quinta-feira, 14 de abril de 2011

MOTIVAÇÃO E SUAS BASES TEÓRICAS

Fico muito feliz quando um post traz uma boa discussão e repercute positivamente em várias mídias e conversas de amigos.

Ontem o texto "A IMPORTÂNCIA DE MANTER A EQUIPE MOTIVADA", publicado no Estadão do último domingo, gerou uma boa conversa entre os meus amigos no Facebook.
Não resisti e por isso, trago para o Lounge Empreendedor um pouco mais sobre essa questão motivacional.

Priscilla de Sá
Mesmo sem se lembrar da fonte, Priscilla de Sá, uma querida amiga dos tempos de Cásper Líbero, me fez pensar sobre valores percentuais que demonstrem a importância do salário como fator motivacional às pessoas. "O salário é apenas 4% da motivação dos funcionários. Quando se trata de executivos, o percentual sobe para 9%."
Não tenho dúvidas de que dinheiro é fundamental, mas não pode ser a única variável para incentivar uma equipe. Salários altos não garantem motivação para todas as pessoas. É claro que se o salário for abaixo do mercado, a pessoa pode até se desmotivar, mas mantê-lo acima da média em troca da simples cobrança por resultados e metas não será garantidor de motivação.

Thereza Bukow
Assim como a Thereza Bukow, acredito que "por trás do salário precisa haver uma MISSÃO e uma CAUSA." O motor da motivação é o sentimento de pertencimento e o senso de propósito comum. Trata-se um processo endógeno que determina a intensidade, direção e persistência dos nossos esforços em prol de um resultado que precisamos desejar atingir. Não basta alguém nos mandar fazer!
Fiodor Dostoievski, considerado um dos maiores romancistas da literatura russa e um dos mais inovadores artistas de todos os tempos, dizia que "o segredo da existência humana consiste não somente em viver, mas ainda encontrar o motivo para viver." Justamente por isso, encontrar o que realmente desperta o desejo ou o "motivus" (do latim) nos membros das equipes é um desafio e tanto para qualquer gestor. Na verdade, a discussão de ontem me fez pensar sobre todos nós.

Patricia Eroles
Patricia Eroles, apresentadora de um programa de TV em Mogi das Cruzes, fez uma pergunta aparentemente simples, mas que pode ajudar muito a entender quem é quem em seu grupo de trabalho.
Agora eu pergunto:

"Vocês prefeririam ganhar 10 mil reais por mês, num ambiente profissional chato onde você não é reconhecido; ou preferiria ganhar 5 mil num ambiente de trabalho agradável???"

Só consigo responder essa questão tomando parte do aprendizado adquirido à partir de um estudo realizado por David McClelland que identifica três bases motivacionais.
Para ele, todas as pessoas têm necessidades secundárias adquiridas socialmente (realização, afiliação e poder) que vão além das necessidades anteriormente estudadas por Maslow. Tais necessidades apresentam níveis diferentes em cada um de nós determinando, assim, nosso padrão pessoal de comportamento.
Pessoas motivadas por realização são orientadas para tarefas, procuram continuamente a excelência, apreciam desafios significativos e satisfazem-se ao completá-los, determinam metas realistas e monitoram seu progresso em direção a elas. Normalmente, têm uma ligação mais direta com a justa remuneração pelos resultados que obtém.
Indivíduos motivados por afiliação desejam estabelecer e desenvolver relacionamentos pessoais próximos e pertencer a grupos. Cultivam a cordialidade e o afeto em suas relações e estimam o trabalho em equipe mais do que o individual. Nem preciso dizer que estes são os que preferem ganhar um pouco menos, mas com melhor qualidade nos relacionamentos.
Finalmente, aqueles motivados pelo poder apreciam exercer influência sobre as decisões e comportamentos dos outros, fazendo com que as pessoas atuem de uma maneira diferente do convencional, utilizando-se da dominação (poder institucional) ou do carisma (poder pessoal). Gostam de competir, vencer e estar no controle das situações. São super ligados aos seus "cargos" e status.
Você já parou para pensar onde você se encaixa?
Antes de entender como motivar sua equipe, que tal respeitar aquilo que motiva você?
Tenho certeza que em algumas situações você prefira realizar coisas, em outras adore competir e exercer o controle ou que em várias delas aprecie boas relações pessoais. Mas qual é a sua base motivacional preponderante?
Meu convite é que você reflita.
Empreendedores precisam trazer os melhores resultados para seus negócios. Conhecer a realidade de si mesmo assim como a de seus funcionários é a forma mais correta para motivá-los em prol daquilo que faça sentido ao bom desempenho de todos vocês.
E aí?!? O que motiva você?

3 comentários:

  1. Texto magnífico, Ana! Há muito tempo não lia uma complementação teórica tão inteligente. Parabéns!
    E o que me motiva já esta aí pra todo mundo ver!
    Beijos.

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  2. Achei a fonte! Ouvi esses dados no Forum de Coaching e Liderança da Sociedade Brasileira de Coaching, em 2009. Achei nas minhas anotações. O palestrante Villela da Matta citou, dados de uma pesquisa da Fundação Dom Cabral. Grande beijo! Priscilla.

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  3. Meninas, obrigada por estarem comigo aqui no Lounge.
    Nosso papo facebookiano pode render bons posts também...rs...
    Um beijo e sucesso!

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