quinta-feira, 14 de julho de 2011

RESILIÊNCIA


NEM TODO EMPREENDEDOR NASCE SABENDO

Alguns sofrem grandes reveses na vida, mas levantam a cabeça e se recuperam emocional e materialmente. Outros enfrentam adversidades até menos graves e ficam presos a sentimentos de lamentação e revolta. Onde está a diferença?
A resposta está na capacidade de enfrentar adversidades com uma atitude positiva e no desenvolvimento de uma competência que é a coqueluche do momento nas organizações: a RESILIÊNCIA.
Ser resiliente é ter a capacidade concreta de retornar ao estado natural de excelência superando uma situação crítica. Segundo o dicionário Aurélio, é “a propriedade de pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão causadora de tal de formação elástica”.
A definição é perfeita quando pensamos em conceitos de física, mas será que é assim tão simples quando falamos em sentimentos e emoções?
Embora seja um assunto recente entre nós, essa capacidade humana de superar problemas tirando proveito dos sofrimentos e dificuldades inerentes às dificuldades é trabalhada há anos em áreas como saúde, sociologia e psicologia.
No mundo corportativo, o estresse não está mais restrito a profissionais que exercem altos cargos ou a líderes de grandes corporações. Pressão, competitividade, concorrência e cobranças atormentam a mente de quase todos os profissionais e a pessoa resiliente representa um grande diferencial, pois rapidamente se recupera e se molda após cada “deformação” vivida após um obstáculo ou desafio.
Muitos associam a resiliência como a mais nova competência emocional exigida às pessoas de sucesso. Ter a capacidade de suportar a pressão, manter-se motivado e com alto poder de recuperação não significa que o resiliente precise se calar ou ser passivo. Aliás, ao contrário. Não existe “Pollyanna” na resilência, mas sim coragem e visão. (se você nem imagina quem é Pollyanna, tem uma notinha lá embaixo)
Ser resiliente é ser capaz de promover as mudanças necessárias para atingir objetivos pessoais e metas da empresa sem lamentações quando alguma coisa surpreender pelo caminho. É estar antenado a todas as possibilidades e por isso, conseguir antecipar crises, prever adversidades e se preparar para cenários otimistas, realistas e até pessimistas com clareza de propósito e integridade de suas próprias competências e habilidades.
Sabe aquela pessoa que reconhece a queda, não desanima e sempre levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima?
Quanto mais resiliente se é, maior será também o auto-conhecimento e o desenvolvimento pessoal contornando situações que apresentem alto grau de tensão. Se a maioria dos profissionais têm suas competências diminuidas nessas situações, aquele que se conhece e sabe se manter em equilíbrio certamente terá um espaço diferenciado no mercado.
Para tornar a tarefa da resiliência um exercício diário comece mentalizando suas ações como projetos possíveis de serem colocardos em prática. Isso reduz a ansiedade e o prepara para possíveis situações que venham a ocorrer.
Encontre situações extra-trabalho que lhe tragam harmonia e satisfação e sirvam de ponto de apoio quando precisar de fôlego para se recuperar. Pratique esporte. A atividade física não serve apenas para deixá-lo na medida certa, mas também aumentam o ânimo, a disposição e a sensação de bem-estar.
Use a criatividade para quebrar a rotina e aproveite parte de seu tempo para ampliar seus conhecimentos, pois isso aumenta a autoconfiança e sua própria capacidade de resolução de problemas. Separe bem quem você é e o que faz.
Tornar-se protagonista e efetivo agente de mudanças é um excelente caminho para se transformar no “sobrevivente” repleto de boas notícias sobre mercado profissional. Ainda que o risco possa assustar, encare-o de frente; e se algo der errado, não entre em pânico. Permita-se sentir dor, recuar e, às vezes, enfraquecer para em seguida retornar ao estado original.
Se você acha que, nos últimos dez anos, muita coisa mudou, é porque nem imagina o que ainda pode acontecer nos próximos dez. Prepare-se!


ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado em O Diário Empresarial
Série "Nem Todo Empreendedor Nasce Sabendo"
14 de julho de 2011


Ah... Sobre Pollyanna...
Pollyanna foi um ícone da literatura juvenil dos tempos da minha mãe.
Lembro-me sempre de comparações sobre ela na minha infância e adolescência e até hoje, não tenho dúvidas de que seja uma referência para as mulheres de vinte a noventa anos. O livro fala da história de uma menina de onze anos, filha de um missionário pobre, que após ficar órfã, vai morar em outra cidade com uma tia rica, rígida e severa, à qual não conhecia previamente. (típico drama que rondava vários livros da minha infância). Pollyanna ensinava às pessoas o “jogo do contente”, que havia aprendido com seu pai no dia em que esperava ganhar uma boneca e recebeu um par de muletas. Seu pai lhe explicou que não existia nada que não fosse capaz de nos fazer contentes dentro qualquer presente ou situação, e ela, então, ficou contente por não precisar usar aquelas muletas que acabara de ganhar de presente. (Será que isso teria algum resultado com os pequenos de hoje?!?) Depois desse dia, ela criou o jogo de procurar em tudo que acontecia, alguma coisa que a faria contente, e ensinava o jogo sempre que encontrava alguém triste, aborrecido ou mal-humorado.
Preciso confessar que hoje prefiro o mal humor, mas tudo bem...

4 comentários:

  1. Oi Aninha, excelente seu texto. Se me permite, há um termo utilizado em engenharia (de onde veio a palavra resiliência) que é a "fadiga dos materiais". Até o mais resiliente dos materiais uma hora cessa de retornar à forma original quando cessa a tensão ou força que o deformou. Acho que é um conceito que você poderia explorar também....o que fazer quando pessoas esgotam sua resiliência e entram em fadiga?
    Beijos
    Roberto Ambrosio

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  2. Oi Roberto...
    Realmente a fadiga merece um novo post.
    É como teimosia e persistência. Chega uma hora que não dá mais, né?!?
    Um beijo
    @AnaMariaCoelho
    (sua aluna, lembra?!?)

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  3. Olá!
    Durante um certo tempo esse termo vem sendo usado em outras áreas do conhecimento, mas ultimamente, a educação também precisou incorporá-lo, tendo em vista a necessidade dos profissionais de se transformarem e se tornarem flexíveis, diante do contexto de mudanças que a sociedade passou. Excelente o texto e nos oferece possibilidades para um bom estudo de formação contínua.
    Prof. Givanildo Oliveira (Surubim/PE)

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  4. Prof.º Givanildo
    Seja na Física, na Educação ou nas Empresas, o fato é que ser resiliente oferece possibilidades na vida. Afinal, ninguém está imune a estresse, problemas e dificuldades, certo?!?
    Obrigada pela sua visita e bons estudos para sua formação continuada e de seus alunos.
    @AnaMariaCoelho

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