Quem acompanha o Lounge Empreendedor sabe que sempre falo sobre a velocidade da informação em um novo ambiente bem mais competitivo e dinâmico. Ambiente que mudou, inclusive, as relações de emprego oferecendo oportunidades constantes àqueles que estiverem aptos a aproveitá-las.

Fica difícil, é claro, que os candidatos se aprofundem em todos os trejeitos e normas de uma corporação para tentar seduzi-la ao ponto de ser incluído em seu quadro colaborativo. Nem é possível investigar a fundo o selecionador ou o chefe do setor onde possivelmente irá trabalhar ao ponto de saber a forma como gostariam que se comportasse, ampliando suas chances de ficar com a vaga em aberto.
Portanto, além de um bom currículo, será preciso contar com a sorte e com um pouco de empatia. Pense em sua preparação e verifique se atende os requisitos mínimos necessários para dar conta do recado na atividade em que se propõe a trabalhar. A sorte virá para aqueles prontos a aproveitar as oportunidades que a vida oferece, no melhor estilo “faça a sua parte”.
Lembre-se que atitudes pessoais têm tanto peso quanto uma boa especialização ou inglês na ponta da língua. Não basta ter capacidade técnica, competência para servir a empresa com lealdade e ética, se lhe falta uma pitada de destreza, um sincero sorriso e uma habilidade fantástica de lidar com o outro.
E, por favor: habilidade não tem nada a ver com fazer média, puxar o saco ou distribuir abraços e beijos no meio do expediente. Destreza significa (além das suas definições básicas) relacionar-se com integridade, ter identidade própria e opinião formada, mas ser flexível ao emitir juízo sobre as questões sem deixar de expor seu ponto de vista só porque alguém pode não gostar. Quem faz isso não é habilidoso; é, sim, acomodado e medroso. Prefere calar-se e manter “a paz” corporativa, a abrir a boca e ser alvo de críticas.
Você pode estar se perguntando por que isso acontece? Por pura competição? Acredito que não! Por um ou outro “cidadão” querer o domínio integral de um setor ou situação? Pode até ser! Mas o fato é que, no universo corporativo, é preciso saber dançar conforme a música sem deixar de lado quem você realmente é.

E aí, surge mais uma questão: “como, então, ser você mesmo e defender seus ideais sem se tornar presença não grata no trabalho?”
É nesse angu que entra a tal destreza para dar um show. Essa habilidade que mora dentro de cada um de nós e que não aprendemos nos bancos universitários ou nas aulas de pós-gradução é fundamental para ter sucesso. Ela só ganha forma, na verdade, pela prática, pelo exercício diário! Apesar de desafiador e complexo, é possível ser verdadeiro sem ser prepotente, antipático e bajulador. O gostar pelo gostar verdadeiramente é muito mais interessante até no ambiente corporativo. Tentar agradar a todos a qualquer custo só porque está chegando é a maior bobagem do mundo.
Recentemente, assisti uma entrevista com o Luiz Marins, um dos melhores consultores empresariais do Brasil. O especialista dizia que o executivo de uma respeitável empresa do Brasil lhe confessou que tinha um funcionário muito bonzinho, quieto, que sempre dizia “sim” a tudo e que era excelente em promover festas e confraternizações, amigo secreto e as famosas “vaquinhas” para a compra de presentes para os colegas aniversariantes. Contudo, o tal colaborador era terrivelmente mediano no dia a dia e uma incógnita sobre o que pensava sobre os mais diferentes temas. Marins complementou: “de que adianta ser popular se os clientes daquela empresa não promovem concursos de popularidade?”
Portanto, fica a dica: seja habilidoso e franco. As oportunidades só aumentam.
ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado no Caderno Opinião - MogiNews
04 de junho de 2011
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