quinta-feira, 15 de março de 2012

RIO+20 - O QUE VOCÊ PODE ESPERAR?

"Se você tem metas para um ano. Plante arroz
Se você tem metas para 10 anos. Plante uma arvore
Se você tem metas para 100 anos, então, eduque uma criança
Se você tem metas para 1000 anos, preserve o Meio Ambiente.”
- C
onfúcio -


A quatro meses da sua realização, a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, ainda não é conhecida pela maioria dos brasileiros. Uma pesquisa realizada em parceria entre a empresa Market Analysis e a ONG Vitae Civilis neste início de ano mostrou que apenas 11,5% dos brasileiros têm alguma informação a respeito do que se pretende discutir e encaminhar na conferência. Uma pena se pensarmos no impacto que as decisões tomadas por lá poderão ter sobre o cotidiano dos negócios e da vida das pessoas.
Passados 20 anos desde a Eco92, também promovida pela ONU, líderes de todo o mundo voltarão a se reunir no Rio de Janeiro para fazer um balanço do que foi feito nas últimas duas décadas e discutir novas maneiras de recuperar os estragos que já fizemos ao planeta, sem deixar de progredir. Mas, pensar em alternativas para diminuir o impacto da humanidade na Terra não é responsabilidade, apenas, dos governantes: é nossa também.
Não é possível que a sociedade civil fique à margem de um momento tão importante. Por isso, no mesmo período da reunião oficial da Rio+20, o Rio de Janeiro sediará, também, a Cúpula dos Povos: um evento que contará com debates, palestras e uma porção de outras atividades, sobre os mesmos temas da Conferência da ONU, mas que serão promovidos por grupos da sociedade civil - como ONGs e empresas. Gente como a gente!
Se as discussões ocorridas nos diversos eventos preparatórios da Rio+20 estão focadas em negociações transnacionais e não buscam esclarecer a sociedade sobre os caminhos propostos em seu texto “rascunho zero” oficial (documento que está orientando as discussões da conferência), os 11,5% dos brasileiros que declararam conhecer as propostas já escolheram seus temas preferenciais: desenvolvimento sustentável, economia verde, combate à violência, combate ao tráfico de drogas, Copa de 2014, erradicação da pobreza, meio ambiente e combate à poluição. Assunto não há de faltar...
Além das propostas que envolvam diretamente o meio ambiente, a emissão de resíduos e a “pegada de carbono” que deixamos pelo mundo, alguns temas mexem diretamente com a vida das empresas e dos cidadãos: crise de alimentos, energia, agronegócios, política de compras dos governos... Imagine que a Rio+20 aprove uma orientação para que os governos do mundo adotem medidas de apoio ao uso de energia solar, por exemplo. O governo brasileiro precisaria, então, adequar sua proposta de engenharia e arquitetura dos atuais programas habitacionais, o que influenciaria o aprimoramento de toda a cadeia de valor da construção civil, um segmento em plena expansão, mas ainda com alto potencial para se desenvolver e gerar muitos empregos.
Uma nova política tributária poderia beneficiar produções poluentes das não poluentes; a indústria, para se beneficiar de tais isenções e outros incentivos fiscais, precisaria investir numa produção mais verde; e o cidadão, por sua vez, teria à disposição escolhas mais eficientes em consumo de energia com preços menores. Ou seja: as decisões que ocorrerem naquele seleto grupo de participantes que integrará a Rio+20 podem alterar os valores que norteiam as relações sociais e os recursos materiais e naturais das sociedades e do planeta.
Pesquisas da própria ONU e de empresas de auditoria demonstram que não se trata de utopia juntar crescimento econômico, justiça social e equilíbrio ambiental. Não é apenas mais um sonho de uma turma de “exatos” e batalhadores do desenvolvimento sustentável.
O que falta para a Rio+20 ser conhecida pelos brasileiros é mostrar que seus temas têm a ver com a vida cotidiana dos cidadãos e com os negócios agregados aos hábitos de consumo das pessoas. Não é tão complicado, mas é preciso vontade para transpor as salas de reuniões e discutir boas práticas que fortaleçam o capital natural, o capital social e o investimento produtivo focado na erradicação da pobreza, no combate à corrupção e no equilíbrio ambiental. Eu acredito muito neste caminho. E você?

3 comentários:

  1. Muito do que acontece, infelizmente não depende apenas do povo, mas podemos fazer muito, sim. Aliás, artigos como esse são maravilhosos para que as pessoas reflitam.

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  2. Rio+20: propostas da União Europeia >>> http://t.co/tmnmrS6P

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