O governo lançou, na última quinta-feira (11), o programa Mulheres Mil, que pretende formar e inserir 100 mil mulheres no mercado de trabalho até 2014. O programa faz parte do Plano Brasil sem Miséria e está inserido no conjunto de prioridades das políticas públicas do governo federal, especialmente nos eixos de promoção da eqüidade, igualdade entre sexos, combate à violência contra mulher e acesso à educação.
A idéia do programa consiste em oferecer acesso à educação profissional a mulheres em situação de vulnerabilidade social, como mães solteiras ou chefes de família que não tiveram oportunidade de estudar e nem de serem inseridas no mercado formal. O programa é executado em parceria entre os ministérios da Educação e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e as secretarias de Direitos Humanos e de Políticas para as Mulheres.
O Mulheres Mil foi implantado como projeto piloto em 2007, em parceria com universidades canadenses. Por intermédio de 13 institutos federais de educação, ciência e tecnologia, o projeto atendeu mil mulheres em 13 estados do Norte e Nordeste. Agora, será efetivado em todo o País e, ainda neste ano, 100 campi da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica deverão beneficiar 10 mil mulheres com a aplicação do programa.
De acordo com Eliezer Pachedo, Titular da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, "embora seja um avanço tirar estas mulheres da marginalidade social absurda, nós não podemos nos contentar com a inclusão, nós temos que trabalhar pela emancipação dessas pessoas.
Ilda Maria Vital de Oliveira, uma das alunas formadas pelo projeto piloto do programa, esteve presente no evento de lançamento nacional e mostrou toda a sua satisfação. “Graças ao projeto, eu tive a oportunidade de ter uma profissão e começar a trabalhar. Em 2008, quando comecei o curso, estava desempregada. Depois do curso de camareira, consegui emprego em um hotel em Fortaleza e estou lá há dois anos. O curso mudou a minha vida e a minha família”, contou Ilda.
Emancipação como consciência crítica dessa sociedade desigual, no sentido de torná-las sujeito do processo social e de emancipação, para lhes dar uma autonomia profissional que lhes permita assumir as responsabilidades como mães de família, chefes de família, já que no nosso país há um número muito expressivo de mulheres que são chefes de família, embora a sociedade reconheça essa responsabilidade e não a valorize como tal."
Mesmo consciente de que muitos passos ainda necessitam ser dados, fiquei encantada com o programa. Não acredito em mudanças apenas pelo caminho do assistencialismo. Prefiro ações que possam gerar protagonismo, principalmente quando nos referimos a mulheres que muitas vezes passam por violência, têm baixa autoestima, não acreditam em si mesmas porque já passaram 30, 40, 50 anos sem estudar e não vêem muitas saídas à sua própria miséria.
As ações do programa envolvem desde culinária e aproveitamento integral de alimentos até aulas de informática, oficinas de artesanato, cidadania e acompanhamento psicológico.
Ilda Maria Vital de Oliveira, aluna do projeto piloto do programa Mulheres Mil (Foto: Valter Campanato/ABr) |
Esse é o caminho!!! Ensinar a pescar...
"Falar do Mulheres Mil é falar em mulheres que resgataram sua autoestima, que descobriram novos objetivos na vida e elevaram seus sonhos. É falar de oportunidades de acesso ao conhecimento e à educação de qualidade; é termos mulheres na busca de sua afirmação, emancipação e cidadania. Estamos falando de mulheres que constroem de forma personalizada seus itinerários de formação, que desenvolvem habilidades e competências demandadas pelo mundo do trabalho e por um viver melhor. Mulheres que estruturam famílias e fortalecem comunidades." (Sérgio Luiz de França, Membro da Direção Nacional do Projeto Mulheres Mil)
Se você quiser saber mais sobre o programa, acesse o site Mulheres Mil e participe. Os Institutos Federais terão até o próximo dia 19 (sexta-feira) para aderir ao programa e serão habilitados apenas 200 gestores e 100 núcleos para iniciar as atividades ainda neste semestre e oferecer os cursos profissionalizantes. A chamada pública está no site do MEC.
E se a história de algumas dessas mulheres lhe interessar (assim como me interessou), assista o documentário "Eu tenho um Sonho" dirigido pelo cineasta Helvécio Ratton. O documentário mostra as histórias de vida e a importância do programa para transformar a realidade destas mulheres.
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