quinta-feira, 28 de outubro de 2010

NA ONDA DAS REDES SOCIAIS


Pensem comigo: seriam as redes sociais uma nova onda ou um novo modismo imposto pela internet? Algo que vai se propagando, se modificando, mas perdura. Ou algo efêmero que todos querem seguir, mas que logo desaparecerá?
Um estudo da consultoria Deloitte com 302 empresas brasileiras mostrou que 93% pretendem manter ou aumentar seus investimentos nas redes sociais. Esse movimento se comprova com as Micro e Pequenas Empresas (MPEs) que utilizam o portal de negócios do Comunica Geral. Somente no mês de setembro, dos mais de 500 projetos publicados no site, aproximadamente 15% são de marketing digital. Desses, mais da metade está relacionado com ações em mídias sociais.
Então, afinal, o que as redes sociais representam para as MPEs e como tirar melhor proveito delas?
De nada adianta, no calor do modismo, delegar ao colaborador mais apaixonado pela Internet a criação do perfil da empresa nas mais variadas redes sociais. Twitter, Facebook, Orkut, Linkdin, todos podem soar como diversão. No entanto, o que parece brincadeira de criança pode colocar a reputação de sua marca em risco.
Isso porque qualquer ação na rede amplifica suas conseqüências.
Se as ações de marketing do seu negócio são bem planejadas e executadas offline, as ações online tenderão a aumentar os bons resultados. Entretanto, o contrário também é verdadeiro. Ações online mal planejadas podem ser devastadoras, já que na rede a velocidade é um sopro. Por isso, fique atento!
Segundo recente pesquisa do Instituto Brasileiro de Inteligência de Mercado (Ibramerc) 65% das empresas já estão presentes nas redes sociais, mas apesar da alta adesão, apenas 7% as consideram de fato imprescindíveis.
Para 45% dos pesquisados, o fortalecimento da marca foi apontado como o maior benefício trazido pelas redes sociais. Pronto! Era aí que pretendia chegar: as MPEs podem (e devem) tirar proveito da proximidade e do relacionamento com o cliente oportunizado pela internet. Não existe porte de empresa na web, mas sim, o desejo de se relacionar.
Diferentemente da publicidade nas mídias tradicionais, a propaganda – entendida como algo que propaga que divulga, e não o anúncio visando aumento de vendas –, é muito mais intensa e efetiva na mídia online. O relacionamento com o consumidor na Internet é constituído de interatividade. As pessoas opinam livremente sobre o que desejarem.
Portanto, planeje as ações na rede de forma profissional. Monitore sua marca, seus concorrentes, pesquise a satisfação dos clientes, invista na velocidade de resposta, promova engajamento dos colaboradores e faça bom proveito das redes sociais.
Mergulhe nessa onda de forma consciente!

ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado no Diário Empresarial - O Diário de Mogi 
28 de outubro de 2010

sábado, 23 de outubro de 2010

REFLEXOS NO ESPELHO


Os presidenciáveis deixaram de lado a polêmica do aborto para investir em outro ponto de discórdia. Enquanto incitam a violência e o acirramento de ânimos na reta final do processo eleitoral, cabe ao eleitor escolher seu candidato por exclusão.
Você prefere bolinhas de papel ou bexigas de água? Será que esse é o Brasil do futuro que ouvíamos desde criança? Um futuro construído sobre as promessas de manutenção do passado?
Se os candidatos debatessem realmente o futuro ou pautas claras sobre educação, segurança e meio-ambiente não haveria ataques, mas uma visão de desenvolvimento com soluções em prol do bem-comum de nosso país. O eleitor poderia escolher por identificação.
Entretanto, o que vemos desde o anúncio do resultado do primeiro turno é uma sucessão de disparates. A agressão foi a tônica de toda campanha nessa fase, e por isso, não me surpreende que ela se expresse fisicamente aos candidatos nesse momento.
Desde criança, ouço meus avós me dizerem que a vida é o espelho das ações que realizamos.
É hora de olharmos ao redor e aprendermos a lição: de todas as escolhas que fizermos, receberemos de volta as suas conseqüências. E, geralmente, em dobro!
O mundo reflete aquilo e quem você é. Se você não está feliz com o que está acontecendo ao seu redor, o tipo de pessoa que você atrai ou as oportunidades que se apresentam, pare de tentar mudar o mundo. Mude suas próprias ações e pensamentos!
Busque entender onde está seu foco. Para a maioria das pessoas, o foco está no mundo exterior. Entretanto, direcionar a responsabilidade pelos resultados de sua vida apenas ao mundo exterior pode levá-lo à infelicidade e uma busca contínua de um estado indescritível e indefinível de seu próprio ser.
O mundo é o espelho de suas atitudes, crenças e pensamentos. A chave para moldar e mudar a sua situação é focalizar a mudança em si mesmo.
Por isso, olhe para dentro. Defina aquilo que é aceitável ou não para você. Determine por quanto tempo você está disposto a receber “bolinhas de papel na sua cabeça”.
Seus pensamentos e crenças trouxeram você até aqui, mas suas escolhas atuais construirão o seu futuro. Culpar os outros e as circunstâncias significa que você não está assumindo a responsabilidade e propriedade de e para si mesmo.
Pare de tentar mudar o espelho. Negar sua responsabilidade sobre seus próprios resultados faz de você uma vítima do mundo e de suas circunstâncias. Cada faceta de sua experiência de vida é uma resposta para a essência de quem você é.
Você pode até se assustar com essa idéia quando se depara com ela pela primeira vez, mas não há como não se render.
De tudo o que acontece, sempre há um terço de responsabilidade que é exclusivamente sua! Não adianta culpar apenas o ambiente ou os outros.
Como disse Mahatma Gandhi: "devemos nos tornar a mudança que queremos ver no mundo". Espero que nossos candidatos pensem nisso durante a próxima semana e que os eleitores, mesmo com dificuldade, possam fazer a melhor escolha.

ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado no Caderno Opinião - MogiNews
23 de outubro de 2010


sexta-feira, 22 de outubro de 2010

TECNOLOGIA DO ABRAÇO


Para um bom final de semana, não resisti em compartilhar com vocês a tecnologia do abraço, por um matuto mineiro...
O matuto falava tão calmamente, que parecia medir, analisar e meditar sobre cada palavra que dizia...
- É...das invenção dos homi, a que mais tem sintido é o abraço. O abraço num tem jeito di um só aproveitá!
Tudo quanto é gente, no abraço, participa uma beradinha...
Quandu ocê tá danado de sodade, o abraço de arguém ti alivia...
Quandu ocê tá cum muita reiva, vem um, te abraça e ocê fica até sem graça de continuá cum reiva...
Si ocê tá feliz e abraça arguém, esse arguém pega um poquim da sua alegria...
Si arguém tá duente, quandu ocê abraça ele, ele começa a miorá, i ocê miora junto tamém...
Muita gente importante e letrado já tentô dá um jeito de sabê purquê qui é qui o abraço tem tanta tequinologia, mas ninguém inda discubriu...
Mas, iêu sei! Foi um ispirto bão de Deus qui mi contô... Iêu vô contá procêis u qui foi quel mi falô:
O abraço é bão pur causa do Coração...Quandu ocê abraça arguém, fais massarge no coração!... I o coração do ôtro é massargiado tamém!Mas num é só isso, não... Aqui tá a chave do maió segredo de tudo:
É qui, quandu nois abraça arguém, nóis fica cum dois coração no peito!...
(autor desconhecido. Esse sim, sabe das coisas.)

domingo, 17 de outubro de 2010

ECONOMIA SUBTERRÂNEA


Uma semana especial com orientações sobre a formalização de Microempreendedores Individuais (MEI) está sendo preparada pelo SEBRAE em todo o país. A idéia é ampliar o conhecimento de toda a população a respeito dessa nova condição jurídica-empresarial que permite o pagamento simplificado de impostos e a facilidade em formalizar pequenos negócios.
Mesmo com muita evolução no ambiente empresarial nos últimos anos, ainda são altos os números de pessoas que, atuando na informalidade, contribuem para o desenvolvimento do nosso país. Um estudo publicado pelo Instituto de Economia da FGV mostra que a economia subterrânea do Brasil, conhecida como economia informal, representou 18,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009. Quanto isso representa?
O equivalente a R$ 578,4 bilhões ou algo muito próximo ao PIB da Argentina.
Manter patamares tão altos de recursos na informalidade reduz nossa capacidade de geração de tributos que poderiam ser reinvestidos em nossas próprias regiões bem como de investimentos privados. Com o impacto da concorrência desleal, muitas empresas formalizadas não encontram incentivos para ampliar suas atividades e não conseguem firmar boas relações comerciais locais. Afinal, como comprar de um fornecedor local se não há garantias desses negócios?
Atuar para a redução da economia informal é fundamental para expandir a formação do capital do nosso País, gerar empregos, melhorar a renda da população e garantir cidadania empresarial àqueles que contribuem muito para a economia local.
A criação do MEI como uma nova categoria para formalização de pequenos negócios tem o objetivo de melhorar a vida de quem trabalha por conta própria à frente de um empreendimento de pequeno porte ou dos trabalhadores informais.
Mais de 600 mil empresários brasileiros já formalizaram seus empreendimentos através dessa nova condição e sabemos que ainda existem muitos que podem utilizar esse recurso para ter acesso à proteção previdenciária, com os benefícios de aposentadoria, salário-maternidade, auxílio-doença e pensão por morte para a família.
Além, é claro, da obtenção do CNPJ e da possibilidade de ampliar a quantidade de clientes, de crédito e de negócios a partir da formalização.
A redução da economia subterrânea indica uma evolução do nível de desenvolvimento da economia e da maturidade de nosso país. Há espaço para todos.
É preciso ampliar o conhecimento de toda a comunidade empresarial sobre seus direitos e deveres, acompanhar a regulamentação da Lei Geral Municipal em todos os municípios paulistas e desenvolver subsídios para que trabalhadores honestos possam ter participação mais efetiva na economia, como o que acontece em Mogi das Cruzes.
Se quiser entender um pouco mais sobre a figura do Microempreendedores Individual, acesse o  Portal do Empreendedor ou visite qualquer unidade do SEBRAE na próxima semana.
Fazendo uma analogia, lembre-se que dizer que teve um tratamento de rei na casa do seu amigo, não significa que tenha se transformado em rei. Simplesmente, foi tratado assim, mas, nem por isso, passará a ser rei.
Assim são também os microempreendedores Individuais: para que sejam “reis” de verdade, além do CNPJ, será preciso dedicação, planejamento e persistência para que vejam seus negócios brilhar! 




 ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado no Caderno Opinião - MogiNews
16 de outubro de 2010 

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

VENDEDORES DE SONHOS


“Somos professores? Muito mais! Somos educadores? Mais ainda! Somos vendedores de sonhos!” A afirmação de Augusto Cury é um convite para a reflexão sobre atitude do profissional da educação e sobre os caminhos escolhidos para a prática pedagógica na atualidade.
Nosso sistema escolar tem predominância ao domínio de questões analíticas. Os alunos passam anos numa relação de quase passividade com o aprendizado e evoluem em um sistema em que os pontos de referência são previamente estabelecidos.
Será que a vida pode ser previamente definida como são os livros didáticos?
Vivemos a era do conhecimento e da valorização do capital intelectual. Não há mais espaço para a simples transferência do conteúdo cognitivo convencional. É preciso uma nova dimensão de valores, princípios, métodos e atitudes na educação. É preciso vender sonhos!
Não bastam novas diretrizes curriculares, novas premissas ou novas competências. Promover um programa nacional de educação empreendedora que abarque todos os níveis escolares é o caminho para preparar os jovens a desempenhar diferentes papéis e para que se sintam protagonistas de suas próprias vidas.
Não podemos mais aceitar a transmissão de conhecimentos estanques, separados e isolados. O saber não é um estoque de conhecimento estático. Ele deve contribuir para a formação de pessoas mais autônomas, mais criativas e capazes de liderar a partir de seu potencial empreendedor.
Empreendedorismo que não se aplica somente a prática dos negócios, mas a todas as esferas das atividades humanas desenvolvendo aptidões que permitam definir contextos, estratégias e realizar escolhas que transformem sonhos em realidade.
Para que a escola atinja o objetivo de formar empreendedores é necessário que busque uma nova metodologia de ensino. O professor empreendedor é aquele que, mesmo acostumado às posturas tradicionais, abandona sua posição como fonte de todo conhecimento e insere em seu planejamento a possibilidade de educar lidando com os imprevistos e adversidades da construção coletiva do saber.  Além disso, cria novas oportunidades, atua com perseverança e aceita correr riscos estabelecendo metas objetivas para si e para seus educandos com confiança e independência.
Ao professor empreendedor cabe exercer o papel de "intraempreendedor" e comprometer-se com os ideais de um novo modelo de desenvolvimento de pessoas que pressupõe novos programas, ainda mais tempo de dedicação e a disponibilidade em ser mais do que professor ou educador, mas também uma espécie de mentor.
O exercício da pedagogia empreendedora requer de alunos e professores os mesmos requisitos multifacetados do aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.
Trata-se de um relacionamento dialético, em rede, onde todos têm a mesma autonomia e poder para influenciar seu próprio futuro e o de sua comunidade.
Não basta educar as pessoas para serem donas de negócios, mas sim para serem donas de si.

Desejo a todos os educadores brasileiros um Dia dos Professores repleto de boas notícias...
Cuidar das sementes hoje garantirá os melhores frutos no amanhã!


ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado em O Diário Empresarial
14 de outubro de 2010


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

CHEGAMOS AO SEGUNDO TURNO

Meus amigos e leitores

Muito obrigada pelos votos e pelas mensagens de incentivo que levaram o Lounge Empreendedor aos Top 100 classificados no Prêmio Top Blogs 2010 - categoria "Empreendedorismo". Já somos TOP 100!
É incrível como a dedicação aos textos e o carinho espontâneo de vocês têm me gerado frutos tão saborosos. Há pouco mais de um mês, ficamos entre os 10 blogs selecionados para o 2º BlogBooks e agora estamos aqui...
Foram 15.148 blogs inscritos e quase 1.100.000 votos na primeira etapa. É a força da blogosfera mostrando sua cara!
Mas ainda existe a chance de sermos TOP 3. É aí que preciso, mais uma vez, da confiança e ajuda de vocês.

Topam votar novamente?!?

Para isso, basta clicar no selo TopBlog 2010 no topo do Lounge Empreendedor à direita (ou clicar aqui)
Ao clicar, vocês serão direcionados para uma tela onde basta acionar o botão "votar” ao lado da descrição do blog. Nome e e-mail e pronto!
Logo vocês receberão uma mensagem com um link, onde deverão clicar para a confirmação do voto. Não se preocupem pois não há utilização do e-mail de vocês em mailings ou spam.
Conto com o voto e a divulgação de vocês. Cada conta de e-mail pode realizar um único voto.

Saibam que a cada passo minha responsabilidade com a qualidade e conteúdo dos textos só aumenta!

Um forte abraço e sucesso!
Obrigada SEMPRE!

ANA MARIA MAGNI COELHO

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

GRATIDÃO SEM VERGONHA

Gratidão pode parecer um tema suave ou até mesmo óbvio para sua leitura em um blog cujo tema é empreendedorismo. Talvez você esteja à procura de uma nova lição de liderança ou uma diferente abordagem sobre marketing e vendas. Entretanto, mesmo quando falamos em gestão de empresas é preciso resgatar valores essenciais como amizade, gratidão, lealdade e respeito. Esse é o real sentido do "jogo da vida"!
A necessidade das pessoas em valorizar apenas o patrimônio, a posição profissional ou social faz com que muitos percam o sentido real de suas conquistas. Já escutei inúmeras vezes que no ambiente competitivo das organizações há muito mais pessoas ingratas do que gratas. Talvez seja verdade. E justamente por isso, a gratidão tem poderes incríveis para quem a pratica.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

SER EMPREENDEDOR É...

Empreendedores que planejam melhor a abertura de suas empresas, que buscam capacitação e que se dedicam ao progresso de sua gestão permanecem mais tempo em atividade, gerando renda, empregos e tornando real o sonho de manter um negócio próprio.
A melhoria do perfil empreendedor e um ambiente mais favorável à criação de novos negócios é o principal presente desse mês do empreendedor quando o SEBRAE-SP publica o estudo inédito de 12 anos de Monitoramento da Sobrevivência e Mortalidade das Empresas Paulistas – 2010, lança um novo portal com acesso às redes sociais e amplia o portfólio de soluções disponíveis a todos aqueles que nos acompanham e creditam em nós parte de seu sucesso.
O estudo sobre o tempo de atividade dos pequenos negócios paulistas mostra que, em pouco mais de uma década, a taxa de mortalidade das empresas com cinco anos de atividade caiu de 71% para 58%. Uma evolução que merece muita comemoração!
Além da melhoria do ambiente macroeconômico e da aprovação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa em quase 120 municípios paulistas, a mudança no perfil do empreendedor de sucesso contribui para essa maior sobrevida.
Hoje, o empreendedor paulista é jovem, tem melhor nível de escolaridade, decidiu iniciar um negócio em função de uma oportunidade, já tem alguma experiência no ramo de atuação e planejou, cerca de 6 meses, antes de abrir a empresa.
Não há mais espaço para aventura, mas sim vontade real de transformar o sonho de empreender em capacidade de realizar.
Mapear os números e analisar as causas do sucesso ou insucesso das pequenas empresas paulistas é fundamental para que possamos melhorar nossa participação na esfera corporativa. Afinal, são vocês que nos movem diariamente a buscar o aprimoramento de nossas soluções e canais de atendimento para os quase 50.000 pequenos negócios do Alto Tietê e os 5 milhões de empreendedores que decidiram investir na abertura de um negócio próprio em São Paulo
Sabemos o tamanho do nosso desafio, mas sabemos também que ser empreendedor é ser otimista e acreditar no futuro. É transformar crises em oportunidades exercendo influência nas pessoas a fim de guiá-las em direção às suas idéias.
Ser empreendedor é acreditar na capacidade de criar algo novo ou inovar o que já existe. É buscar novos negócios e oportunidades com a preocupação na melhoria dos produtos e serviços baseando suas ações nas necessidades do mercado.
É assim que desejamos comemorar mais um mês do empreendedor. Queremos avançar rumo à construção de um país realmente forte com pessoas capazes de empreender para transformar e inovar para crescer.
Aceita nosso convite?


ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado em O Diário Empresarial
07 de outubro de 2010

sábado, 2 de outubro de 2010

UNANIMIDADE

"Toda unanimidade é burra"
Nelson Rodrigues
“Toda unanimidade é burra”, dizia Nelson Rodrigues. Ouso acrescentar que, além de burra, pode ser perigosa. Seja ela contra ou a favor de qualquer idéia.
A palavra unanimidade vem do latim unanimis. Significa que duas ou mais pessoas vivem com um (unus) só ânimo (animus). Não haveria problema se esse ânimo estivesse apenas relacionado ao objetivo de uma equipe de trabalho ou aos sonhos e propósitos de um casal.
Entretanto, buscar a unanimidade como consenso absoluto em todas as questões pode ser um artifício perigoso para manipulação de um povo com preguiça de pensar.
Frases de efeito como as de Nelson Rodrigues despertam boas discussões e revelam na unanimidade o esforço autoritário para inibir a criatividade e enterrar a capacidade crítica e reflexiva do ser humano.
A burrice vem de pessoas despreparadas e inconseqüentes que não gostam de debater determinados assuntos e não aceitam opiniões contrárias às suas, numa clara atitude de superioridade diante de sua condição.
Unanimidade deveria ser a última busca de qualquer dirigente, seja de uma empresa ou de um país. Instituí-la como verdade pode levar uma comunidade a acomodação e a ilusão de que tudo está em ordem, quando na verdade não está. Uma zona de conforto superficial onde o risco de ser surpreendido por acontecimentos desastrosos pode ser irreversível.
É burrice adotar cegamente a opinião pública, os dogmas, as ordens, as convenções ou tradições que vêm não se sabe de onde e com quais finalidades. É burrice optar por um curso apenas pelo status que ele oferece ou ler a lista completa dos livros mais vendidos se você não puder evoluir e se desenvolver com eles.
Reconhecer que idéias prontas podem ser falhas é um passo importante para não parar no tempo e para refazer a história da sua vida, empresa ou país.
O filósofo alemão Theodor Adorno comparava qualquer estado de paralisia à burrice. Se o corpo é paralisado por um ferimento físico, o pensamento é paralisado pelo medo daquilo que parece novo. A simples repetição de qualquer modelo ou ideologia gera uma deformação relativa à capacidade de pensar e de criar de uma nação. Quem apenas repete o passado não pode inventar nada.
E convenhamos: nenhuma experiência pode ter sido tão boa ou tão negativa a ponto de tornar um ser humano burro. Burrice não é apenas pensar errado, mas pensar com inibição e conforto.
Sejamos unânimes inteligentes! A unanimidade inteligente pressupõe a liberdade de distinguir entre o nosso direito de questionar e o nosso dever de assumir a responsabilidade pela transformação que desejamos ver.
Quem segue na unanimidade alheia enxerga o mundo sob as lentes distorcidas de uma miopia que não lhe diz respeito.

Pense nisso amanhã!


ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado no Caderno Opinião - MogiNews
02 de outubro de 2010
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