quarta-feira, 26 de outubro de 2011

INTERNACIONALIZAR PARA CRESCER


Ontem divulguei no Lounge Empreendedor a pesquisa realizada pelo Sebrae sobre a quantidade de empregos gerados nas pequenas empresas no mês de setembro. É bom quando pesquisas podem comprovar aquilo que defendemos e acreditamos.
Pois bem... Hoje é dia de falarmos sobre exportação.
Desde que bem planejada, a internacionalização dos negócios pode fazer parte da estratégia de crescimento de muitas empresas brasileiras de pequeno porte. E aquelas que se preparam para isso, já têm acompanhado bons resultados relacionados a essa modalidade de comercialização.
Vejamos primeiro os números...

Em 2010, as micro e pequenas empresas brasileiras registraram um aumento de 7,6% no valor das exportações em comparação a 2009, de acordo com uma outra pesquisa realizada pelo Sebrae Nacional em parceria com a Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). Em todo o ano passado, foi exportado um total de US$ 2,03 bilhões. Em 2009, o volume de negócios alcançou US$ 1,88 bilhão. Apesar disso, a participação das MPEs no valor exportado caiu de 1,2% para 1%.
A pesquisa aponta ainda uma pequena redução no número de empresas exportadoras - 11.858 em 2010 contra 12.184 em 2009 -, representando uma variação negativa de 2,7%. Cada MPE exportou, em média, US$ 171 mil em 2010, 10,6% a mais do que no ano anterior. Desde 2002, o valor médio exportado pelas MPE subiu 70,5%.
Apesar de o número de micro e pequenas empresas exportadoras ter apresentado uma pequena queda, elas ainda representam 61,6% dos estabelecimentos que mantém negócios com outros países - as microempresas são 27,7% e as pequenas, 33,9%. A valorização do real, a alta do preço das commodities e o fortalecimento do mercado interno são alguns dos fatores que influenciaram na menor participação das MPEs brasileiras no valor total exportado. Mesmo assim ainda acredito que com uma estratégia bem definida, as exportações podem incrementar o faturamento, transformar processos e gerar benefícios que se multiplicam além do caixa: aumentam a qualidade, definem novos materiais e insumos, determinam padrões, criam novas estratégias de marketing e aprimoram as questões éticas e de responsabilidade social.
Com relação aos setores, as MPEs exportadoras estão assim distribuídas: 58,7% na indústria, 34,9% no comércio, 4,7% na construção civil, 1,4% na agropecuária e 0,3% em serviços. Os principais produtos exportados pelas microempresas são calçados, vestuário, pedras preciosas ou semi, móveis e autopeças. Entre as pequenas, são móveis, madeira, mármore e granito, caçados e autopeças.
Os países da América Latina tiveram participação importante nas vendas, respondendo por cerca de 42% do valor total exportado pelas MPEs, porém, nos últimos anos, se observa um leve crescimento das exportações para novos mercados, como Ásia e África.

Por estado

São Paulo e Rio Grande do Sul, seguem liderando o ranking do número de micro e pequenas empresas exportadoras, com 5.906 e 1.655, respectivamente. Paraná (1.082), Minas Gerais (1.055) e Santa Catarina (940) também são destaques. A classificação em valores está na mesma ordem, com São Paulo registrando US$ 780 milhões em exportações, seguido do Rio Grande do Sul com U$ 281 milhões, Paraná com U$ 165 milhões, Santa Catarina com U$ 175 milhões e Minas Gerais com R$ 156 milhões.
A pesquisa mostra, de maneira geral, que a grande maioria das empresas exportadoras se recuperou da crise, mas as médias e grandes o fizeram com mais força, devido a fatores conjunturais - valorização do real, alta do preço das commodities, fortalecimento do mercado interno - e fatores internos às empresas - problemas de gestão, alto custo da mão de obra, etc. Tais fatores foram responsáveis para que a participação das MPEs no valor total exportado no País fosse reduzida. 

Se você se animou com os números e acredita que sua empresa está pronta para a internacionalização, planeje essa decisão de forma consistente. É importante que você possa compreender todas relações entre o seu pequeno negócio e o mercado global e avalie sua capacidade de atuação nesse mercado. Cada país costuma ter um processo de negociação particular e procedimentos operacionais para a concretização dos negócios; talvez sua empresa necessite de ajustes estruturais para a exportação que vão desde a correta seleção do mercado alvo até adequação à da área de logística ao cenário internacional.
Ricardo Martins, diretor de comércio exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), dá algumas dicas para investir na exportação: “Comece pelo Mercosul. É muito mais fácil começar a trabalhar com a Argentina, com o Uruguai e com o Paraguai do que com países da Europa e dos Estados Unidos. Isso facilita muito, em primeiro lugar aceitação de produtos produzidos por essas pequenas indústrias, a aceitação do Brasil como fornecedor e a não ocorrência de barreiras tarifárias com os nossos produtos."
Algumas vezes, só resta para as empresas buscar o mercado internacional para obter crescimento e vantagem competitiva. Pense em qual seria o correto posicionamento de nossas indústrias de armações para óculos, com o aumento da importação de armações chinesas? E o que seria das sandálias Havaianas se não tivessem ingressado em novos países?
Se quiser definir uma boa estratégia, responda sem pressa: onde sua empresa estará em 2020? 

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