar tal predisposição em resultado efetivo para seu próprio negócio.
Pode ser que tudo o que sua empresa comercializa tenha uma atratividade natural para o Natal que vem chegando, como uma loja de presentes, de brinquedos ou de confecção. Entretanto, mesmo que não seja um perfil tão natural, como uma imobiliária ou uma auto-mecânica, é possível explorar convenientemente essa data para promover vendas ou tornar sua empresa mais conhecida e freqüentada por clientes.
Para ter sucesso, pense em possibilidades que permitam à sua empresa vender bem e cada vez melhor. Aproveite todas as oportunidades para chamar a atenção de seus clientes, para mostrar seus produtos e evidenciar sua empresa.
Utilize amostras de produtos para que seus clientes possam experimentar e ter contato com seus produtos. Você pode promover pequenas porções para ficar na loja, distribuir brindes de porta em porta ou inserir cupons encartados em anúncios com descontos sobre seus serviços.
Promova uma semana ou quinzena com ações diferenciadas e ofereça preços e condições especiais de pagamento em função da data.
Valorize sua rede de relacionamento incentivando seus clientes a trazerem amigos, oferecendo-lhes vantagens ao buscarem seus produtos e serviços. Além disso, lembre-se que aquele que parece seu concorrente pode transformar-se num importante parceiro. Acordos comerciais com outros empresários da rua ou do bairro podem gerar bons resultados para sua empresa e benefícios aos seus clientes, por exemplo: “Compre aqui e ganhe um desconto no corte de cabelo no salão da Clotilde”
Outra ação muito simples e que pode fortalecer seu relacionamento não apenas com seus clientes é estabelecer parcerias com fornecedores para obter promoções cooperadas nesse período, obtendo materiais promocionais e vantagens adicionais.
Motivar a fidelização dos clientes que visitem seu negócio através de cartões fidelidade, selos ou outros recursos pode garantir vendas futuras em períodos com menor intensidade no varejo e auxiliar você a desenvolver um banco de dados capaz de controlar a freqüência de compra e valores gastos pelos clientes, facilitando promoções a serem criadas no futuro.
Cada detalhe da operação da sua empresa pode fazer toda a diferença na percepção do seu público. Estar atento ao comportamento e preferências de seus clientes garantirá ao seu estabelecimento um diferencial frente a seus concorrentes e fortalecerá ainda mais os pontos positivos do seu negócio.
Seja no Natal ou em qualquer dia do ano, atrair e manter clientes é seu desafio permanente. Conhecê-lo é como conhecer a si mesmo no futuro!

ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado em Diário Empresarial - Diário de Mogi
25 de novembro de 2010


terça-feira, 16 de novembro de 2010

TRABALHO TEMPORÁRIO


É chegado o período de contratação de temporários para o Natal!
De acordo com a Ação Brasileira de Apoio ao Setor de Serviços (Abrasse), mais de 2 milhões de pessoas serão empregadas nos termos desse modelo de contrato nos próximos meses.
Mesmo sendo enorme a quantidade de pessoas disponíveis para trabalhar a qualquer momento, a dificuldade para encontrar profissionais conscientes dos seus talentos e focados na qualidade da prestação de serviço ainda assombra muitos pequenos empresários.
Afinal, quem não sabe quais são seus talentos, com certeza não saberá como empregá-los e, muito menos, como contribuir com os resultados positivos de qualquer empresa. E isso pode ser fatal em um período com alto potencial de vendas como o Natal, quando o faturamento do varejo pode representar até 30% do registrado em todo o ano.
Se você vive esse dilema, lembre-se que definir claramente o perfil da pessoa que você pretende contratar. Sua escolha dependerá, fundamentalmente, de uma boa definição de perfil. Pense nas atividades e funções que essa pessoa deverá desempenhar e qual será o tipo de pessoa que se adaptará ao seu atual time de trabalho. Estimular e integrar o funcionário temporário ao resto da equipe nem sempre é uma tarefa fácil, mas é fundamental para o bom desempenho de todos no período.
Mas o “calcanhar de Aquiles” do processo de contratação de temporários para muitos pequenos empresários está nas questões legais que envolvem sua efetivação. Para não ter complicações futuras com a Justiça do Trabalho é essencial que haja muita atenção aos requisitos legais dessa modalidade de contratação.
A lei prevê somente duas hipóteses para contratação de trabalho temporário: para substituição de um funcionário regular em afastamento por doença, maternidade ou férias; ou quando ocorrer acréscimo extraordinário nas atividades da empresa.
No contrato, não há tempo mínimo pré-definido para a prestação de serviço. O máximo é de três meses, prorrogável por outros três. A extensão da contratação temporária além desse prazo só é possível com autorização prévia do Ministério do Trabalho.
Vale lembrar também que o tratamento dispensado ao funcionário temporário deve ser idêntico aos demais. Isso significa registro em carteira, pagamento de férias e 13º salário proporcionais ao período de contratação e o oferecimento dos mesmos benefícios de seus atuais colaboradores, como assistência médica e auxílio-alimentação. Tudo isso deve estar claro no contrato assinado entre a empresa contratante e o empregado temporário.
Para efetivar a contratação, você pode recorrer à seleção direta ou procurar uma agência de empregos que se encarregue do processo.
Se optar pela segunda alternativa, caberá a agência o registro em carteira, a elaboração do contrato de trabalho e o pagamento salarial. Mas atenção: se houver algum problema trabalhista no futuro, ele recairá sobre você e não sobre a agência. Por isso, mesmo que adote essa alternativa, não se esqueça de checar o cumprimento das obrigações legais por parte da agência.
Ao final do contrato, caso o funcionário terceirizado mereça integrar seu time de tranbalho, não se acanhe em contratá-lo definitivamente. Não são raros os casos de funcionários temporários que acabam efetivados.
Para isso, os que estão contratados em nome de uma agência de emprego devem ser demitidos formalmente, receber todos os direitos e ser contratados diretamente por você. Se o contrato temporário já estiver em nome da sua empresa, basta que seja feito um novo contrato, da forma tradicional, que considere inclusive os três primeiros meses como período de experiência.
Caso a opção seja o desligamento do trabalhador temporário, caberá a sua empresa o pagamento do fundo de garantia e do 13º salário equivalentes ao tempo em que ele prestou serviço, assim como horas extras, caso tenha feito.
Fique atento e boas vendas!

ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado em O Diário Empresarial - Diário de Mogi
18 de novembro de 2010

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

EU, HEIN...


O ENEM é uma vergonha nacional. Fernando Haddad, ministro da Educação, é de uma incompetência que chega a assustar qualquer especialista em gestão.
A aplicação do exame em 2010 demonstrou a falta de capacidade dos seus organizadores e se pudesse pensar em uma única nota para todo o processo, certamente seria zero.  Todo mundo de recuperação!
Ao contrário do que alguns possam imaginar, não sou contra o ENEM. É importante que o Ministério da Educação possua mecanismos de avaliação e controle daquilo que acontece nas salas de aula. Entretanto, defender uma prova única para todos os concluintes do ensino médio em um país com as dimensões continentais como o Brasil e com um sistema educacional repleto de falhas e diferenças como o nosso soa como absoluta utopia.
Minha primeira reação à falácia sobre os erros ocorridos no ENEM foi frustração. Pensei no meu filho, prestes a ingressar no ensino médio, e nos meninos e meninas que trocam as baladas pelos simulados e plantões.
A aprovação do exame e a nota obtida servem como porta de acesso às universidades e ao sonho de uma vida melhor.
Mas para muitos a porta está se fechando...


Enquanto a UNE comemora a decisão do Tribunal Federal da 5ª Região em derrubar a liminar que proibia o exame e o ministro mantém sua posição de que os erros estiveram dentro da “taxa de tolerância”, ouço comentários de adolescentes que acreditam cada vez menos no processo.
Se “sonhar não custa nada”, os erros do ENEM podem custar anos de dedicação e um saldo muito negativo na credibilidade educacional do nosso país.
Se o MEC não consegue admitir seus próprios erros e o governo acoberta aquilo que não consegue explicar, seria a Nação uma máquina de mentiras?
Não podemos pactuar com uma educação cujas bases estejam em ameaças ou mentiras. Uma educação que jogue para baixo do tapete os cacos de um vaso que se quebrou... São dois anos consecutivos de demonstração de fragilidade e problemas por parte do MEC.
Muito pior do que constatar o erro é não aproveitar o momento para aprender e reinventar-se. O ENEM precisa de uma proposta inovadora que rompa com o ensino conteudista e com um processo seletivo ultrapassado.
Já o Brasil precisa de pessoas que enxerguem o processo educacional como um meio de desenvolver as suas próprias competências bem como as competências essenciais ao desenvolvimento de nossa Nação.
Não falta inteligência ao brasileiro. Falta, sim, competência para fazer gestão.
Gestão moderna significa ter atitude positiva e corajosa para entender e ajudar a corrigir os erros dos que trabalham à sua volta. O dever da perfeição é apenas uma herança totalitária e positivista que impede a criatividade e a inovação.
Errou? Apague e faça de novo.

ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado no Caderno Opinião - MogiNews
13 de novembro de 2010

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

RELIGIÃO & ESPIRITUALIDADE


Embora desconheça o autor (ou a autora) do texto, gostei muito desse texto que recebi e desejo compartilhar com vocês. Não pretendo discutir o melhor time de futebol ou minha própria religião, mas sim estimular nossa reflexão sobre crenças e limitações que muitas vezes não refletem a verdade ou nossas próprias convicções pessoais.
UMA GRANDE LIÇÃO 

Em um recente episódio envolvendo os jogadores de um time de futebol paulista numa visita ao Lar Espírita Mensageiros da Luz, que cuida de crianças com paralisia cerebral, para entregar ovos de Páscoa, uma parte dos atletas se recusou a entrar na entidade e preferiu ficar dentro do ônibus do clube, sob a alegação que são evangélicos e não sabiam que se tratava de uma casa espírita.
Os meninos pisaram na bola. Mas prefiro sair em sua defesa. Eles não erraram sozinhos. Fizeram a cabeça deles. O mundo religioso é mestre em fazer a cabeça dos outros. Por isso cada vez mais me convenço que o cristianismo implica a superação da religião, e cada vez mais me dedico a pensar nas categorias da espiritualidade, em detrimento das categorias da religião.
A religião está baseada nos ritos, dogmas e credos, tabus e códigos morais de cada tradição de fé.
A espiritualidade está fundamentada nos conteúdos universais de todas e cada uma das tradições de fé.
Quando você começa a discutir quem vai para céu e quem vai para o inferno, ou se Deus é a favor ou contra à prática do homossexualismo, ou mesmo se você tem que subir uma escada de joelhos ou dar o dízimo na igreja para alcançar o favor de Deus, você está discutindo religião. Quando você começa a discutir se o correto é a reencarnação ou a ressurreição, a teoria de Darwin ou a narrativa do Gênesis, e se o livro certo é a Bíblia ou o Corão, você está discutindo religião. Quando você fica perguntando se a instituição social é espírita kardecista, evangélica, ou católica, você está discutindo religião.
O problema é que toda vez que você discute religião você afasta as pessoas umas das outras, promove o sectarismo e a intolerância. A religião coloca de um lado os adoradores de Alá, de outro os adoradores de Yahweh e de outro os adoradores de Jesus. Isso sem falar nos adoradores de Shiva, de Krishna e devotos do Buda, e por aí vai. E cada grupo de adoradores deseja a extinção dos outros, ou pela conversão à sua religião, o que faz com que os outros deixam de existir enquanto outros e se tornem iguais a nós, ou pelo extermínio através do assassinato em nome de Deus, ou melhor, em nome de um deus, com d minúsculo, isto é, um ídolo que pretende se passar por Deus. 
Mas quando você concentra sua atenção e ação, sua práxis, em valores como reconciliação, perdão, misericórdia, compaixão, solidariedade, amor e caridade, você está no horizonte da espiritualidade, comum a todas as tradições religiosas.
E quando você está com o coração cheio de espiritualidade, e não de religião, você promove a justiça e a paz. Os valores espirituais agregam pessoas, aproxima os diferentes, faz com que os discordantes no mundo das crenças se dêem as mãos no mundo da busca de superação do sofrimento humano, que a todos nós humilha e iguala, independentemente de raça, gênero, e inclusive religião.
Em síntese, quando você vive no mundo da religião, você fica no ônibus. Quando você vive no mundo da espiritualidade que a sua religião ensina - ou pelo menos deveria ensinar, você desce do ônibus e dá um ovo de páscoa para uma criança que sofre a tragédia e miséria de uma paralisia cerebral.   
"OS LIMITES SÃO FÍSICOS. AS LIMITAÇÕES SÃO MENTAIS"

terça-feira, 9 de novembro de 2010

ECONOMIA EM DESENVOLVIMENTO

O Brasil é um país de muitas caras. Temos uma para a economia, outra para a saúde, outra para a política, lazer, segurança, etc...  Entre todas essas faces, temos avançado em aspectos aparentemente importantes ao nosso crescimento econômico. “Aparentemente” porque ainda seguimos indicadores que nos prendem a velhos paradigmas de desenvolvimento.
Em vários índices, o Brasil tem demonstrado desempenho superior a anos anteriores. Entretanto, como dizia minha avó, “prudência e canja de galinha não faz mal a ninguém”.
Informações contidas na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) retratam a trajetória de revalorização do trabalho, o salário registra crescimento real de 18,25% em sete anos e subimos quatro pontos na média geral do IDH, o Índice de Desenvolvimento Humano da ONU que mede a qualidade de vida das populações.
Contudo, será que todos esses índices têm garantido uma melhora efetiva na vida de cada cidadão e, mais, de todos os cidadãos?
A escolha de indicadores depende dos objetivos de sua avaliação, bem como dos aspectos metodológicos, éticos e operacionais da questão em estudo. O próprio IDH é uma ilusão. Não serve para indicar o desenvolvimento de um país, pois leva em consideração variáveis isoladas de uma Nação: educação, longevidade e renda.
De forma isolada, nossa colocação em educação é de envergonhar. Temos a mesma média do Zimbábue, o país com o pior desempenho do mundo. Condições de transporte, higiene, moradia e alimentação expressam, juntos, a longevidade de um povo? Aumentar a renda significa tê-la distribuída igualmente em um país com a nossa diversidade?
Por isso, resgato o velho ditado da vovó para analisar qualquer indicador brasileiro de desenvolvimento. Não há quem negue que tivemos um considerável crescimento econômico nos últimos anos. Aumentamos a capacidade produtiva da economia, a produção de bens e serviços e conseqüentemente, acompanhamos a evolução do Produto Interno Bruto - PIB.
Países como a Índia e a China, graças à globalização da economia, conheceram também um forte período de crescimento econômico nos últimos anos, elevando-os à categoria de países emergentes junto ao Brasil e a Rússia. Por outro lado, ao olharmos esses mesmos países, percebemos que o crescimento trouxe a seu cargo profundas desigualdades e dificuldades no acesso à habitação, educação, justiça, saúde, ou seja, precárias condições de vida na generalidade e quase nenhuma garantia e respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais dos cidadãos.
Chegamos ao desafio brasileiro: é preciso alinhar as transformações da nossa estrutura econômica à melhoria da qualidade de vida da população. Um real desenvolvimento social deve combinar crescimento econômico e distribuição de renda. É um conceito mais qualitativo cujos índices devem considerar o bem-estar econômico e social (pobreza, desemprego, violência, condições de saúde, alimentação, transporte, educação, higiene e moradia) fomentando iniciativas empreendedoras e o progresso do ambiente empresarial.
Por esta ordem de pensamento, desenvolvimento deve ser o “fim” e crescimento econômico um “meio” para atingí-lo, cabendo aos governantes de cada país fortalecer esta ligação através de uma gestão sustentável que incida harmoniosamente na qualidade e na quantidade do crescimento do país.

ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado em O Diário Empresarial - Diário de Mogi
11 de novembro de 2010

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

CPMF? E AGORA, JOSÉ?

O Brasil é um dos países com maior carga tributária do mundo. Em 2010, a arrecadação tributária deve atingir 34,38% do PIB (Produto Interno Bruto) o que em novembro já significa mais de R$ 1 trilhão de acordo com o Impostômetro. São mais de 70 tipos de impostos diferentes. Taxa-se a renda, taxa-se o faturamento, taxa-se a propriedade, taxa-se o consumo, taxa-se a importação, taxa-se a exportação. Seja você é uma pessoa física ou jurídica, certamente você soma e multiplica impostos em todas as suas operações.
Nesse cenário, a solução para qualquer problema discutido durante as campanhas eleitorais estaria na criação de novo tributo? Ou pior, retomar a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) garantiria que os investimentos acontecessem na área correta?
Gastar menos e investir melhor os recursos já disponíveis em lugar de buscar arrecadar mais daria aos governos maior credibilidade e aceitação. Falta planejamento, gestão e competência política. Sobram CPIs, corrupção, inchaços na máquina pública e dinheiro de tributos distribuídos em meias e cuecas.
Fique claro que, ao me referir aos “governos”, não faço nenhuma alusão partidária. O raciocínio vale para as esferas Federal, Estadual ou Municipal.
O regime fiscal está em colapso. Há anos vem gerando aumento nos gastos primários de forma bem mais veloz do que o aumento do PIB. As contas públicas são mantidas sob aparente controle à custa de uma elevação sem fim da carga tributária. É como se em uma empresa, você fizesse muito mais retiradas do que entradas e então, pra cobrir o rombo no caixa, injetasse capital de giro ilimitado através de recursos externos. A conta não fecha.
Discutir a retomada da CPMF agora não faz sentido sem o pensamento maior sobre uma reforma completa. Parece uma maneira de direcionar o holofote para discussões bem menos importantes à nossa Nação e de garantir a manutenção dos gastos públicos exatamente como estão.
É iminente pensar em iniciativas que melhorem a competitividade sistêmica do nosso país. Precisamos de uma política tributária que cuide da devolução dos créditos e da desoneração da folha de pagamentos. Precisamos de investimentos em infra-estrutura com redução do custo de transporte e logística e ampliação na oferta de insumos básicos.
Devemos zelar pela ampliação dos financiamentos privados, redução das taxas de juros e ampliação da oferta de seguros e garantias. E, é claro, pela qualificação da mão de obra e por maiores incentivos à inovação, pesquisas e desenvolvimento.
Como disse nossa presidente eleita, Dilma Roussef, em seu primeiro pronunciamento:

faremos todos os esforços pela melhoria da qualidade do gasto público, pela simplificação e atenuação da tributação e pela qualificação dos serviços públicos.”

E agora, José, Maria e João?
Aceitaremos calados o retorno da CPMF?


ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado no Caderno Opinião - MogiNews
06 de novembro de 2010

DOING BUSINESS


O projeto Doing Business fornece medidas objetivas das regulamentações aplicáveis às empresas e seu cumprimento em 183 economias e cidades selecionadas no nível subnacional e regional.
Lançado em 2002, examina pequenas e médias empresas nacionais e analisa as regulamentações aplicadas a elas durante seu ciclo de vida. O projeto Doing Business e o modelo de custo padrão são apenas ferramentas usadas em uma ampla série de jurisdições para medir o impacto da criação de regulamentações pelo governo sobre a atividade empresarial.
Ao reunir e analisar dados quantitativos abrangentes para comparar ambientes regulatórios de empresas em várias economias ao longo do tempo, o Doing Business encoraja os países a competir para alcançar uma regulamentação mais eficiente; oferece padrões de referência de reforma mensuráveis; e serve como recurso para acadêmicos, jornalistas, pesquisadores do setor privado e outros interessados no clima empresarial de cada país.
Além disso, o Doing Business oferece relatórios subnacionais detalhados, que cobrem exaustivamente a regulamentação e reformas de empresas em diferentes cidades e regiões de uma nação. Esses relatórios fornecem dados sobre a facilidade de se fazer negócios, classifica cada local e recomenda reformas para melhorar o desempenho em cada uma das áreas de indicadores. As cidades selecionadas podem comparar as regulamentações de suas empresas com as de outras cidades no país ou região e com as 183 economias que o Doing Business classificou.
O primeiro relatório Doing Business, publicado em 2003, cobriu 5 conjuntos de indicadores em 133 economias. O relatório de 2010 cobriu 10 conjuntos de indicadores em 183 economias. O projeto se beneficiou com os comentários de governos, acadêmicos, profissionais e revisores. A meta inicial permanece: fornecer uma base objetiva para o entendimento e a melhoria do ambiente de regulamentação de empresas no mundo inteiro.

Doing Business 2011: Fazendo a diferença para os empresários

No ano passado, os governos de 117 economias introduziram 216 reformas normativas destinadas a tornar mais fácil abrir e operar um negócio, fortalecer a transparência e os direitos de propriedade, bem como melhorar a eficiência da solução de controvérsias comerciais e procedimentos de falência.
Essa é uma conclusão do Doing Business 2011: Making a Difference for Entrepreneurs (Fazendo a diferença para os empresários), o oitavo de uma série de relatórios anuais publicados pelo IFC e pelo Banco Mundial. O relatório classifica 183 economias em aspectos-chave da regulamentação de negócios aplicáveis às firmas domésticas.
Em âmbito global, continua a ser mais fácil fazer negócios nas economias de alta renda da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e mais difícil nas da África Subsaariana e no Sul da Ásia. Mas as economias em desenvolvimento estão cada vez mais ativas. No ano passado 66% reformaram a regulamentação de negócios, um aumento de 34% com relação a seis anos atrás.
Nos últimos cinco anos, cerca de 85% das economias do mundo tornaram mais fácil a operação das firmas locais por meio de 1.511 melhorias nas regulamentações de negócios. O Doing Business 2011 lançou uma nova medição que mostra como a regulamentação de negócios mudou em 174 economias desde 2005. A China e a Índia estão entre as 40 principais economias que mais melhoraram. Entre as 30 principais economias que mais melhoraram, um terço são da África Subsaariana.
Ainda em âmbito mundial, mais da metade das modificações normativas registradas no último ano facilitaram a abertura de empresas, o comércio e o pagamento de impostos. Muitas das melhorias incluem novas tecnologias. “A nova tecnologia apoia as melhores práticas normativas no mundo inteiro”, afirmou Janamitra Devan, Vice-Presidente de Desenvolvimento dos Setores Financeiro e Privado do Grupo do Banco Mundial. “A tecnologia torna o cumprimento de normas mais fácil, menos custoso e mais transparente.”
Pelo quinto ano consecutivo Cingapura lidera na facilidade de se fazer negócios, seguida de Hong Kong SAR China, Nova Zelândia, Reino Unido e Estados Unidos. Entre as 25 principais economias, 18 tornaram mais fácil fazer negócios no ano passado.
“Governos no mundo inteiro têm constantemente tomado medidas para fortalecer empresários locais,” afirmou Neil Gregory, Diretor Interino, Indicadores Globais e Análise, Grupo do Banco Mundial. "As economias mais afetadas pela crise financeira – especialmente no Leste Europeu – vêm adotando reformas normativas para tornar mais fácil às pequenas e médias empresas a recuperação e criação de empregos."
No ano passado o Cazaquistão foi o país que mais melhorou a regulamentação de negócios para os empresariais locais. A lista deste ano das 10 economias que mais melhoraram também inclui três da África Subsaariana: Ruanda (reformador constante da regulamentação de negócios), Cabo Verde e Zâmbia – bem como o Peru, Vietnã, Tadjiquistão, Hungria, Grenada e Brunei Darussalam

Os estudos completos estão disponíveis no Slideshare.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

ESPERA-SE EQUILÍBRIO

O entusiasmo tem um papel muito importante no mundo dos negócios, assim como acontece nos esportes, na política, em praticamente todas as atividades. Ele é a mola propulsora que leva a uma melhor canalização da energia das pessoas em prol da criatividade e do sucesso. Porém, como quase tudo na vida, tem seu lado negativo e pode ser observado na raiz de grandes fracassos.
No último domingo, vivemos um momento histórico. Independente de qualquer ideologia política trata-se da primeira vez em que uma mulher é eleita democraticamente ao cargo máximo do executivo brasileiro. Motivo legítimo para euforia, entusiasmo e comoção nacional.
Os desafios da primeira presidenta eleita no Brasil, Dilma Rousseff, vão além de dar continuidade ao projeto do governo de seu antecessor.
A discussão não é sobre como mudar o time que está ganhando, mas sim como dar sustentabilidade ao ciclo de crescimento com estabilidade, baixa inflação e criação de postos de trabalho.
Uma vez que as micro e pequenas empresas representam mais de 98% dos estabelecimentos formais e vivemos uma realidade de alta informalidade no país, o compromisso do novo governo com o fortalecimento do Micro Empreendedor Individual e com um ambiente mais competitivo às micro e pequenas empresas pode ser um importante caminho para acelerar ainda mais a economia e aumentar a competitividade brasileira. (veja os textos Formalização em Alta e Economia Subterrânea publicados aqui no Lounge)
Temos que pensar em logística, em meio ambiente, na efetivação da lei de resíduos sólidos, em segurança, em saúde e em educação. Devemos virar o holofote para questões como poupança pública, papel do Estado, qualidade da força de trabalho, financiamento dos investimentos, pesquisa e inovação.
Pela extensão da pauta, nem com todo o entusiasmo possível, o governo sozinho será capaz de executá-la. Não há capacidade financeira nem gerencial para agir com a velocidade necessária. Haverá necessidade de parcerias com a iniciativa privada e muitas oportunidades poderão surgir para empresas que estejam prontas para participar de subcontratações e licitações.
Uma forma interessante de alinhar o aumento da competitividade empresarial com o aumento da competitividade nacional. Entretanto, não dá para aumentar a competitividade de um país sem que sejam feitas as reformas políticas, tributárias e trabalhistas necessárias; acompanhadas por sérios investimentos em educação.
Afinal, são as pessoas que fazem toda a diferença. Não dá para ser competitivo sem capital humano e social.

Desenvolvimento não dá por entusiasmo ou por conseqüência da estabilidade econômica do passado. Espera-se desse novo governo o equilíbrio no sentido de melhorar a qualidade de vida das pessoas e propiciar um novo conceito de desenvolvimento que articule a dinamização do crescimento econômico com outros fatores como o capital humano, o capital social, o capital empresarial e o capital natural.
Desejo sorte! E você? O que espera do novo governo?

ANA MARIA MAGNI COELHO 
Publicado no Diário Empresarial - O Diário de Mogi 
04 de novembro 2010

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

LIÇÕES DE HENRY FORD


Costumo utilizar o Lounge para compartilhar com vocês textos que publico nas colunas que mantenho nos jornais da região do Alto Tietê, mas hoje recebi um e-mail que me impulsionou a registrar aqui algumas daquelas lições que todo empreendedor sempre deve se lembrar... Vamos a elas:

10 COISAS QUE VOCÊ AINDA PODE APRENDER COM HENRY FORD

Henry Ford
(1) Há mais pessoas que desistem, do que pessoas que fracassam!
(2) Corte sua própria lenha. Assim, ela aquecerá você duas vezes.
(3) Idealista é uma pessoa que ajuda as outras pessoas a serem
prósperas.
(4) Um negócio que não produz nada além de dinheiro é um negócio pobre.
(5) Pensar é o trabalho mais difícil que existe. Talvez por essa razão tão poucas pessoas o façam.
(6) Qualidade significa fazer certo quando ninguém está olhando.
(7) Você poderia tirar as minhas fábricas, queimar os meus prédios, mas se me der o meu pessoal, eu construirei tudo outra vez.
(8) O insucesso é apenas uma oportunidade para recomeçar de novo com mais inteligência.
(9) Sei que metade da publicidade que faço é inútil. Mas não sei qual é a metade inútil.
(10) Questionar quem deve ser o chefe, é como discutir quem deve ser o saxofonista num quarteto: evidentemente, quem o sabe tocar.

Lições que parecem muito simples, mas que o dia-a-dia pode nos fazer esquecer...
Boa sorte e sucesso!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

PELAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS


Em seu primeiro pronunciamento como presidenta eleita de nosso País, Dilma Rousseff verbalizou em vários momentos a importância de um tratamento diferenciado aos empreendedores individuais e às micro e pequenas empresas.
Como o governo ainda nem começou e caberá a cada cidadão acompanhar a realização dessas metas, o Lounge Empreendedor não poderia deixar de registrar a íntegra do discurso de Dilma Rousseff  (fonte: Folha.com)
Que assim, seja!

PRONUNCIAMENTO DE 31 DE OUTUBRO DE 2010

Principais palavras citadas em campanha pela, então, candidata
Dilma Rousseff

Minhas amigas e meus amigos de todo o Brasil,

É imensa a minha alegria de estar aqui.
Recebi hoje de milhões de brasileiras e brasileiros a missão mais importante de minha vida.
Este fato, para além de minha pessoa, é uma demonstração do avanço democrático do nosso país: pela primeira vez uma mulher presidirá o Brasil. Já registro portanto aqui meu primeiro compromisso após a eleição: honrar as mulheres brasileiras, para que este fato, até hoje inédito, se transforme num evento natural. E que ele possa se repetir e se ampliar nas empresas, nas instituições civis, nas entidades representativas de toda nossa sociedade.
A igualdade de oportunidades para homens e mulheres é um principio essencial da democracia. Gostaria muito que os pais e mães de meninas olhassem hoje nos olhos delas, e lhes dissessem: SIM, a mulher pode!
Minha alegria é ainda maior pelo fato de que a presença de uma mulher na presidência da República se dá pelo caminho sagrado do voto, da decisão democrática do eleitor, do exercício mais elevado da cidadania. Por isso, registro aqui outro compromisso com meu país:
Valorizar a democracia em toda sua dimensão, desde o direito de opinião e expressão até os direitos essenciais da alimentação, do emprego e da renda, da moradia digna e da paz social.
Zelarei pela mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa.
Zelarei pela mais ampla liberdade religiosa e de culto.
Zelarei pela observação criteriosa e permanente dos direitos humanos tão claramente consagrados em nossa constituição.
Zelarei, enfim, pela nossa Constituição, dever maior da presidência da República.
Nesta longa jornada que me trouxe aqui pude falar e visitar todas as nossas regiões.
O que mais me deu esperanças foi a capacidade imensa do nosso povo, de agarrar uma oportunidade, por mais singela que seja, e com ela construir um mundo melhor para sua família.
É simplesmente incrível a capacidade de criar e empreender do nosso povo. Por isso, reforço aqui meu compromisso fundamental: a erradicação da miséria e a criação de oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras.
Ressalto, entretanto, que esta ambiciosa meta não será realizada pela vontade do governo. Ela é um chamado à nação, aos empresários, às igrejas, às entidades civis, às universidades, à imprensa, aos governadores, aos prefeitos e a todas as pessoas de bem.
Não podemos descansar enquanto houver brasileiros com fome, enquanto houver famílias morando nas ruas, enquanto crianças pobres estiverem abandonadas à própria sorte.
A erradicação da miséria nos próximos anos é, assim, uma meta que assumo, mas para a qual peço humildemente o apoio de todos que possam ajudar o país no trabalho de superar esse abismo que ainda nos separa de ser uma nação desenvolvida.
O Brasil é uma terra generosa e sempre devolverá em dobro cada semente que for plantada com mão amorosa e olhar para o futuro.
Minha convicção de assumir a meta de erradicar a miséria vem, não de uma certeza teórica, mas da experiência viva do nosso governo, no qual uma imensa mobilidade social se realizou, tornando hoje possível um sonho que sempre pareceu impossível.
Reconheço que teremos um duro trabalho para qualificar o nosso desenvolvimento econômico. Essa nova era de prosperidade criada pela genialidade do presidente Lula e pela força do povo e de nossos empreendedores encontra seu momento de maior potencial numa época em que a economia das grandes nações se encontra abalada.
No curto prazo, não contaremos com a pujança das economias desenvolvidas para impulsionar nosso crescimento. Por isso, se tornam ainda mais importantes nossas próprias políticas, nosso próprio mercado, nossa própria poupança e nossas próprias decisões econômicas.
Longe de dizer, com isso, que pretendamos fechar o país ao mundo. Muito ao contrário, continuaremos propugnando pela ampla abertura das relações comerciais e pelo fim do protecionismo dos países ricos, que impede as nações pobres de realizar plenamente suas vocações.
Mas é preciso reconhecer que teremos grandes responsabilidades num mundo que enfrenta ainda os efeitos de uma crise financeira de grandes proporções e que se socorre de mecanismos nem sempre adequados, nem sempre equilibrados, para a retomada do crescimento.
É preciso, no plano multilateral, estabelecer regras mais claras e mais cuidadosas para a retomada dos mercados de financiamento, limitando a alavancagem e a especulação desmedida, que aumentam a volatilidade dos capitais e das moedas. Atuaremos firmemente nos fóruns internacionais com este objetivo.
Cuidaremos de nossa economia com toda responsabilidade. O povo brasileiro não aceita mais a inflação como solução irresponsável para eventuais desequilíbrios. O povo brasileiro não aceita que governos gastem acima do que seja sustentável.
Por isso, faremos todos os esforços pela melhoria da qualidade do gasto público, pela simplificação e atenuação da tributação e pela qualificação dos serviços públicos.
Mas recusamos as visões de ajustes que recaem sobre os programas sociais, os serviços essenciais à população e os necessários investimentos.
Sim, buscaremos o desenvolvimento de longo prazo, a taxas elevadas, social e ambientalmente sustentáveis. Para isso zelaremos pela poupança pública.
Zelaremos pela meritocracia no funcionalismo e pela excelência do serviço público.
Zelarei pelo aperfeiçoamento de todos os mecanismos que liberem a capacidade empreendedora de nosso empresariado e de nosso povo.
Valorizarei o Micro Empreendedor Individual, para formalizar milhões de negócios individuais ou familiares, ampliarei os limites do Supersimples e construirei modernos mecanismos de aperfeiçoamento econômico, como fez nosso governo na construção civil, no setor elétrico, na lei de recuperação de empresas, entre outros.
As agências reguladoras terão todo respaldo para atuar com determinação e autonomia, voltadas para a promoção da inovação, da saudável concorrência e da efetividade dos setores regulados.
Apresentaremos sempre com clareza nossos planos de ação governamental. Levaremos ao debate público as grandes questões nacionais. Trataremos sempre com transparência nossas metas, nossos resultados, nossas dificuldades.
Mas acima de tudo quero reafirmar nosso compromisso com a estabilidade da economia e das regras econômicas, dos contratos firmados e das conquistas estabelecidas.
Trataremos os recursos provenientes de nossas riquezas sempre com pensamento de longo prazo. Por isso trabalharei no Congresso pela aprovação do Fundo Social do Pré-Sal. Por meio dele queremos realizar muitos de nossos objetivos sociais.
Recusaremos o gasto efêmero que deixa para as futuras gerações apenas as dívidas e a desesperança.
O Fundo Social é mecanismo de poupança de longo prazo, para apoiar as atuais e futuras gerações. Ele é o mais importante fruto do novo modelo que propusemos para a exploração do pré-sal, que reserva à Nação e ao povo a parcela mais importante dessas riquezas.
Definitivamente, não alienaremos nossas riquezas para deixar ao povo só migalhas.
Me comprometi nesta campanha com a qualificação da Educação e dos Serviços de Saúde.
Me comprometi também com a melhoria da segurança pública.
Com o combate às drogas que infelicitam nossas famílias.
Reafirmo aqui estes compromissos. Nomearei ministros e equipes de primeira qualidade para realizar esses objetivos.
Mas acompanharei pessoalmente estas áreas capitais para o desenvolvimento de nosso povo.
A visão moderna do desenvolvimento econômico é aquela que valoriza o trabalhador e sua família, o cidadão e sua comunidade, oferecendo acesso a educação e saúde de qualidade.
É aquela que convive com o meio ambiente sem agredi-lo e sem criar passivos maiores que as conquistas do próprio desenvolvimento.
Não pretendo me estender aqui, neste primeiro pronunciamento ao país, mas quero registrar que todos os compromissos que assumi, perseguirei de forma dedicada e carinhosa.
Disse na campanha que os mais necessitados, as crianças, os jovens, as pessoas com deficiência, o trabalhador desempregado, o idoso teriam toda minha atenção. Reafirmo aqui este compromisso.
Fui eleita com uma coligação de dez partidos e com apoio de lideranças de vários outros partidos. Vou com eles construir um governo onde a capacidade profissional, a liderança e a disposição de servir ao país será o critério fundamental.
Vou valorizar os quadros profissionais da administração pública, independente de filiação partidária.
Dirijo-me também aos partidos de oposição e aos setores da sociedade que não estiveram conosco nesta caminhada. Estendo minha mão a eles. De minha parte não haverá discriminação, privilégios ou compadrio.
A partir de minha posse serei presidenta de todos os brasileiros e brasileiras, respeitando as diferenças de opinião, de crença e de orientação política.
Nosso país precisa ainda melhorar a conduta e a qualidade da política. Quero empenhar-me, junto com todos os partidos, numa reforma política que eleve os valores republicanos, avançando em nossa jovem democracia.
Ao mesmo tempo, afirmo com clareza que valorizarei a transparência na administração pública. Não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito. Serei rígida na defesa do interesse público em todos os níveis de meu governo. Os órgãos de controle e de fiscalização trabalharão com meu respaldo, sem jamais perseguir adversários ou proteger amigos.
Deixei para o final os meus agradecimentos, pois quero destacá-los. Primeiro, ao povo que me dedicou seu apoio. Serei eternamente grata pela oportunidade única de servir ao meu país no seu mais alto posto. Prometo devolver em dobro todo o carinho recebido, em todos os lugares que passei.
Mas agradeço respeitosamente também aqueles que votaram no primeiro e no segundo turno em outros candidatos ou candidatas. Eles também fizeram valer a festa da democracia.
Agradeço as lideranças partidárias que me apoiaram e comandaram esta jornada, meus assessores, minhas equipes de trabalho e todos os que dedicaram meses inteiros a esse árduo trabalho.
Agradeço a imprensa brasileira e estrangeira que aqui atua e cada um de seus profissionais pela cobertura do processo eleitoral.
Não nego a vocês que, por vezes, algumas das coisas difundidas me deixaram triste. Mas quem, como eu, lutou pela democracia e pelo direito de livre opinião arriscando a vida; quem, como eu e tantos outros que não estão mais entre nós, dedicamos toda nossa juventude ao direito de expressão, nós somos naturalmente amantes da liberdade. Por isso, não carregarei nenhum ressentimento.
Disse e repito que prefiro o barulho da imprensa livre ao silencio das ditaduras. As criticas do jornalismo livre ajudam ao pais e são essenciais aos governos democráticos, apontando erros e trazendo o necessário contraditório.
Agradeço muito especialmente ao presidente Lula. Ter a honra de seu apoio, ter o privilégio de sua convivência, ter aprendido com sua imensa sabedoria, são coisas que se guarda para a vida toda. Conviver durante todos estes anos com ele me deu a exata dimensão do governante justo e do líder apaixonado por seu pais e por sua gente. A alegria que sinto pela minha vitória se mistura com a emoção da sua despedida.
Sei que um líder como Lula nunca estará longe de seu povo e de cada um de nós.
Baterei muito a sua porta e, tenho certeza, que a encontrarei sempre aberta.
Sei que a distância de um cargo nada significa para um homem de tamanha grandeza e generosidade. A tarefa de sucedê-lo é difícil e desafiadora. Mas saberei honrar seu legado.
Saberei consolidar e avançar sua obra.
Aprendi com ele que quando se governa pensando no interesse público e nos mais necessitados uma imensa força brota do nosso povo.
Uma força que leva o país para frente e ajuda a vencer os maiores desafios.
Passada a eleição agora é hora de trabalho. Passado o debate de projetos agora é hora de união.
União pela educação, união pelo desenvolvimento, união pelo país. Junto comigo foram eleitos novos governadores, deputados, senadores. Ao parabenizá-los, convido a todos, independente de cor partidária, para uma ação determinada pelo futuro de nosso país.
Sempre com a convicção de que a Nação Brasileira será exatamente do tamanho daquilo que, juntos, fizermos por ela.
Muito obrigada, Dilma Rousseff
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