Enquanto a maioria dos profissionais almeja o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, a pressão para se fazer cada vez mais em menos tempo consome diariamente nossas agendas. Ficamos atordoados com o acúmulo de tarefas e muitas vezes, a frustração acompanha o alcance (suado) dos resultados esperados.
Pior do que o cansaço físico, a conseqüência dessa árdua jornada envolve também a falta de eficácia nas atividades profissionais, problemas familiares e psicológicos e até mesmo a perda da saúde. No lugar de ascensão na carreira e melhor qualidade de vida, vamos imergindo numa rotina que nos tira o eixo e nos faz perder o controle sobre a própria vida.
Driblar essa situação não é fácil. Afinal, a maioria das pessoas mal percebe o quão imersas estão na rotina e sentem-se sem um instante sequer para planejar e organizar suas prioridades, sejam elas profissionais ou pessoais.
Quem em seu ambiente de trabalho já não teve a sensação de viver apagando incêndios causados por problemas que não param de aparecer?
Se você passa boa parte do seu tempo desta maneira, talvez a sua empresa esteja trabalhando no “às vezes”. “À vezes” entrega no prazo, “às vezes” tem um bom atendimento, “às vezes” a produção sai sem defeitos ou “às vezes” vende bem. Viver cercado por problemas impede que você assuma o controle sobre a sua vida. Lembre-se que movimento não significa produtividade. Quem vive correndo para apagar incêndios não tem tempo para administrar seu negócio, criar novas idéias, melhorar os processos e rotinas de trabalho e muito menos, para cuidar de si mesmo!Você já parou para pensar no que faria se tivesse uma hora a mais no dia?
A maioria das pessoas que responde essa questão pensa em situações relacionadas a sua vida pessoal, como convívio com a família, sono, academia ou momentos de lazer. Ninguém diz que ficaria uma hora a mais na empresa ou convocaria uma reunião para resolver os problemas do negócio. O motivo desses desejos é que as pessoas anseiam por atividades que lhe proporcionem prazer e não apenas resultados.
E como os dias não podem ter mais do que as 24 horas habituais, palavras como prioridade, planejamento e organização devem ser incorporadas à sua rotina. Deixar de priorizar aquilo que é importante e realizar apenas o que surge como urgência é uma grande falha pessoal. Se você não conduzir a sua vida, alguém fará isso por você; seja seu chefe, seu subordinado, seus filhos ou companheiro. E, dessa forma, ao final do dia, seu sentimento será de pura exaustão.
Se você deseja mudar, comece listando todos os papéis e suas atribuições que você exerce ao longo de um dia: mãe, esposa, líder, liderada, amiga, vizinha, voluntária, professora, filha, atleta, etc. Faça isso todas as manhãs. Você irá perceber que apenas o equilíbrio entre a dedicação dispensada a todos os seus papéis fará com que você alcance a “tão sonhada” satisfação pessoal e profissional.
Por mais que no princípio, pareça chato listar papéis e atribuições, com o tempo você verá que vale a pena. Você poderá, inclusive, tomar decisões sobre papéis que ao longo dos anos deixaram de ter a mesma importância que já tiveram um dia.
A partir do momento que você começa a planejar melhor e focar o tempo, acaba por produzir melhores resultados na empresa e na vida. Por mais que imprevistos aconteçam e que você não consiga prever todas as variáveis de uma nova situação, com o gerenciamento da sua rotina básica, você terá melhores condições para lidar com as surpresas e com aqueles tais problemas inesperados.
O sucesso para o equilíbrio está na resolução das causas e não das conseqüências da pressão que nos consome. Sem atacar as causas, com o tempo, os problemas voltarão e terão sua raiz sempre encoberta. Não tenha medo.
Determine suas prioridades, planeje-se, fuja de atividades desnecessárias e siga em frente com disciplina. Já dizia Renato Russo, “disciplina é liberdade”. Liberdade de ser e fazer aquilo que for importante para você.
ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado no Caderno Diário Empresarial
O Diário de Mogi
Texto original de E
27 de outubro de 2011
É bem por aí mesmo, ótimo texto!
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