quinta-feira, 23 de setembro de 2010

INTRA-EMPREENDEDORES

Muito tem se falado em intra-empreendedorismo e nas possibilidades de desenvolvimento das empresas a partir do comportamento de seus próprios colaboradores.
Entretanto, tolos são aqueles que acreditam apenas em boas intenções.
Para que essa nova realidade vire fato, é preciso repensar estruturas e processos.
Muda-se o discurso, mas as regras do jogo ainda são as mesmas: empresas altamente concentradas no peso da hierarquia, nas relações de poder, nas regras e procedimentos, na politicagem, na burocracia e no excesso de controle.
Juntos ou separados, tais elementos podam a liberdade, ousadia, criatividade e, principalmente, a capacidade de contribuição individual e em equipe das pessoas.
Além disso, ajudam a criar uma cultura equivocada de que tudo deve ser controlado, nivelando por baixo todo o potencial das pessoas que constroem a organização.
Se uma empresa ainda vive a departamentalização de seus processos ou disputas que beirem o confronto pessoal, não há espaço para uma organização empreendedora.  Qualquer proposta de melhoria que não seja das posições do topo da pirâmide será de difícil aceite.
O fato é que pouca coisa mudará se não houver participação e iniciativa de toda a empresa. Egoísmo e diferenças precisam ser superados em busca do bem comum e da solução de problemas pertinentes a toda a empresa.
Pensar assim não é utopia, é objetividade. Transformações autênticas se dão horizontalmente, com a mobilização e envolvimento de todos.
Boas idéias podem nascer em qualquer esfera da estrutura organizacional, do estagiário ao diretor-presidente.
Cultivá-las é papel fundamental de cada um de nós!
A maioria das pessoas ainda tem a tendência de esperar, e apenas esperar, que alguma mudança em suas vidas venha de fora, venha de cima, numa espécie de arrebatamento extraterrestre.
Colaboradores empreendedores vêem sua motivação surgir na medida em que suas iniciativas sejam recompensadas com mais responsabilidade, liberdade e reconhecimento.  Não envolve só uma questão de aumento salarial.
Oferecer benefícios coerentes ao intra-empreendedor requer entender as particularidades da motivação de cada um e de suas causas de vínculo aquela empresa ou organização.
Se você quer tirar sua empresa do mundo das boas intenções, abandone o medo e divida o poder com sua equipe. Ofereça liberdade e veja como as pessoas reagem a ela. Os empreendedores farão bom uso desse momento.
Caberá a você reduzir a burocracia e dar-lhes o apoio e os recursos necessários para que os projetos saiam do papel e se tornem realidade. Esse é o caminho para capitalizar resultados positivos e promover uma nova cultura na empresa: empreendedores só podem ser liderados por empreendedores.
Chega de sonhos extraterrestres!

ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado em O Diário Empresarial
23 de setembro de 2010


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