quinta-feira, 9 de junho de 2011

FATURAMENTO DAS PEQUENAS EMPRESAS



O Sebrae-SP divulgou hoje sua pesquisa sobre os Indicadores de Conjuntura, referente a abril de 2011, com resultados do faturamento das MPEs paulistas nos principais setores da economia.
O resultado do estudo indica que depois de 18 meses de crescimento contínuo, as micro e pequenas empresas apresentaram queda em seu faturamento real. O dado foi revelado a partir de pesquisa realizada com 2,7 mil empresários, representantes do total de 1,3 milhão de micro e pequenas empresas. Em todo o Estado, as MPEs registraram queda de 1,5% na receita total em relação a abril de 2010. As previsões de inflação e aumento nas taxas de juros ajudam a acender o alerta para os próximos meses.



Entre os fatores que merecem nossa atenção e que podem contribuir para um crescimento menor da economia estão:
1. o aumento dos juros básicos (Selic) para conter a inflação, o que tende a aumentar o custo dos investimentos e reduzir as vendas a crédito;
2. a redução na oferta de crédito (a partir das medidas macroprudenciais; p. ex., aumento dos depósitos compulsórios); e
3. a valorização do real ante o dólar. Com o real valorizado, os produtos importados ficam relativamente mais baratos, em reais.
Segundo a pesquisa, a indústria foi o setor que apresentou maior queda, com redução no faturamento real de 8,2% em relação ao mês de abril de 2010. O comércio também apresentou recuo: -1,6% em abril/11 sobre abril/10. No mesmo período, o setor de serviços foi o único que apresentou crescimento: 3,2% na comparação com abril de 2010.
A indústria é o setor que mais depende de financiamento e que concorre diretamente com importados, por isso a valorização do real ante o dólar e o início das restrições ao crédito pesaram em seu resultado. A mudança no cenário econômico nos primeiros meses do ano acabou afetando o setor. Serviços, por outro lado, não sofreu tanto impacto, por ser menos dependente de financiamento para vender, dado o menor valor unitário das vendas, e por não concorrer diretamente com importados, sendo direcionado basicamente ao mercado interno.
Este recuo no faturamento real, depois de vários meses de crescimento, acende o alerta de mudanças para as MPEs paulistas. “Nos próximos meses, a economia brasileira tende a apresentar menor ritmo de crescimento”, observa o diretor superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano. “Desde o início do ano, alertamos para o aumento das taxas de juros para conter a inflação, para a restrição de oferta de crédito e para a entrada massiva de produtos importados no mercado interno. Ainda há espaço para crescimento, mas é preciso planejamento”, completa.
A alteração no cenário já fez os empresários paulistas reduzirem o otimismo em relação ao ano de 2011. Dos pesquisados, 13% declararam esperar níveis piores de atividade da economia brasileira nos próximos seis meses. Em janeiro, apenas 8% dos empresários tinham esta previsão.
Com estes resultados, a receita total das MPEs paulista durante o mês de abril foi de R$ 25,5 bilhões, R$ 912 milhões a menos que o mês de março e R$ 401 milhões a menos que abril de 2010. Vale lembrar que em 2011, abril teve um dia útil a menos que em 2010, o que influencia na redução do faturamento na pesquisa de conjuntura. 
Atualmente, as MPEs respondem por 20% do PIB brasileiro, 67% das ocupações e por 98% de todas as empresas constituídas em São Paulo.
A pesquisa de conjuntura Indicadores Sebrae-SP é realizada mensalmente pelo Sebrae-SP, com apoio da Fundação Seade. Em março, participaram do levantamento 2.716 micro e pequenas empresas dos setores de comércio (57% do universo das MPEs paulistas neste setor), serviços (32%) e indústria de transformação (11%).
Saiba mais sobre a pesquisa no portal do SEBRAE-SP.

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