quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

EMPATIA E COMUNICAÇÃO


Vários acontecimentos dos últimos dias têm me feito refletir demais sobre o comportamento e as relações entre as pessoas. É claro, que tais reflexões inevitavelmente viriam para o Lounge Empreendedor... Você saberia me dizer como mensurar o real valor de um gesto, uma atitude, de uma palavra, de uma escrita ou de um olhar? Será que existiria uma maneira para captarmos, desprovidos de interesses próprios, o verdadeiro sentimento das expressões que emanam de quem se comunica conosco?
Ah... o universo das relações humanas! Quantas incógnitas permeiam nossa busca para uma real interpretação das mais variadas formas de interlocução inter (e intra) pessoais.
Mesmo como únicos seres vivos racionais, falhamos muito nos processos comunicação. Ousaria dizer que beiramos a irracionalidade. Esta competência que deveria simbolizar o caminho mais estreito, mais prático e mais verdadeiro para troca de experiências, idéias, sentimentos e informações; por vezes, demonstra ser o mais complexo e incompleto elo entre as pessoas.
Pela comunicação pessoal podemos integrar corpo e mente, as sensações, as emoções, a razão, a intuição. Podemos perceber, sentir, entender, compreender, agir dentro da nossa forma de estar no mundo, integrando a nossa história pessoal, nossas qualidades e defeitos, nossas características, dentro do ritmo que nos é possível. Mas, o possível não nos autoriza a julgar, extrapolar, invadir...
Em certo momento da minha carreira, me deparei com uma daquelas que entendo estar entre as melhores definições para comunicação: “A comunicação ideal não é a forma como melhor nos expressamos, mas sim a forma que possibilitamos ao nosso interlocutor melhor nos compreender”. Bons processos de comunicação passam pelo entendimento da empatia! Devemos imergir em nós mesmos a fim de equilibrarmos nossas contradições, comunicar-nos entre o nosso universo visível e invisível, organizado e desorganizado, entre o que controlamos e o que se nos escapa para, então, dialogarmos com o outro com empatia. Essa é a essência da compreensão nos processos de comunicação.
Carl G. Jung, psiquiatra suíço (ops! eu achava que ele fosse alemão!) e fundador da psicologia analítica, psicoterapeuta alemão, preconizava: “Empatia é um estado de identificação profundo de personalidades. É a habilidade de se usar a linguagem da outra pessoa”. Pelo entendimento desta linguagem vamos criando junto àqueles que nos ouvem novas realidades, vamos modificando nossa forma de ver e a deles, percebemos melhor novos ângulos de um mesmo assunto, modificamos algum aspecto de nosso próprio mundo. Podemos criar um novo produto, um novo enfoque intelectual, um novo mercado, uma nova relação afetiva, um novo ideal. Modificamo-nos pessoalmente e modificamos os outros.
Será que a comunicação não deveria objetivar esta harmonia? A comunicação poderia ser sempre a busca da verdade e do entendimento da outra parte, não apenas a sua própria.
Se conseguirmos desenvolver processos de comunicação autênticos, aprenderemos mais, evoluiremos mais, ampliaremos nossos horizontes emocionais e intelectuais de forma poderosa. Se predominarem em nós, processos de comunicação inautênticos, cresceremos cada vez menos, perderemos a confiança nos outros e principalmente em nós mesmos, aumentando o abismo e fragmentação desta sociedade pós-moderna cujas manifestações aparentes podem induzir ao niilismo e ao desespero.
Porém, há algo que é indubitável. Nada é mais verdadeiro que um gesto sincero, uma atitude transparente, um olhar firme, nos olhos. Talvez, esta forma de expressão possa levar-nos a uma inquestionável comunicação, apontando nosso verdadeiro Eu. Não somos perfeitos, não devemos transparecer isto.
Devemos, sim, buscar o aperfeiçoamento de nossos hábitos e atitudes na direção daquilo que entendemos ser crucial para nossa felicidade.
Ser autêntico não significa ser perfeito, quanto menos um modelo. E, sim, verdadeiro. Com nossas próprias limitações, fragilidades e alicerces de nossas verdades. Só entendendo aquilo que vai em nós encontraremos as respostas para mensurar o valor de um gesto ou para captar o sentimento daqueles que se relacionam conosco. Comunicar-se é olhar além do espelho, é olhar para si e enxergar o outro.

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