sábado, 28 de agosto de 2010

TIRANIA

“Manda quem pode, obedece quem tem juízo”. “O senhor é quem manda”. “Seja feita a sua vontade”. Quem nunca se viu impulsionado a utilizar uma dessas frases na relação líder-liderado que atire a primeira pedra.
Gestores que lidam com suas equipes através do autoritarismo, da repressão e do abuso do poder em nome das metas da organização ainda são muito comuns, pois, geralmente, trazem bons resultados financeiros a curto prazo.
Muitos chegam a posição de liderança sem saber como lidar com pessoas, ou pior, foram convencidos de que a tirania é a melhor maneira de obter resultados. As políticas de promoção nas empresas tendem a transformar excelentes especialistas técnicos em executivos. Pessoas competentes e dedicadas, mas que quase nada sabem sobre como as pessoas se sentem ou reagem às suas atitudes e comportamentos.
Embora, ofereçam resultados para a empresa, constróem equipes com baixa auto-estima e autoconfiança que, cedo ou tarde, passarão por reflexos inevitáveis: pedidos de demissão, afastamentos por licença médica, queda acentuada de desempenho e, de uma forma geral, profissionais trabalhando com alto grau de estresse.
Sendo maltratado e desrespeitado, o liderado trabalha insatisfeito e faz com que um grão de areia se transforme em uma montanha. Quem nunca teve um superior capaz de causar ânsia, provavelmente já ouviu alguém comentar que está a ponto de pedir demissão, porque não suporta mais conviver com os abusos de poder do chefe.
Submeter-se a este tipo de liderança contribui para a perpetuação da situação. Não há tirania sem submissão. Muitas vezes, os próprios colaboradores, involuntariamente, permitem e até estimulam a continuidade dessas atitudes não condizentes a um meio organizacional saudável. A empresa adquire uma doença coletiva e como a sobrevivência fala mais alto, o líder se perpetua e os colaboradores resolvem a questão reclamando pelos corredores ou tomando remédios para superar a situação.
Se você se considera vítima de um líder tirano, transparência, confiança e coragem são fundamentais para a mudança. Trabalhe a sua auto-estima e autoconfiança para se fortalecer e não contribuir com o processo de maus-tratos.
Agora, se você é o próprio tirano, busque um trabalho de coaching ou de treinamento para o desenvolvimento de competências comportamentais. Participe de avaliações 180 ou 360 graus onde possa conhecer a opinião das pessoas de diferentes níveis hierárquicos sobre você. Prepare-se para mudar.
Tratar bem as pessoas, respeitá-las e reconhecê-las tem apenas efeitos positivos no sucesso das empresas. A tirania, por outro lado, talvez gere resultados positivos, porém imediatistas. Tirania traz consigo um custo que será cobrado mais cedo ou mais tarde.

ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado no Caderno Opinião - Mogi News
28 de agosto de 2010

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM


A sociedade passa por um momento onde uma das poucas certezas é que as mudanças são cada vez mais freqüentes e inevitáveis, e as empresas, por direta conseqüência, precisam acompanhar essas mudanças para sobreviver.
Apesar da significativa redução nos custos de operações propiciada por novas tecnologias, não é possível substituir com a mesma eficiência o atendimento e relacionamento humano. Soma-se a isso uma conjuntura econômica estável, mas ainda com escassos recursos para investimentos, e temos como resultado uma significativa necessidade das empresas em buscar pessoas com atributos pessoais que aumentem sua capacidade em aprender melhor e mais rápido que seus concorrentes.
Cresce, portanto, a preocupação com desenvolvimento de métodos de intervenção que contribuam para a geração, difusão e sistematização de competências.
Vale destacar que competência não se verifica apenas no âmbito dos conhecimentos e habilidades, mas principalmente na mobilização destes recursos em prol da obtenção de uma meta. Trata-se muito mais da atitude de utilizar seu repertório pessoal para gerar benefícios ao negócio em situações de desafio. Ser competente é conhecer, saber fazer e querer fazer!
Para o sucesso das empresas é preciso entender que as competências individuais de seus colaboradores serão a base de seu próprio aprendizado.
Peter Senge
Segundo Peter Senge, um dos principais teóricos sobre o tema, existem cinco elementos primordiais que constituem o aprendizado nas organizações.
Seja qual for o tamanho da sua empresa, os caminhos da mudança passam necessariamente pelo fortalecimento das capacidades pessoais de seus colaboradores (Domínio Pessoal) e pela avaliação e melhoria contínua dos processos, dos métodos e da forma de pensar o ambiente da empresa como um todo (Modelos Mentais).
Engajamento da equipe em relação ao futuro com diretrizes e objetivos claros sobre onde se pretende chegar (Visão Compartilhada) e fazê-la perceber que a inteligência e capacidade do grupo pode ser maior que a soma de seus próprios talentos individuais (Aprendizagem Coletiva) fecham a equação para a criação do Pensamento Sistêmico.
Em vez de se verem como algo separado do mundo, as pessoas se percebem conectada a ele. No lugar de considerar os problemas como causados por algo ou alguém “lá fora”, enxergam como suas próprias ações criam os problemas que enfrentam. Essa é a compreensão mais sutil das organizações que aprendem.
Mais do que uma bonita expressão, atingir a maturidade do pensamento sistêmico e da aprendizagem coletiva requer que as pessoas percebem em si próprias a capacidade de moldar o futuro.


ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado em O Diário Empresarial
26 de agosto de 2010

domingo, 22 de agosto de 2010

CULTURA E AÇÃO

A cultura é um elemento importante para o desenvolvimento. Não se trata de investimento supérfluo diante de tantos desafios sociais.
O começo do século XXI, marcado pelo crescimento econômico e o avanço tecnológico, traz consigo uma dramática situação social. O incremento da produção não é capaz de resolver problemas graves, como a fome, a má distribuição de renda, a falta de saneamento básico e os desafios climáticos, como o aquecimento global.
Crescimento econômico não traz, portanto, desenvolvimento. O modelo atual não é sustentável. Precisamos pensar em atividades economicamente viáveis, socialmente justas e ambientalmente sustentáveis.
O desafio é enorme e a cultura é uma importante aliada nesta batalha. Elo entre os setores mais diferentes da sociedade, ela é capaz de renovar laços entre pessoas e grupos. Não se trata de pensar a cultura apenas como um mercado produtor de shows, espetáculos teatrais e produções cinematográficas. É preciso, sobretudo, incentivar ações e criar espaços que despertem a importância da vida em comunidade, buscando a inclusão e o acesso do maior número de pessoas possível.
Em Mogi das Cruzes, por exemplo, a valorização da cultura japonesa tem papel fundamental na rica e reconhecida produção agrícola do município. Sem dúvida, o cotidiano de luta, esforço e trabalho de agricultores da região é fundamental para o sucesso de produtos como o caqui, a orquídea ou o cogumelo no Brasil e no exterior. Mas será que sem a promoção de festas e feiras como o Akimatsuri e o Furusato Matsuri haveria os mesmos laços da produção agrícola com sua comunidade?
O incentivo e o apoio a feiras agrícolas, festas religiosas, orquestras, corais, artistas plásticos, peças teatrais e outras manifestações culturais são importantes. Valorizar a cultura de forma local estimula ações de alcance global por meio de estratégias que permitem a descentralização de ações para geração de negócios.
Contudo, festas e boa vontade não bastam. Uma boa estratégia cultural deve considerar também a formação de público e a conscientização da comunidade. Parcerias para custeio de ingressos são capazes de auxiliar nesse sentido, bem como a existência de espaços que sirvam de ponto de encontro para a população, como museus, teatros, bibliotecas e centros culturais.
Enfim, fomentar, descobrir, revelar e valorizar a efervescência cultural de uma região cria uma bem-vinda sensação de vida em comunidade. Criam-se sentimentos comuns, inclusive sobre os problemas que atingem as demais pessoas ao nosso redor. Só assim é possível construir a noção de bem comum que possibilita se apropriar e colocar em prática os conceitos de desenvolvimento sustentável – uma responsabilidade de todos, não só do Estado, da iniciativa privada ou das organizações sociais.
Somos um povo heterogêneo, mas certamente temos a cultura que nos une.

ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado no Caderno Opinião - MogiNews
21 de agosto de 2010

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

PEGADA VERDE




A preocupação com o meio ambiente já é realidade no mundo corporativo. Grandes empresas enxergaram que preocupação ambiental está totalmente associada a manter sua própria sustentabilidade mais do que, apenas, do planeta.
Os assuntos ligados às alterações climáticas são geopolíticos e globais e têm relação com nosso padrão de vida atual. Não dá mais para deixar de pensar em qual será o mundo que pretendemos deixar aos nossos filhos e principalmente, em quais são as pegadas que estamos deixando por onde passamos.
Sustentabilidade permeia o universo da educação, dos transportes, do planejamento urbano e doméstico e de todo nosso dia a dia.
Em contato com pequenas empresas por mais de 10 anos, essa é uma questão que sempre me inquietou. Por que delegar a questão da sustentabilidade apenas para ações em grandes empresas? Será que cada pequeno negócio não pode também contribuir para uma gestão mais eficaz de seus próprios recursos e dos recursos do planeta?
Comece entendendo o que é sustentabilidade para a sua empresa. É preciso pensar nessa questão como parte da estratégia de planejamento do negócio e como uma importante ferramenta de gestão. Gestão financeira, gestão de vendas, gestão de pessoas. Não há uma receita definitiva. Só você pode escolher o caminho a trilhar.
Nas grandes empresas, em função de sua alta capacidade de execução é mais fácil visualizar formas de tornar tangíveis seus valores sustentáveis trazendo para o centro da organização uma série de elementos que, hoje, não são tão valorizados como a água ou o ar poluído. A mensuração e venda de crédito de carbono são exemplos dessa natureza.
Se a sua pequena empresa, não está apta a essa ação, você pode pensar em outros tipos de tecnologias verdes a serem implementadas, como reuso de água ou construção de edificações sustentáveis. Embora ainda não exista uma escala suficiente para baratear os preços dessas idéias, no longo e no médio prazo o investimento é válido porque haverá menos gasto, maior durabilidade de materiais e de energia.
Isso sem mencionar o ganho em imagem positiva junto aos clientes, afinal o pensamento sustentável tem sido um forte argumento de venda e a sociedade já enxerga a temática com a devida importância ao presente e ao futuro.
O mundo precisa voltar a ser mais verde e isso significa pensar diferente! O novo profissional será aquele que privilegiar ações sustentáveis e valorizar um planeta mais bem conservado. É preciso atitude e vontade, o que não combina com uma visão burocrática e apática dos negócios.
O problema não é apenas meu ou seu! Seja do tamanho que for, tenho certeza que sua empresa pode ajudar na construção desse caminho que inevitavelmente está sendo traçado.

ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado em O Diário Empresarial
19 de agosto de 2010

sábado, 14 de agosto de 2010

NATUREZA QUE ENSINA


Ninguém pode viver isolado. A natureza nos ensina que essa é uma lei que vale para todos. Algumas flores, por exemplo, precisam de ajuda de insetos para disseminar seu pólen e outras plantas precisam dos animais para disseminar suas sementes e assim assegurar a sobrevivência de uma espécie.
A experiência humana, por sua vez, passa pelo mesmo processo. É na troca constante e continua uns com os outros que nos desenvolvemos. Observando comportamentos, corrigimos erros, acertamos diálogos, crescemos como indivíduos e nos desenvolvemos como espécie.
O isolamento provoca o distanciamento do outro e a sensação perigosa de "não pertencer". Não significa que precisemos viver relacionamentos grudentos e simbióticos o tempo todo. Este é o outro lado da margem do rio da vida, um extremo também perigoso.
Somos tribais, precisamos do grupo, do apoio, dos momentos de troca e conversa. Os erros e acertos encontrados na vivência do dia-a-dia, os conflitos gerados por diferentes opiniões são muito importantes para a construção daquilo que somos ou do que queremos ser em nossas vidas e profissões.
Assim como na natureza, no mundo dos negócios esta não é uma tarefa fácil. A competição é enorme e a maioria das estratégias utilizadas para atrair o cliente ou reter talentos é similar, senão idênticas. A questão é como conseguir destaque neste ambiente tão competitivo.
A evolução tecnológica da era pós-industrial representa a transformação da riqueza física, baseada na terra e nos bens de produção, em ativos intangíveis, nas pessoas e seus relacionamentos. Neste sentido, ganhou significado patrimonial não só a marca, mas também os domínios, as tecnologias, as licenças etc. E com isso, uma série de mudanças comportamentais e de postura ocorreram.
O ambiente de negócios se transformou, principalmente com a inversão da cadeia de produção, com um modelo de logística reversa, sem estoques, com terceirização de pessoas, processos e até operações. Será que nesse oceano, ilhas completamente deslocadas de seus continentes se manterão saudáveis?
Se você for uma ilha com competências totalmente deslocadas daquelas necessárias à sua empresa (continente) certamente será mais difícil manter sua produtividade e motivação. Pense na qualidade do néctar que vem polinizando e, principalmente, na forma como ele será oferecido.
A natureza pode ser uma grande mestra. Espalha suas lições em cada folha, no colorido das flores, dos insetos e dos animais e mostram em silêncio a complexidade de suas interdependências, como deveria ser nas empresas e seus relacionamentos profissionais e pessoais.
A sobrevivência das espécies passa pela cooperação de uma com as outras e na percepção apurada daquilo que muitas vezes os olhos humanos não conseguem captar.

ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado no caderno Opinião - MogiNews
14 de agosto de 2010

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

FORMALIZAÇÃO EM ALTA


Sem pagar elevadas tributações e com benefícios previdenciários! Sim, já é possível se formalizar nessas condições.
E, é dessa forma que o trabalhador independente ou autônomo pode se planejar para o futuro. Pensar na aposentadoria, estar legalizado e podendo usufruir de benefícios da previdência social como o auxílio-doença.
Desde julho de 2009 profissionais de categorias como cabeleireiro, encanador, eletricista, instrutor de informática, fotógrafo, digitador entre muitos outros podem optar pelo MEI (microempreendedor individual).
A nova forma de tributação e legalização de empreendimentos está vigente há um ano e já beneficia muitos trabalhadores incluindo os freelancers que trabalham em casa.
Segundo recente pesquisa realizada pelo Comunica Geral, plataforma de negócios freelancer na Internet, 28,4% dos 495 profissionais freelancer pesquisados, já estão inscritos na nova modalidade de legalização do empreendimento, o MEI. O dado representa quase 1/3 do universo pesquisado perdendo somente para o percentual de trabalhadores com registro em carteira, com 31,3%. Isso demonstra que o trabalhador aprovou a lei e que a formalização está em alta.
Só no Alto Tietê, dados do IBGE apurados pelo SEBRAE-SP apontam que existe um potencial de 92.812 pessoas aptas a se regulamentar através dessa lei. Sim, quase cem mil pessoas podem passar a ter sua cidadania empresarial, mas apenas pouco mais de 10% já realizaram sua opção (1.546 pessoas).
Falta aos próprios municípios disseminarem essa nova forma de legalização e desburocratização de negócios. Apenas Mogi das Cruzes, Poá, Itaquaquecetuba e Salesópolis já têm a Lei Geral Municipal regulamentada, propiciando ambiente para ações como a Sala do Empreendedor ou Sala do MEI
Outros importantes benefícios que a nova figura jurídica oportuniza é obtenção de crédito, financiamento para capital de giro, aumento das vendas e do lucro. Nada mal para que aqueles que durante muito tempo viveram à margem dos direitos empresariais, não é?
Considera-se MEI, o empreendedor que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 36.000,00 e que seja optante pelo Simples Nacional. O governo já discute um Projeto de Lei Complementar que amplia o teto do Empreendedor Individual para R$ 48 mil. Esse mesmo empreendedor quando inscrito como MEI pagará mensalmente 11% do salário mínimo para ter os direitos da Previdência Social, como auxílio-doença e aposentadoria por idade, por exemplo. A formalização é feita pela internet no endereço http://www.portaldoempreendedor.gov.br/

ANA  MARIA MAGNI COELHO
Coluna publicada em O Diário Empresarial
12 de agosto de 2010

sábado, 7 de agosto de 2010

CAROS RELACIONAMENTOS


Chegamos ao Dia dos Pais e à oportunidade de celebrarmos encontros e desencontros.
Pais pós-modernos vêm passando por transformações que os levam a uma participação cada vez maior nas decisões antes reservadas para as mães; tanto na educação quanto nos cuidados com os filhos. O preconceito está diminuindo e as dificuldades na adaptação e conciliação dos cuidados com a casa, com filhos e carreiras, são os mesmos entre os gêneros. Tanto a mulher, como o homem, pode sofrer para encontrar energia e superação na hora da tripla jornada.
Por isso, esqueça a questão cada vez mais comercial de datas como as de amanhã para retomar o significado da paternidade e do envolvimento efetivo dos pais com os filhos.
Use a data para celebrar a suprema arte de guiar e orientar, de brigar ou elogiar na hora certa, de beijar e amar aqueles que serão a eternidade de sua existência. E, ainda que não possam estar presentes todos os dias, lembrem-se que a paternidade se dá por meio de elos intenso, construídos com dedicação e responsabilidade. Celebrem seus filhos naturais ou adotivos, de sangue ou de coração, prodígios ou não. Ninguém precisa estar casado para ser pai, basta um alto investimento afetivo e a paternidade logo se faz.
E falando em investimento, fica a sugestão para aproveitar a oportunidade trazida por qualquer data comemorativa. Que tal rever o dia a dia financeiro de sua família e defender um estilo de vida mais sustentável economicamente? Filhos devem ter também uma boa educação financeira.
O foco de qualquer data especial deve girar em torno das pessoas, e não das coisas, afinal sentimentos não são construídos através de agrados materiais.
Tenho certeza que muitos são capazes de lembrar um tempo em que "criávamos" na escola nossos próprios presentes com a ajuda dos professores. Podia ser um desenho de toda a família reunida, uma gravata feita com papel crepom ou uma flanela com a nossa pequena mão "impressa" com tinta guache. Era tudo muito simples, mas aquilo parecia emocionar nossos pais, avôs ou qualquer pessoa que compartilhasse conosco tal momento.
À medida que crescemos, a inocência vai sendo deixada de lado e o consumo desmedido e desnecessário nos condiciona a "comprar um presente para o papai” como se o presente fosse o único modo de demonstrarmos afeto verdadeiro. Dar presentes é uma arte e sua escolha não significa necessariamente gastar muito dinheiro. O melhor é pensar na felicidade que aquele presente trará ao seu pai, seu filho ou aquele que será presenteado.
Dinheiro compra presentes caros, mas não cria caros relacionamentos. Não é o custo ou a sofisticação da embalagem que dá a medida exata do carinho ali contido ou o reconhecimento de uma paternidade realmente responsável.

Faça sua vida valer a pena!



ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado no Caderno Opinião - MogiNews
07 de agosto de 2010

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

MAIS QUE PRODUTO


Ninguém vende produtos. Calma! Não enlouqueci quando decidi escrever a coluna dessa semana.
Por mais tangíveis que sejam as roupas, panelas ou equipamentos, empreendedores vendem a satisfação da expectativa que o cliente tem em vestir-se bem, fazer uma boa refeição à sua família ou assistir um bom filme na televisão. Longe de ser tangível, essa satisfação é extremamente particular e requer muita credibilidade para ser transmitida e incorporada às suas vendas.
Bom atendimento, qualidade do produto, suporte e assistência técnica podem ser determinantes para definir a idéia de excelência na mente do seu cliente.
Ser excelente é ser tão bom quanto você possa ser e melhor do que o seu cliente espera de você. Significa estabelecer novos referenciais de desempenho e inventar seu próprio futuro em vez de apenas tentar predizê-lo.
A razão de qualquer negócio é a realização dos desejos de seus clientes, inclusive seus clientes internos. Por isso, busque fazê-los prosperar, satisfaça plenamente suas expectativas e crie um ambiente de trabalho onde os funcionários possam contribuir, desenvolver-se, crescer e ser justamente recompensados pela contribuição ao rendimento de seu negócio.
Se um empreendedor falhar em um dos três elementos, comprometerá sua competitividade ou não sobreviverá. Produtos são facilmente substituídos, serviços não.
Não há lugar para a acomodação. A busca constante da inovação e da diferenciação garante um sucesso de vendas mais perene.
Os grandes desafios para a diferenciação dos serviços estão na compreensão total do cliente e de suas necessidades, inclusive aquelas não verbalizadas quando ele parece simplesmente escolher uma nova blusa para o final de semana.
Construa um relacionamento ativo com sua carteira de clientes: saiba seu nome, sua cor preferida e o tamanho de suas roupas. Mantenha um banco de informações atualizado a seu respeito e utilize-o. Lembre-se que dados inseridos em planilhas do computador só serão úteis quando consolidarem novas vendas.
Alem disso, transforme seu cliente em seu parceiro e ofereça experiências em que ele possa interagir com sua equipe de vendas, dar opinião e decidir sobre algumas questões do seu negócio.
Finalmente, torne o cliente a causa número um de sua venda. Desde o funcionário menos graduado até o presidente da empresa devem sentir a importância de sua função para o sucesso da realização do cliente.
Forneça informações, não minta e quando os problemas aparecerem busquem soluções conjuntas. Qualquer atividade empreendedora só crescerá se tiver como base seus clientes. Afinal, não há negócio sem cliente!

ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado em O Diário Empresarial
05 de agosto de 2010

EMBARQUE NA VIAGEM


“Em tempos de nevoeiro o bom marinheiro toca o barco devagar”.

Devagar não significa aceitar o marasmo, mas sim agir com prudência e analisar todas as possibilidades de um mundo cuja única certeza é a incerteza.
As novas tecnologias de comunicação, a conectividade ampliada, as possibilidades de co-criação, o netweaving de redes contribuem significativamente para as mudanças que impulsionam a consolidação de um novo ambiente corporativo e profissional.
O nevoeiro parece inevitável e se não poderemos cancelar a viagem na próxima estação, a regra é aceitar a diversidade e estar pronto a se adaptar. O mercado tem apostado em profissionais que se mostram dispostos a aprender e a colocar em prática seus novos conhecimentos.
É importante deixar claro que nessa busca não adianta se matricular freneticamente na maior quantidade de cursos possíveis ou buscar títulos da moda para rechear o currículo. É preciso estabelecer seus próprios objetivos, conhecer a empresa, suas competências essenciais, seus valores e suas expectativas de desenvolvimento.
A competição que acostumamos a ver nos negócios chegou a sua carreira! Ser excelente exige aprendizado e vontade pessoal e transcende as questões técnicas. O mercado procura profissionais com visão estratégica e capazes de lidar com as emoções de forma favorável aos negócios, canalizando-as para a realização de um objetivo através da autoconsciência, motivação, persistência, empatia e do entendimento de suas habilidades sociais.
Ascendemos um importante farol em pleno nevoeiro quando unidas a excelência técnica e a capacidade de lidar com as emoções de uma forma produtiva. É por esse caminho que transitam as exigências do novo mercado de trabalho: a maneira como lidamos com nós mesmos e com os outros é tão importante quanto a formação, a especialização e a inteligência.
Por isso, ouvimos muitos especialistas dizerem que profissionais são contratados por suas competências técnicas, mas, na maioria das vezes, são demitidos por comportamento. Nunca se falou tanto em trabalho em equipe, iniciativa, liderança, empatia e flexibilidade como se tem falado atualmente. Por isso, prepare-se a esse novo mundo!
Ainda que possa se sentir desconfortável com tamanhas exigências, não há como recuar, e sim, adaptar-se. Darwin e seus conceitos jamais estiveram tão na vanguarda da gestão: o mundo não pertence aos mais fortes, mas sim aos mais adaptáveis.
Essa nova habilitação profissional dependerá de sua própria capacidade em rever o mundo exterior, captar a natureza de seus próprios pensamentos e comportamentos e compreender as relações profissionais como mecanismos cada vez mais complexos.
Reinventar suas competências e abrir-se para aprender cada vez mais requer olhar para dentro de si numa investigação atenta de suas próprias qualidades e fragilidades. Aceita o convite para embarcar nessa viagem?

ANA MARIA MAGNI COELHO
Texto produzido para a Gestão & Carreira
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