Incentivar o empresariado brasileiro sobre boas práticas que promovam os direitos humanos no meio corporativo é algo que pode parecer distante do universo da estratégia, mas que não pode ficar de lado quando pensamos nos impactos das empresas e na promoção de sua responsabilidade social, tanto na gestão dos negócios quanto no controle de sua cadeia de valor.
Embora no Brasil, os direitos humanos costumam estar associados à violência contra presos, contra mulheres e crianças; o assunto é uma questão de mercado, e de mercado de trabalho. Enquanto o Estado tem o dever de proteger os direitos humanos de seus cidadãos; a empresa tem o dever de respeitá-los, independentemente da realidade política, tributária e fiscal na qual esteja inserida. Não há justificativa para que as empresas aceitem trabalho escravo ou infantil. Não há razões para não promover a equidade de gênero e raça bem como a admissão de pessoas com deficiência.
Nas empresas, direitos humanos e inclusão são sinônimos. Trata-se de oferecer condições dignas para que profissionais de quaisquer níveis hierárquicos exerçam suas funções, além de oferecer oportunidades de bons empregos (e salários) para mulheres, negros, deficientes, pessoas acima de 50 anos. Uma empresa que pratica responsabilidade social insere as questões dos direitos humanos em suas políticas de gestão de pessoas estimulando um ambiente sem preconceito de qualquer espécie e incentivando que toda sua cadeia de fornecedores e clientes aja da mesma forma.
Nas empresas, direitos humanos e inclusão são sinônimos. Trata-se de oferecer condições dignas para que profissionais de quaisquer níveis hierárquicos exerçam suas funções, além de oferecer oportunidades de bons empregos (e salários) para mulheres, negros, deficientes, pessoas acima de 50 anos. Uma empresa que pratica responsabilidade social insere as questões dos direitos humanos em suas políticas de gestão de pessoas estimulando um ambiente sem preconceito de qualquer espécie e incentivando que toda sua cadeia de fornecedores e clientes aja da mesma forma.
Afinal, independente do tamanho ou do setor econômico a que pertença, não há empresa que não possa utilizar sua esfera de influência para multiplicar uma postura mais humana e inclusiva. Pense na quantidade de empresas que na busca por maiores taxas de produtividade e redução dos custos, optaram por terceirizar parte de suas atividades em tecnologia da informação ou segurança patrimonial, por exemplo, ou decidiram que determinadas etapas da sua produção deveriam ser executadas por fornecedores. Será que todas consideraram parâmetros sociais e ambientais na contratação destes serviços?
A preocupação reduzida com todos os elos da cadeia produtiva (ou cadeia de valor) tem sido uma lacuna na gestão empresarial. Envolva seus colaboradores, seus clientes, seus fornecedores, seus concorrentes. Só assim a responsabilidade pela construção de uma sociedade melhor se multiplica e ganha força. De nada adianta adotar práticas internas de reciclagem, redução de resíduos ou de eficiência energética, mas terceirizar parte de sua atividade para uma rede de fornecedores que viole práticas e procedimentos de diretos humanos. Ser responsável é ser inteiro!
A melhor postura que uma empresa pode adotar é integrar as preocupações com os direitos humanos à sua estratégia de negócio, evitando focar suas ações apenas na gestão de riscos para sua imagem ou no marketing institucional, mas na essência de sua missão, visão e princípios.
Seja diligente e estruture políticas com orientação que façam sentido para quem esteja dentro e para aqueles diretamente ligados à sua empresa. Esteja atento à existência de conflitos ou situações de extrema instabilidade política e civil junto aos mercados em que sua empresa atua. Garanta que as condições de trabalho obedeçam às leis e regulamentos. Ofereça acesso a todos os trabalhadores em todos os estágios de sua experiência profissional a capacitação, treinamento e aprendizado, além de oportunidades para progresso na carreira, de forma equitativa e não discriminatória. Olhe-se no espelho sem medo: avalie seu impacto na promoção da igualdade de oportunidades e não discriminação. Incentive o empreendedorismo juvenil.
Não se envolva e nem se beneficie do uso do trabalho infantil ou escravo e não forneça bens ou serviços a entidades que cometam violações dos direitos humanos e também não estabeleça nenhum tipo de parceria formal com elas. Afinal, como já dizia o ditado: “Dize-me com quem andas e te direi quem és”. Evite a cumplicidade!
Cuide também dos seus clientes. Estabeleça mecanismos de resolução de queixas eficazes garantindo que sejam legítimos, acessíveis, equitativos, claros e transparentes, baseados no diálogo e na mediação. Em tempos de mídias sociais, essa ação pode fazer toda a diferença. Faça do marketing justo um aliado ao seu negócio oferecendo informações concretas e reais sobre matérias-primas, acessibilidade e recomendações dos produtos e serviços.
Pratique. Você perceberá que cuidar dos direitos humanos é uma excelente ferramenta para a construção de uma empresa diversificada, mais competitiva e certamente mais motivada e produtiva.
ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado no Diário Empresarial
10 de novembro de 2011
Excelente texto!
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