quinta-feira, 14 de outubro de 2010

VENDEDORES DE SONHOS


“Somos professores? Muito mais! Somos educadores? Mais ainda! Somos vendedores de sonhos!” A afirmação de Augusto Cury é um convite para a reflexão sobre atitude do profissional da educação e sobre os caminhos escolhidos para a prática pedagógica na atualidade.
Nosso sistema escolar tem predominância ao domínio de questões analíticas. Os alunos passam anos numa relação de quase passividade com o aprendizado e evoluem em um sistema em que os pontos de referência são previamente estabelecidos.
Será que a vida pode ser previamente definida como são os livros didáticos?
Vivemos a era do conhecimento e da valorização do capital intelectual. Não há mais espaço para a simples transferência do conteúdo cognitivo convencional. É preciso uma nova dimensão de valores, princípios, métodos e atitudes na educação. É preciso vender sonhos!
Não bastam novas diretrizes curriculares, novas premissas ou novas competências. Promover um programa nacional de educação empreendedora que abarque todos os níveis escolares é o caminho para preparar os jovens a desempenhar diferentes papéis e para que se sintam protagonistas de suas próprias vidas.
Não podemos mais aceitar a transmissão de conhecimentos estanques, separados e isolados. O saber não é um estoque de conhecimento estático. Ele deve contribuir para a formação de pessoas mais autônomas, mais criativas e capazes de liderar a partir de seu potencial empreendedor.
Empreendedorismo que não se aplica somente a prática dos negócios, mas a todas as esferas das atividades humanas desenvolvendo aptidões que permitam definir contextos, estratégias e realizar escolhas que transformem sonhos em realidade.
Para que a escola atinja o objetivo de formar empreendedores é necessário que busque uma nova metodologia de ensino. O professor empreendedor é aquele que, mesmo acostumado às posturas tradicionais, abandona sua posição como fonte de todo conhecimento e insere em seu planejamento a possibilidade de educar lidando com os imprevistos e adversidades da construção coletiva do saber.  Além disso, cria novas oportunidades, atua com perseverança e aceita correr riscos estabelecendo metas objetivas para si e para seus educandos com confiança e independência.
Ao professor empreendedor cabe exercer o papel de "intraempreendedor" e comprometer-se com os ideais de um novo modelo de desenvolvimento de pessoas que pressupõe novos programas, ainda mais tempo de dedicação e a disponibilidade em ser mais do que professor ou educador, mas também uma espécie de mentor.
O exercício da pedagogia empreendedora requer de alunos e professores os mesmos requisitos multifacetados do aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.
Trata-se de um relacionamento dialético, em rede, onde todos têm a mesma autonomia e poder para influenciar seu próprio futuro e o de sua comunidade.
Não basta educar as pessoas para serem donas de negócios, mas sim para serem donas de si.

Desejo a todos os educadores brasileiros um Dia dos Professores repleto de boas notícias...
Cuidar das sementes hoje garantirá os melhores frutos no amanhã!


ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado em O Diário Empresarial
14 de outubro de 2010


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