sexta-feira, 5 de novembro de 2010

CPMF? E AGORA, JOSÉ?

O Brasil é um dos países com maior carga tributária do mundo. Em 2010, a arrecadação tributária deve atingir 34,38% do PIB (Produto Interno Bruto) o que em novembro já significa mais de R$ 1 trilhão de acordo com o Impostômetro. São mais de 70 tipos de impostos diferentes. Taxa-se a renda, taxa-se o faturamento, taxa-se a propriedade, taxa-se o consumo, taxa-se a importação, taxa-se a exportação. Seja você é uma pessoa física ou jurídica, certamente você soma e multiplica impostos em todas as suas operações.
Nesse cenário, a solução para qualquer problema discutido durante as campanhas eleitorais estaria na criação de novo tributo? Ou pior, retomar a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) garantiria que os investimentos acontecessem na área correta?
Gastar menos e investir melhor os recursos já disponíveis em lugar de buscar arrecadar mais daria aos governos maior credibilidade e aceitação. Falta planejamento, gestão e competência política. Sobram CPIs, corrupção, inchaços na máquina pública e dinheiro de tributos distribuídos em meias e cuecas.
Fique claro que, ao me referir aos “governos”, não faço nenhuma alusão partidária. O raciocínio vale para as esferas Federal, Estadual ou Municipal.
O regime fiscal está em colapso. Há anos vem gerando aumento nos gastos primários de forma bem mais veloz do que o aumento do PIB. As contas públicas são mantidas sob aparente controle à custa de uma elevação sem fim da carga tributária. É como se em uma empresa, você fizesse muito mais retiradas do que entradas e então, pra cobrir o rombo no caixa, injetasse capital de giro ilimitado através de recursos externos. A conta não fecha.
Discutir a retomada da CPMF agora não faz sentido sem o pensamento maior sobre uma reforma completa. Parece uma maneira de direcionar o holofote para discussões bem menos importantes à nossa Nação e de garantir a manutenção dos gastos públicos exatamente como estão.
É iminente pensar em iniciativas que melhorem a competitividade sistêmica do nosso país. Precisamos de uma política tributária que cuide da devolução dos créditos e da desoneração da folha de pagamentos. Precisamos de investimentos em infra-estrutura com redução do custo de transporte e logística e ampliação na oferta de insumos básicos.
Devemos zelar pela ampliação dos financiamentos privados, redução das taxas de juros e ampliação da oferta de seguros e garantias. E, é claro, pela qualificação da mão de obra e por maiores incentivos à inovação, pesquisas e desenvolvimento.
Como disse nossa presidente eleita, Dilma Roussef, em seu primeiro pronunciamento:

faremos todos os esforços pela melhoria da qualidade do gasto público, pela simplificação e atenuação da tributação e pela qualificação dos serviços públicos.”

E agora, José, Maria e João?
Aceitaremos calados o retorno da CPMF?


ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado no Caderno Opinião - MogiNews
06 de novembro de 2010

3 comentários:

  1. Parabéns pelo artigo, você faz a diferença, sempre.......

    ResponderExcluir
  2. Olá
    Eu sou a Kinha do blog AMIGA DA MODA e também estou concorrendo ao prêmio TopBlog, na categoria VARIEDADES. Vim fazer uma proposta: “UM VOTO POR UM VOTO”. Eu voto em seu blog e vc no meu. Que tal a proposta?
    Gostei do se blog e estou te seguindo. Se gostar do meu, me siga também.
    Vou aguardar a sua visita.
    http://amigadamoda.blogspot.com
    Bjo

    ResponderExcluir
  3. Olá amiga

    Vim agradecer sua visita, comentário e seu voto. Acabo de votar e confirmar, obrigada e BOA SORTE.

    Bjo

    ResponderExcluir

Deixe seu comentário.
Ficarei feliz em conhecer sua opinião...

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Preferidos do Lounge Empreendedor

Creative Commons License
This work is licensed under a Creative Commons Atribuição Uso Não Comercial