terça-feira, 22 de março de 2011

DIA MUNDIAL DA ÁGUA


Desde os primórdios da humanidade, o homem sempre se estabeleceu às margens de rios e mares visando garantir seu sustento. Com o passar dos anos e evolução (?!?) do ser humano, a água passou a ser tratada com menos respeito sendo poluída e desperdiçada.
No dia em que comemoramos o Dia Mundial da Água, o Lounge Empreendedor não pode deixar de registrar a preocupação com esse bem precioso e insubstituível, principalmente no que se refere à sua utilização nas empresas.
Crescentes necessidades de água, limitação dos recursos hídricos e prejuízos causados pelo mau uso da água exigem um planejamento bem elaborado pelas empresas e órgãos governamentais visando técnicas de melhor aproveitamento desse recurso.
Não apenas empresas, mas todos os cidadãos têm o direito de usufruir dos benefícios da água, mas também o dever de preservá-la, utilizando-a de maneira consciente e sem desperdícios.
Políticas públicas e um melhor gerenciamento dos recursos hídricos em todos os países tornam-se essenciais para a manutenção da qualidade de vida das comunidades. Se o problema de escassez que já existente em algumas regiões não for resolvido, ele se tornará um entrave à continuidade do desenvolvimento, resultando em problemas sociais, de saúde, entre outros.
Afinal, água é um recurso natural que propicia bem-estar, conforto e riqueza ao homem, por meio de seus incontáveis usos: abastecimento das populações e empresas, irrigação, produção de energia, lazer, turismo, transporte, etc.
O que pouca gente se dá conta é de que vários dos problemas relacionados à água estão mais ligados a sua má administração do que propriamente da escassez natural. Isto quer dizer que o futuro pode ser um pouco melhor, se soubermos utilizar a água e criarmos soluções para situações críticas.
Nas indústrias, principalmente após o vapor e a Revolução Industrial, a água tornou-se um dos insumos básicos. Em condições naturais, deveria tratar-se de um recurso renovável, limpo e seguro. Entretanto, as intervenções humanas geram efluentes que a natureza não consegue absorver. Some-se a isto o despejo de lixo e esgoto sanitário nos rios e temos aí um problema global.
Não cuidar da água consumida por sua pequena empresa é não cuidar de um problema que é mundial. Se sua empresa gera efluentes, é sua responsabilidade também adaptá-los para condições mínimas de retornar à natureza e entrar no ciclo hidrológico da água.
Mesmo sem o fôlego financeiro que as grandes empresas têm para se adequar às exigências ambientais, pequenos negócios também podem desenvolver soluções relativamente simples e baratas, que mostrem que é possível eliminar o desperdício de água, preservar o ambiente e ainda reduzir custos de produtos ou serviços.
Nesse sentido, gosto muito do caso da cidade de Toritama, no agreste de Pernambuco. Com uma economia que gira em torno das confecções de jeans, a cidade é um exemplo de como aliar desenvolvimento econômico e consciência ambiental através de empresários e políticas públicas apropriadas.
Até a década de 90, o rio que corta a cidade chegava a mudar de cor em função da produção de jeans e do tratamento inadequado para a água utilizada nas lavanderias que tratavam o jeans produzido pelas confecções locais. Bastou um empresário, entre 56 donos de unidades existentes em Toritama, ter vontade, investir em tecnologias apropriadas ao desenvolvimento de um sistema de reciclagem de água e mudar toda a realidade local.
Boas práticas dependem de boas idéias. Reciclagem ou reuso, captação de água da chuva, programas de uso racional, produção mais limpa (P+L) ou substituição de torneiras que desperdicem água são bons exemplos que além de reduzir o impacto ambiental geram redução de consumo e de custos ao negócio.
As técnicas de reuso de água têm se tornado o principal caminho para uma melhor gestão da água em atividades industriais, pois reduz a demanda sobre os mananciais e substitui a água potável por uma água de qualidade inferior que trará o mesmo resultado ao negócio.
A busca frenética pela maximização dos lucros ou pela competitividade não pode fechar os olhos empreendedores à sua responsabilidade cidadã. As micro e pequenas empresas representam um segmento fundamental para a economia brasileira e não podem ficar à margem do processo de disseminação do desenvolvimento sustentável.
É preciso gerir com zelo as necessidades de hoje sem comprometer a capacidade de atender as demandas de gerações futuras reconhecendo que recursos naturais são finitos. Crescimento econômico não precisa estar associado a um gráfico crescente de consumo de energia, água e recursos naturais.
Vamos aos fatos: 97% da água do planeta são água do mar, imprópria para ser bebida ou aproveitada em processos industriais; 1,75% é gelo; 1,24% está em rios subterrâneos, escondidos no interior do planeta. Para o consumo de mais de seis bilhões de pessoas está disponível apenas 0,007% do total de água da Terra. Se não cuidarmos hoje, certamente não haverá água disponível para sempre.
É claro que boa vontade apenas não resolve o problema. Precisamos escorar o tripé meio-ambiente, economia e políticas públicas como eixo determinante da nova equação de desenvolvimento, inclusive com linhas de crédito que incentivem pequenas empresas que desejem readequar seus processos à economia verde.
Independente do tamanho da empresa ou de sua área de atuação (comércio, indústria, serviços ou agricultura), defina metas como foco na ecoeficiência: reduzir o consumo de água, gastar menos energia, diminuir a emissão de poluentes, aumentar o índice de reciclagem dos resíduos.
O mundo agradece e sua lucratividade também!

Um comentário:

  1. Muito importante sua reflexão, é preciso que cada cidadão entenda o quanto a água é um bem valioso.
    Parabéns.

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