sábado, 12 de novembro de 2011

EM QUE DEVEMOS ACREDITAR?


Sempre que ouço as pessoas utilizando o dicionário empresarial para resolver os desafios de suas vidas me pergunto: “será que tudo aquilo que se aplica às empresas pode ser automaticamente aproveitado em nossas vidas?”
Há pouco mais de 5 anos, o conceito de planejamento estratégico trouxe as palavras cenário e tendência para o centro das reflexões e decisões empresariais. Entretanto, será que toda tendência merece ser seguida sem o questionamento de outros possíveis caminhos e estratégias? Será que o cenário construído por analistas e consultores contempla todas as possibilidades?
São tantos "serás" que me sinto numa música da Legião Urbana. “Será que nada vai acontecer? Será que é tudo isso em vão? Será que vamos conseguir vencer?”
Nenhuma tendência pode responder sozinha a essas questões. Por isso, a postura de pessoas que fazem questionamentos é cada vez mais valorizada. Não dá para viver um mundo pronto, né?
Agir com senso crítico denota capacidade de não apenas absorver e adotar conclusões obtidas por outras pessoas, por mais preparadas e conceituadas que estas possam ser, mas também aprender e construir seu próprio caminho.
Quando especialistas constróem tendências, observam como será o comportamento de determinados índices e também o comportamento da maioria dos agentes do mercado, suas percepções, desejos e demandas. Entretanto, maioria não significa a totalidade das possibilidades. Veja a moda, por exemplo, a tendência do verão até pode ser a cor amarela ou longas saias para as mulheres, mas isso não significa que o cinza deixará de aparecer ou que saias são apropriadas a todos os tipos de mulheres.
Portanto, a resposta ao seu desafio pode estar justamente em uma minoria que caminhará na direção oposta a tendência por razões extremamente subjetivas e particularidades das mais variadas. Mas então, contrariar as tendências e modelar uma decisão com vistas a atender esta minoria pode ser uma oportunidade? A resposta é sim. É possível encontrar oportunidades em direções diferentes das apontadas pelas tendências dos melhores especialistas. O futuro pertence, na verdade, àqueles que acreditam na força de suas escolhas e trabalham para transformar sua visão em realidade.
O consultor e palestrante Carlos Hilsdorf orienta a lembrar que algumas tendências são cíclicas, outras irreversíveis. Por exemplo, a tendência de que a mobilidade passaria a conduzir a comunicação das pessoas confirmou-se e é irreversível. A sociedade não voltará mais às tecnologias imobilizantes, como o telefone convencional e o fax. Ou será que você conhece alguém disposto a utilizá-las como única forma de comunicação?
Por outro lado, valorizar aquilo que já foi tendência no passado pode ser um novo nicho a ser explorado. A nostalgia pode estar a favor da conveniência futura e dar sinais de que até mesmo o que já foi irreversível pode se transformar oportunidade. Conheço amigos que utilizam o telefone de disco (sim, aquele telefone preto das novelas de época) como peça de decoração em suas casas dando um ar retrô à tecnologia tão presente em suas famílias e outros que voltaram a comprar (repito: c.o.m.p.r.a.r) discos em vinil ao mesmo tempo em que compram músicas em formato digital para download. Oras, a tendência não era o esgotamento do vinil?
Renato Russo, talvez, respondesse: “o que foi escondido é o que se escondeu. E o que foi prometido, ninguém prometeu. Nem foi tempo perdido, somos tão jovens...”
Por isso, crie o seu próprio cenário. Observe. Aja como protagonista. Aproveite as oportunidades emergentes com competência e criatividade. Lembre-se que seguir uma tendência pode ser UM caminho, mas criar uma nova pode ser O caminho.

ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado no Caderno Opinião - MogiNews
12 de novembro de 2011

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