segunda-feira, 9 de maio de 2011

ALÉM DO PORTUGUÊS E DA MATEMÁTICA


A palavra empreendedorismo, apesar de tão em voga, ainda é um ponto de interrogação para muitos. Tem gente que não sabe o que significa, tão pouco como usar ou desenvolver. É por isso que o conceito, que conseguiu, com o passar dos anos, ultrapassar as fronteiras do mundo corporativo, ganhou outros e novos espaços, inclusive, as salas de aula.
Analistas no assunto entendem que todos nós temos um “que” empreendedor; basta reconhecê-lo, lapidá-lo e colocá-lo em prática, da mesma maneira que é fato que há os que não são autodidatas no assunto. Aí é que entram os facilitadores e, agora, felizmente, os professores e ações específicas que permitem que, em tenra idade, o ser humano faça vale o seu lado especialmente arrojado.
Tomar decisões estratégicas, traçar planos, estabelecer e cumprir metas, organizar recursos e montar e administrar um negócio, independentemente de sua natureza, é o que se pode aprender numa aula sobre empreendedorismo – disciplinas, aliás, que farão, muito em breve, parte dos currículos de alunos, do 1º ao 5º ano, de Mogi das Cruzes, por meio do programa “Jovens Empreendedores”.
A iniciativa, que será desenvolvida pela Secretaria Municipal de Educação em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP) de São Paulo, tem tudo para ser frutífera e conquistar o sucesso alcançado pelo Colégio Magister, que fica na Zona Sul da capital. Na instituição de ensino paulistana, estudantes dos 8ºs e 9ºs anos não têm diretamente aulas sobre empreendedorismo, mas têm a possibilidade de participarem de uma ação complementar que os colocam em contato com alunos mais novos, do 1º ao 5º ano, como “ajudantes empreendedores”.
Numa espécie de trabalho voluntário, os participantes da atividade, com a devida autorização de seus pais e sob coordenação de um professor, prestam orientação às crianças. No começo, ajudam com os materiais, verificam bilhetes na agenda e até questões sobre a higiene dos mais novos. A responsabilidade aumenta ao passo em que há crescimento na ação por parte do voluntário e a sua adaptação. Logo, ele passa a auxiliar na parte pedagógica, exercitando algo que acho incrível: o aprender ao ensinar. Funciona assim: se um aluno mais novo estiver apresentando dificuldades nas aulas de Matemática, por exemplo, o estudante voluntário vai ajudá-lo, tendo em mente que não deve resolver as contas por ninguém. Deve, sim, ensinar o caminho das pedras, de maneira empreendedora e eficaz ao seu “aprendiz”.
O aluno que participa deste programa em São Paulo não deve ter problemas com notas, nem com frequência e só pode “faltar” no “trabalho” por três vezes – desde que justificáveis. Fica claro que, além de aprender noções sobre empreendedorismo, o voluntário se apropria do que significa comprometimento e como deve exercitar o respeito com o outro. Inclusive, caso precise se ausentar do programa, não pode, simplesmente, não ir no dia seguinte. As normas da atividade, como em qualquer empresa, exigem que o estudante se despeça das crianças que assiste – o que nos remete ao amadurecimento.
Não tenho dúvidas que estes jovens, tanto os do colégio de São Paulo quanto os que terão aulas de empreendedorismo em Mogi das Cruzes, terão uma visão muito mais dilatada no futuro quanto ao mercado de trabalho e se sairão melhores que outros durante a gestão de crises e na apresentação de soluções.
É importante que outras escolas sigam o exemplo e promovam esta construção de alteridade em seu processo pedagógico. Esses programas concretizam o teórico, possibilitam o desenvolvimento de uma série de competências - além das disciplinas tradicionais -, bem como habilidades imprescindíveis que farão toda a diferença no futuro – que, a cada dia, torna-se menos distante!

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