"A inflação está para a economia assim como a falsificação está para a moeda."
Millôr Fernandes
Millôr Fernandes
Por Bruno Caetano*
Que a inflação é ruim para a economia nacional isso todo mundo sabe. Mesmo os que tem menos de 20 anos e não viveram a o período da chamada "cultura inflacionária" sabem que as baforadas do dragão da inflação queimam bolsos e sonhos.
O que pouca gente ainda atentou é que além de corroer o poder de compra, a alta recente da inflação tem causado sérios prejuízos a competitividade da nossa economia, especialmente da indústria. Segundo recente estudo do Banco Credit Suisse, o IPCA brasileiro tem subido mais do que a inflação média dos países com que mantemos relações comerciais.
Aqui a inflação subiu de 4,5% para 7,2% nos 12 meses encerrados em agosto de 2011, enquanto a taxa média de nossos parceiros comerciais avançou de 2,9% para 4,3% no mesmo período, tornando seus produtos muito atrativos no mercado brasileiro.
Some a alta da inflação às taxas de juros siderais e o Real hipervalorizado, temos como resultado a perda da competitividade da produção nacional. Produtos como peças e equipamentos importados ficaram mais baratos e ocupam hoje fatia recorde de tudo o que é consumido pela indústria brasileira: 27,4%. Para efeito de comparação, em 2003 a indústria nacional importava 14,5% das peças e componentes que utiliza na produção. Ou seja, em menos de 7 anos a importação de componentes quase dobrou.
Some a alta da inflação às taxas de juros siderais e o Real hipervalorizado, temos como resultado a perda da competitividade da produção nacional. Produtos como peças e equipamentos importados ficaram mais baratos e ocupam hoje fatia recorde de tudo o que é consumido pela indústria brasileira: 27,4%. Para efeito de comparação, em 2003 a indústria nacional importava 14,5% das peças e componentes que utiliza na produção. Ou seja, em menos de 7 anos a importação de componentes quase dobrou.
Não por acaso as MPEs do setor industrial tem registrado o pior desempenho em pesquisa realizada pelo SEBRAE-SP que mede o faturamento das micro e pequenas empresas. Nos últimos 3 meses apurados (junho, julho e agosto), comparados com o mesmo período de 2010, o faturamento real da pequena indústria paulista acumulou uma queda de 3,1%. Produtoras de peças e componentes para médias e grandes indústrias, as MPEs industriais tem perdido mercado para produtos estrangeiros.
O caminho para combater o dragão da inflação que ameaça sair da toca e melhorar a competitividade da nossa indústria (e de toda a nossa economia) há muito é sabido: política fiscal consistente com redução da carga tributária acompanhada de diminuição dos gastos governamentais eliminando aqueles supérfluos, redução da taxa de juros e investimentos bem direcionados em infraestrutura.
* Bruno Caetano é diretor superintendente do Sebrae-SP.
Formado em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo, é mestre e doutorando em Ciência Política pela mesma universidade onde dedica-se ao tema da governabilidade e equilíbrio de poderes nas esferas sub-nacionais. Entre 2007 e 2010, foi secretário de Comunicação do Governo do Estado de São Paulo, onde desenvolveu trabalho pioneiro na utilização de ferramentas da web 2.0 para relacionamento do governo com a sociedade.
Encontre-o no Twitter: @BCaetano ou no Facebook: Bruno Caetano
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