Recentemente, assisti uma entrevista realizada por João Dória Jr em seu programa "Show Business", junto a João Carlos Paes Mendonça, que comanda um grupo de empresas que leva o seu nome. Tudo começou há 75 anos, quando o empresário abriu no Nordeste uma pequena mercearia, fazendo valer, naquele momento, uma grande história de vida. Sete décadas depois, o Grupo JCPM congrega empreendimentos imobiliários, shoppings centers em Pernambuco, Bahia, Sergipe e São Paulo e uma grande rede de Comunicação (a maior de Pernambuco) com direito a rádios, TV, Internet e jornal impresso. Nunca é demais lembrar que tudo começou com uma pequena mercearia, em Serra do Machado, Sergipe...
A trajetória de Paes Mendonça é inspiradora e prova que ao plantarmos a semente, temos de ter em mente que ela será cultivada para ser, um dia, uma árvore frondosa e pródiga em frutos, e não apenas uma árvore. É aquela tal história do possível e do impossível. O possível está aí para todo mundo fazer. É o impossível, na realidade, que acaba fazendo a diferença, nos tornando diferentes, referências e inspirações.
Para tanto é necessária certa dose de ambição para que objetivos sejam alcançados e para que sementes germinem apesar das pestes e tempestades. Do contrário, o medo e as incertezas podem tomar conta de todo o campo. E aí, das duas uma: ou não saímos do lugar e nos contentamos em ser apenas árvore; ou recuamos e rendemos nossos projetos ao conformismo e à comodidade (que por vezes são muito sedutores).
Nessa hora, com uma xícara e meia de aspiração, duas colheres de expertise, meio copo americano de intuição e a mesma medida de humildade, faz-se uma receita infalível, daquela que nos coloca no caminho certo, rumo às coisas boas e às realizações.
Costumo recorrer a receita de um líder incontestável quando me perguntam sobre sucesso. Jesus Cristo, que era grandioso e indiscutivelmente sábio, se fazia pequeno em todos os momentos em que faria dos pequenos grandes homens e, com eles, seguiria adiante. Fosse qual fosse o caminho; sendo qual fosse o desafio. Não vou discutir conceitos bíblicos, nem defender esta ou aquela religião. Entretanto, me curvo sabiamente aos ensinamentos daquele que nos mostrou como é possível se posicionar ao mundo e aos outros sem perder a subserviência, sem se corromper e sem se entregar à conveniência - algo tão antigo e ao mesmo tempo tão em voga nas empresas de todo o mundo.
João Carlos Paes Mendonça |
Vejo tanta gente que diz que tenta, tenta, tenta, mas que as coisas insistem em não dar certo. Colocar-se como vítima de uma situação não é garantia de bons caminhos. Esse ingrediente não faz parte de uma receita de sucesso. Histórias bem sucedidas não combinam com pessoas que pedem desculpa por existir, ou que responsabilizam o governo, o signo, a nuvem em formato de coelho no céu ou a situação econômica por seu fracasso. A vida é feita de escolhas e temos de bancar as que fazemos rumo a um futuro que almejamos alcançar, como empreendeu Paes Mendonça ao decidir com o seu pai, em 1961, incrementar o negócio, abrindo as portas de seu primeiro mercado piloto.
Nos primeiros anos, atolados em dívidas, as coisas pareciam regredir para esta família nordestina. A vida que era tranquila e equilibrada com a pequena mercearia passou a conhecer o mundo e se assustar. Mas, se o objetivo era conceder novos contornos ao empreendimento, era preciso arriscar e enfrentar as consequências. Resultado: após os problemas, vieram as soluções e, cinco anos depois, a rede Bompreço se tornava uma feliz realidade. Em 2000, ao ser comercializada por cifras expressivas para a Royal Ahold, a rede abarcava 61 lojas.
Neste período, Paes Mendonça chegou a presidir a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), fez parte do Conselho Monetário Nacional, presidiu a Associação Latino-Americano de Supermercados (Alas), viu o Bompreço chegar a 36ª posição entre as 500 maiores empresas brasileiras com crescimento de 1.147% em 15 anos e tornou-se membro do CIES, entidade que congrega as melhores 500 empresas de varejo e indústria de alimentos do mundo.
Augusto Cury |
Cerca vez, ouvi o médico psiquiatra e escritor Augusto Cury dizer que nossos sonhos não devem ser encarados como simples desejos. Para que se concretizem, eles devem ser vistos como projetos de vida. Projetos que, para se transformarem em realidade, necessitam de planejamento, metas e hipóteses. Depois de ouvir Paes Mendonça, ousaria complementar que para fazer nossos sonhos uma verdade, concretizando-os com a ajuda de outras pessoas, nunca devemos esquecer de onde saímos e do nosso começo. "Este seria o segredo do sucesso. É a essência do respeito. E admito, quanto mais eu trabalho, mais sorte eu tenho".
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