“Educar é uma arte. Mas também é um trabalho de grande impacto social, com repercussão direta no desenvolvimento do País, pois seria impensável uma nação sem escolas, sem estudo e sem professores.”
(Célio Muller na revista PROFISSÃO MESTRE de Outubro /2006)
Nessa manhã, participarei junto a outros blogueiros de um café da manhã para o lançamento da nova campanha do movimento Todos Pela Educação: “Um bom professor, um bom começo”.
O Todos Pela Educação é um movimento da sociedade civil, apartidário, que reúne lideranças sociais, educadores, gestores públicos e representantes da iniciativa privada, com o objetivo de ajudar o Brasil a garantir educação pública de qualidade para todas as crianças e jovens.
Não há dúvida de que a educação brasileira necessita de transformações e de políticas públicas que atendam as necessidades de toda a população de forma verdadeira. Contextualização de conteúdos, temas transversais e abandono definitivo do antigo diário de classe... Isso sem contar a universalização do acesso mantendo toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola.
Aliás, você conhece as 5 Metas do Todos Pela Educação?
É muito comum ouvirmos falar que o Ensino Fundamental está universalizado. Entretanto, trata-se de uma falácia.
Nem mesmo nas cidades mais desenvolvidas, conseguimos atingir 100% das crianças e jovens nas escolas. O que dizer, então, nas cidades do interior do país, dos sertões e periferias?
E mais: matricular uma alta quantidade alunos não basta para garantir a universalização do ensino. É preciso auxiliá-los à conclusão de seus estudos para que possam assim desenvolver competências que os preparem ao mercado de trabalho, seja como empregados ou empreadores.
Meu sonho por formação é contribuir para esse novo mundo da educação no nosso país. Costumo dizer que sou pedagoga por formação e educadora por opção e por isso, tenho o meu coração cheio de esperanças e fé em compromissos como o Todos pela Educação.
Se desejamos um país diferente, menos corrupto, mais inovador, ético e desenvolvido, precisaremos de adultos com novos comportamentos, mais empreendedores e seguros. Melhorar a qualidade da educação básica é apenas o primeiro passo.
Para isso, valorizar o bom profissional da educação é fundamental. É preciso conhecer suas limitações e potencialidades a fundo, saber como usá-las, quando e de que forma.
Uma reportagem, de Fábio Takahashi (Folha- 09/06/2008) destaca uma importante limitação na busca pela valorização do professor brasileiro: “O Brasil atrai para o magistério os profissionais que possuem mais dificuldades acadêmicas e sociais. Apenas 5% dos melhores alunos que se formam no ensino médio desejam trabalhar como professores da educação básica”
Uau! Um dado que precisa ser repensado por todos nós!
Precisamos recuperar a dignidade e o orgulho daqueles que têm a responsabilidade de formar o futuro do nosso país (sem a menor conotação piegas na afirmação).
Dinheiro, sem dúvida, é fundamental. Mas não trata-se apenas de aumentar salário ou de oferecer um bom plano de carreira. É preciso prover o profissional de educação com estrutura física, tecnológica e intelectual para um melhor desempenho em sala de aula. Inclusão digital, vida cultural, troca de informação entre docentes de várias instituições e regiões do país, capacitação constante, livros e periódicos de qualidade... Há um cardápio à disposição do Poder Público em suas diversas esferas.
O Brasil precisa valorizar o bom professor!
“Um bom professor é um bom profissional. Educação não é (nem pode ser!) diferente de qualquer outra área. Um bom profissional precisa ser dedicado, deve se fazer presente, tem que ser compromissado, tem que ter interesse contínuo por aprimoramento e deve demonstrar força de vontade, interesse e iniciativa em buscar soluções aos problemas que surgem no seu cotidiano de trabalho."
(Daniel Cara, coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação)
Muito bom texto.
ResponderExcluirNão sou dessa época, mas ouvi histórias de um tempo em que o professor era uma das pessoas mais influentes e respeitadas pela comunidade. Sério, isso já aconteceu.
Minha esposa é professora de educação infantil e me disse que a maior dificuldade da rede em Mogi é com a constância dos professores que são chamados através do concurso. Eles entram 1, 2 dias na sala de aula, e logo exoneram o cargo.
Acredito que tudo isso vai muito além da sala de aula, a principal mudança deve acontecer dentro de casa. As famílias estão transferindo a responsabilidade de formação de caráter para uma instituição. Um aluno que não respeita limites é um dos principais fatores para o profissional não se "sujeitar" a este cargo. E os limites têm que ser impostos, primeiramente, pelos pais.
O professor tem, sim, que ter salário melhor, condições de trabalho adequadas, mas a sociedade precisa reaprender a dar o devido valor a estes profissionais, e em casa é que se ensina a respeitá-los.
Éttore,
ResponderExcluirCostumo dizer que ser educador é uma tarefa dos pais! Não dá para delegar a responsabilidade de impor limites, desenvolver respeito, criar valores e formar caráter (como você diz) apenas aos professores.
É claro que a escola pode (E DEVE) compartilhar essa missão com as famílias, mas terceirizar tal responsabilidade é um erro.
Acho que o grande desafio está no desenvolvimento de educadores-professores, repensando toda a sistemática do Ensino Básico.
É preciso que os professores sejam valorizados pela missão que possuem e que sejam respeitados e reconhecidos como profissionais fundamentais para um país cada vez melhor.
Um bom professor é um bom começo!
Um beijo
Ana Maria