quinta-feira, 28 de julho de 2011

FADIGA

“Uma das traumáticas mudanças pelas quais está passando este país é que a busca da eficiência a todo custo e o excesso de competição entre as empresas está moendo as pessoas. Do ponto de vista humano é cruel. Do ponto de vista econômico é contraproducente”.
(Edward Nicolae Luttwak)


NEM TODO EMPREENDEDOR NASCE SABENDO


Adoro escrever textos que gerem comentários que me inspirem a produzir novos posts para o Lounge Empreendedor. Há 2 semanas, usei o conceito de Resiliência na série “Nem Todo Empreendedor Nasce Sabendo” e graças ao comentário do Roberto Ambrosio, senti a necessidade de explorar também o conceito de FADIGA. Afinal, nem todo empreendedor nasce sabendo como lidar com esse momento consigo e com seus funcionários.
A palavra fadiga é usada cotidianamente para descrever uma sensação penosa causada pelo esforço ou trabalho intenso. Um tipo de cansaço que se confunde com estafa e esgotamento físico ou mental.
Você já se sentiu assim? Saiba que não está sozinho.Fadiga é onipresente na vida cotidiana e seu maior problema se relaciona ao sofrimento psíquico que pode desencadear. Enquanto as empresas exigem cada vez mais que seus colaboradores, um contingente expressivo de pessoas se queixa de dores de cabeça e musculares, cansaço persistente, dificuldades de memorização e concentração, ou ausência do (delicioso) sono reparador.
Para ser competitivo, é preciso dar conta de várias tarefas simultâneas, de uma carga cada vez mais excessiva de trabalho e ainda estar pronto para as mudanças impostas pela tal vida moderna. É preciso ter resiliência!
Esse é o Roberto...
Entretanto, até mesmo a mais resiliente das pessoas, um dia pode esgotar sua capacidade de enfrentar adversidades com atitude positiva e logo estar pronta para outra. Em engenharia (mesma origem da palavra resiliência), há um termo que indica esse momento: fadiga. É o momento em que os materiais perdem sua capacidade de retornar à sua forma original (certo, Roberto Ambrosio?!?). Sabe aquele arame que depois de muito “dobra e desdobra”acaba quebrando exatamente no ponto do atrito?
Com o ser humano também é assim...
Essa impossibilidade de retornar à sua forma original e de manter a energia para realizar suas performances rotineiras é o que determina o limite entre a resiliência e a fadiga.
Por isso, reflita sobre sua atual capacidade de reagir a extrema pressão tanto quanto sobre liderança, comunicação ou trabalho em equipe. Entender qual é o seu nível de equílibrio exige maturidade, percepção do ambiente e auto-avaliação contínua de sua posição perante seu trabalho. Ser resiliente é um pré-requisito para buscar o crescimento na carreira, mas conhecer seus limites é estar apto a aceitar desafios coerentes com sua própria vida.
Uma leve fadiga e diminuição do humor podem ser comuns após longas jornadas de trabalho, muita tensão ou longos períodos sem reconhecimento. No entanto, chegar à exaustão após atividades leves e anteriormente tidas como prazerosas caracterizam uma resposta que reduzirá drasticamente sua capacidade de trabalho e de sociabilidade.
Se neste momento de exaustão, sua capacidade de ser resiliente não for ressignificada, poderá levá-lo ao estresse ou ao desenvolvimento de uma síndrome conhecida como Burnout. Pouco conhecida e de dificil diagnóstico, a síndrome de Burnout faz o trabalhador perder sua relação com o trabalho, de forma que as coisas deixem de ter importância e que qualquer esforço que faça seja inútil. Quando um profissional está afetado pela síndrome, as idéias pessimistas e o medo tomam conta de suas ações, decisões e relacionamentos com forte influência. (aliás, Brunout é assunto para um novo post.)
Opa! Está sentindo que essa hora se aproxima?!? Então, o melhor caminho é modificar suas atividades de rotina, evitar a monotonia, reduzir o excesso de longas jornadas de trabalho, melhorar a qualidade de suas relações sociais, das condições físicas no trabalho e investir no seu aperfeiçoamento profissional e pessoal. É hora de parar e olhar mais para dentro do que para fora, afinal sua saúde não pode ser insumo para sua carreira.
Ainda que o mundo - cada vez mais tecnológico e cheio de informações - pareça sugerir uma necessidade de produzir sempre mais e de adaptação a toda e qualquer mudança, cabe a cada um de nós ressignificar nossas próprias escolhas. Ressignificar é possuir a capacidade de transformar questões estressantes e emocionalmente fragilizadoras em algo possível e aceitável dentro de nosso limite. É capacitar-se para seguir - resiliente, apesar das dúvidas. Não significa, entretanto, que seja fácil. Mais do que coragem, é preciso conhecer-se e assumir o controle tanto no trabalho, quanto em função do que este trabalho pode oferecer a sua vida privada. Ingênuo é aquele que mantém a crença de que é possível separar vida pessoal e profissional.

ANA MARIA MAGNI COELHO
28 de julho de 2011

Um comentário:

  1. Nossa, sua frase inicial retrata algo que tenho vivido....

    Sempre gosto muito de vir aqui!

    Venho agradecer todo o apoio que você tem dado à comemoração de 1 ano do blog! bj Sandra
    http://projetandopessoas.blogspot.com//

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