sexta-feira, 11 de março de 2011

NÃO ESPERE MAIS


“Acabou-se o artifício, desmanchou-se a mágica, volta-se à realidade.” É assim que Cecília Meireles versava o fim das celebrações de carnaval e decretava o início oficial do ano novo civil e legal.
Desde criança, ouvimos que “o ano só começa depois do Carnaval” e de tanto repetir, o conceito acaba se cristalizando na mente dos brasileiros como uma verdade incontestável. Brasileiros que em sua maioria mal conhecem os motivos de tamanha festa. Basta saber que o rei causou emoção ou que a moça da TV caiu em plena avenida e o carnaval já faz sentido.
Na verdade, foi em torno do ano 1.000 que a igreja católica criou a Semana Santa e a Quaresma. Os dias que antecediam ao início da quaresma, à partir da quarta-feira de cinzas, estimularam os cristãos a se divertirem bastante antes de encarar a dureza dos dias difíceis que viriam sem carne, bebidas, festas e sexo. Era o “adeus à carne” que logo se popularizou através de uma expressão italiana, o “carne vale”. Surgindo, daí, a palavra Carnaval.
Foi no Brasil que essa festa pagã, criada pelos cristãos, encontrou sua mais forte expressão transformando-se num evento mundial e também, em um novo marco legal para os dias de trabalho e planejamento.
Esse espírito de espera em que as pessoas se preparavam para começar uma vida de abstinência antes da quaresma pode impregnar a consciência brasileira e deixar tudo para depois do carnaval, mas não pode impregnar você, empreendedor.
Pense em quantas medidas já foram tomadas nos primeiros 70 dias de 2011 levando em conta que nosso espírito de carnaval aguardava apenas a chegada da Folia. Quantos contratos já foram assinados? Quantos negócios já foram fechados?
Marcar e acompanhar a passagem do tempo sempre foi uma preocupação do homem. Desde o uso de relógios de sol, em que um pedaço de madeira era enfiado num determinado ponto para marcar o avanço da sombra feita pelo sol, até a utilização de areia nas populares ampulhetas do tempo, o homem sempre se preocupou com a forma com que o tempo passava e com a sua melhor utilização.
Afinal, independente do que aconteça ou da rapidez das mudanças, o dia sempre será composto por 24 horas, as semanas por 7 dias e os anos por 12 meses. Utilizá-los da melhor forma é uma responsabilidade pessoal. Daí, a importância de revisitar a forma como vivenciamos o tempo e administramos as mudanças e a diversidade de atividades em nosso dia a dia. Se tudo muda, precisamos mudar a forma como nos posicionamos.
Se uma pequena empresa esperar o carnaval passar para colocar seu “bloco na rua” certamente os meses que lhe sobrarão serão poucos para os resultados que necessita atingir.
Por isso, faça com que todos os dias úteis sejam realmente úteis para sua empresa. Esperar o carnaval para pensar nas metas e objetivos do negócio pode colocar em risco todo o capital empenhado nos primeiros meses para o funcionamento da empresa.
Não seja seu próprio inimigo. Priorize as prioridades. Uma gestão do tempo adequada requer mudança de hábitos e atitudes, ou seja, fazer as coisas de forma diferente. Se você não estabeleceu metas para 2011, não dá mais para esperar. É hora de tomar as atitudes que farão a diferença na sua vida. Coloque em prática, a partir de agora, as promessas que você fez na virada do ano, não espere mais, não deixe que as oportunidades de sucesso se transformem em confetes de Carnaval.

ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado em O Diário Empresarial
10 de março de 2011

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