“As empresas são agentes sociais no processo de desenvolvimento, cuja dimensão não se restringe apenas a uma determinada sociedade, cidade ou país, mas envolve o modo como se organizam e principalmente atuam, por meio de atividades essenciais”. A frase, de autoria de Herbert de Souza demonstra com clareza a responsabilidade das empresas – ouso dizer, de toda a comunidade – no combate às desigualdades e no melhor aproveitamento do potencial humano em prol do desenvolvimento do nosso país.
Estar presente nos bastidores do 14ª edição do Teleton, transmitido pelo SBT na sexta (21/10) e sábado (22/10), me deu a clara dimensão da forma como isso pode acontecer. A maratona beneficente em prol da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) arrecadou R$ 26.802.633,00 graças a ampla participação de empresas - de vários portes e segmentos -, artistas, atletas, sociedade civil e, inclusive, talvez, com sua. Com isso, duas novas unidades da instituição serão construídas: uma em Campina Grande (PB) e outra em Vitória (ES). A AACD erguerá as novas sedes e o governo ficará responsável por sua manutenção.
Betinho ficaria orgulhoso ao acompanhar tamanha integração.
Não gostaria de discutir o viés aparentemente eleitoreiro e promocional que os momentos finais da maratona Teleton adotou nos últimos anos. O que importa é a participação ativa de vários elementos da sociedade na promoção de um mundo menos desigual.Empresas são cada vez mais cobradas pelo papel que desempenham em favor das diferentes comunidades onde atuam. Alcance das metas, controle do endividamento e obtenção de lucro não são mais suficientes. Avaliar a saúde dos números não reflete a saúda da empresa. Ainda que a remuneração do capital e a satisfação dos acionistas continuem tendo grande importância, noções como cidadania corporativa e responsabilidade social vêm se incorporando, em velocidade exponencial, ao dia-a-dia dos negócios modernos, nas economias mais avançadas.
O mundo mudou. Empresas não são mais, exclusivamente, agentes econômicos – de geração de empregos ou de riquezas –, mas têm, sobretudo, o compromisso de se constituir em um veículo igualmente social e ambiental. Qualidade de produtos e serviços, por exemplo, não garantem competitividade; tais atributos são uma exigência natural frente à velocidade das informações, das inovações tecnológicas e o fenômeno online que transformou o comportamento e as exigências dos consumidores.
O mercado sinaliza e as empresas que definirem suas estratégias a partir deste sinal ganharão em imagem, reputação e boas relações. Ou você acredita que a “tropa do cheque” no Teteton tem apenas boa intenção?
ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado no Caderno Opinião - MogiNews
29 de outubro de 2011
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