Sempre que começamos a trabalhar em uma empresa nova achamos que ela é a melhor empresa do mundo. Chegamos motivados, repletos de expectativas positivas e com o desejo de contribuir rapidamente com os resultados do negócio.
Entretanto, logo percebemos que trabalhar em um ambiente corporativo nem sempre é divertido - e mais: nenhuma empresa é perfeita. A empresa perfeita depende de quem trabalha nela e isso inclui você! Se você faz parte do time de uma empresa e ela deixou de ser perfeita para você, reveja seus próprios conceitos, comportamentos e atitudes. Talvez o problema não esteja na empresa.
Há vários aspectos do dia a dia que acabam incomodando as pessoas de maneira diferente. Os motivos de estresse no local de trabalho costumam variar bastante de funcionário para funcionário, de empresa e também de país. Mas o fato é que não estamos em casa!
Uma pesquisa feita pelo LinkedIn, rede social para contatos profissionais com mais de 120 milhões de membros em todo o mundo e mais de 4 milhões no Brasil, revelou os fatores que mais irritam os profissionais em seus ambientes de trabalho.
Brasileiros ficam extremamente irritados com a fofoca excessiva no trabalho; os alemães, com a sujeira encontrada em eletrodomésticos de uso coletivo; os japoneses odeiam ser motivo de piadas. Mas os dois casos mais inusitados são os dos americanos e dos indianos. Os primeiros detestam o furto de comida na geladeira de uso coletivo e os últimos odeiam ouvir os constantes toques dos celulares dos seus colegas. Preciso confessar que ou estou ficando velha (e chata demais!) ou todas as opções são extremamente desgastantes. Empresas com cultura de fofoca, de fato são bem constrangedoras, mas sujeira, piadas, furtos e ausência de privacidade não são situações acolhedoras também.
No caso das empresas brasileiras, a "rádio-peão" (como é conhecida a fofoca corporativa) produz insegurança e queda de produtividade. As instituições com este tipo de problema têm sérias dificuldades em reter talentos por muito tempo, pois, normalmente, essas pessoas são mais éticas e maduras que as estruturas da própria empresa.
Também foi possível registrar diferenças entre sexos. No Brasil, o uso de roupas inadequadas (blusas decotadas e saias curtas, por exemplo) no escritório irrita mais mulheres do que homens; 76% do público feminino contra 44% do masculino. (OPS! Não sei porque, mas me lembrei da propaganda da Hope...) Independentemente de nacionalidade ou sexo, o fator que mais irrita no escritório (78% dos mais 17 mil de profissionais entrevistados pelo LinkedIn) são pessoas que não se responsabilizam por suas atitudes e decisões. Aliás, esse comportamento não deveria ser considerado inconveniente apenas na cultura corporativa. Confiança e credibilidade deveriam ser virtudes sempre presentes nos relacionamentos, certo?!?
Por isso, se você percebe que alguns comportamentos de seus colegas prejudicam sua produtividade é hora de se expressar. Ficar quieto ou reclamar para os colegas mais próximos apenas fortalecerá a cultura da fofoca.
Entendo não seja fácil sugerir a um colega a troca do toque do seu celular ou a limpeza da máquina de café após o uso, mas o segredo aqui é fazê-lo o quanto mais cedo possível. Um dos maiores erros que você pode fazer é deixar uma irritação crescer e chegar em um ponto de ruptura desproporcional. Na grande maioria dos casos, as pessoas não têm idéia da forma como afetam o ambiente de trabalho. Uma conversa calma e, de preferência, com exemplos sólidos de determinado comportamento e seus impactos sobre você pode auxiliar em uma possível mudança.
E se você quer mesmo contribuir para a melhoria do clima na sua empresa não esqueça do mais importante detalhe: olhe primeiro pra você.
Se existe algum tipo de discórdia em seu pequeno mundo corporativo, qual é a sua própria parcela de responsabilidade?
A pesquisa divulgada pelo LinkedIn pode ajudá-lo na análise. (veja o gráfico abaixo)
Pergunte-se: quantas vezes você deixou seus pratos ou xícaras na pia deste mês? Quantas vezes reclamou no café sobre o comportamento de um colega ou do seu chefe? Quantas vezes deixou seu celular tocando sobre sua mesa enquanto foi até o banheiro?
Se você não souber suas próprias respostas, não hesite em muito delicadamente pedir a um colega de confiança para orientá-lo. Afinal, como já dizia Mahatma Gandhi: sejamos nós mesmos a mudança que esperamos ver no mundo!
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