No Brasil, mais de 75% da população vive em áreas urbanas e esse percentual deve atingir 85% nos próximos vinte anos. Não há como negar que, justamente por isso, as cidades têm assumido um papel decisivo na busca pela sustentabilidade. Afinal, o crescimento urbano gera uma imediata (e imensa) demanda por serviços e produtos que muitas vezes, são atendidos sem nenhuma forma de planejamento.
Entretanto, crescimento descontrolado, degradação ambiental, aumento dos problemas sociais são fatores que merecem atenção não apenas dos gestores públicos, mas de toda a sociedade. Terceirizar o problema ao poder público é simples, pois assim podemos culpar alguém por aquilo que não somos capazes de mudar.
Em um regime democrático, a solução de problemas sociais, ambientais ou econômicos passa pela mente (e pelas mãos) de todos nós. Ou a gente participa, ou participa! Reclamar não resolve nada.
Criar e viver em uma cidade sustentável é um fenômeno em construção que depende da própria capacidade social de reorganizar seus espaços, gerir novas propostas e superar desigualdades. Para torná-la real é preciso construir um conjunto de metas compartilhadas que oriente seu desenvolvimento e crescimento considerando pessoas, meio ambiente e recursos financeiros e estabelecendo a todos o pleno direito à cidade desde a periferia até os centros comerciais, industriais e residenciais.
De nada adianta promover a redução dos déficits habitacional ou de saneamento, se as novas demandas relacionadas aos problemas ambientais associados às mudanças climáticas ficarem ausentes dos planos de governo. Uma cidade sustentável deve possuir políticas de proteção ao meio urbano, com planos de urbanização, análise consistente dos grandes empreendimentos a serem licenciados, gestão das águas, projetos de drenagem para reduzir enchentes, proteção das áreas verdes metropolitanas e consistentes políticas de mobilidade urbana como condição à questões de bem-estar e de qualidade de vida.
De olho na construção de cidades mais sustentáveis, novos negócios (ou novas unidades de negócios em grandes empresas) estão sendo idealizados para oferecer soluções e serviços compatíveis com tal demanda. Tecnologias verdes, cidades inteligentes, soluções para mobilidade, sistemas mais eficientes de distribuição de energia e de água, reciclagem de materiais. Haverá espaço para nichos completamente novos.
Por isso, participação e diálogo com as comunidades tornam-se fundamentais para construir estes novos modelos. Não adianta nenhum tipo de solução ou decreto unilateral. É preciso que as escolhas façam sentido e integrem um modelo de gestão pública focado na sustentabilidade real. Aquela que oferece condições de sobrevivência social, econômica e ambiental com ganhos para todos. É lá que mora a felicidade.
Com o objetivo de sensibilizar, mobilizar e oferecer ferramentas para que os 5.565 municípios brasileiros se desenvolvam dessa forma, a rede Nossa São Paulo, a Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis e o Instituto Ethos, com o apoio da Fundação Avina, lançaram no dia 19 de agosto de 2011, no Sesc Consolação (São Paulo) a Plataforma Cidades Sustentáveis.
Durante o evento, foram apresentados Indicadores de Sustentabilidade Urbana para 12 eixos temáticos da Carta Compromisso; Casos de boas práticas que orientem a gestão pública no sentido de melhorar os diversos indicadores de forma integrada; o Relatório on-line de prestação de contas da Carta Compromisso e também a nova versão do site http://www.cidadessustentaveis.org.br/, onde os leitores do Lounge Empreendedor podem se aprofundar e conhecer mais sobre essa proposta.
E aí??? Você vai reclamar ou participar?
ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado no Caderno Opinião - Jornal MogiNews
20 de agosto de 2011
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