quinta-feira, 24 de maio de 2012

LÍDERES SEM DESCULPAS




Na última semana, assisti uma palestra do consultor e médico Eugenio Mussak que me fez refletir muito, muito, muito... Eu não sei por que, mas de uns tempos pra cá eu tenho encontrado inúmeras pessoas que querem ser líderes, se dizem líderes ou foram nomeadas líderes de algum grupo. O tema parece estar cada vez mais na mente e desejo das pessoas. E toda vez que encontro um desses “líderes potenciais", eu sempre tenho que compará-los a algumas pessoas que convivi ou cujas histórias estão contadas em livros de histórias ou biografias de negócios. (Aliás, adoro biografias, mas isso é só um parêntese).
Alguns pessoas que chegam às posições de liderança fazem apenas aquilo que deve ser feito, conquistam resultados e são seguidas por alguns milhares. Outras vão além: deixam sua marca, apaixonam-se pelas suas idéias e trazem consigo outros milhões de outras pessoas.
Ser reconhecido líder ou substituir alguém que exerceu esse papel não é tarefa fácil. É quase uma eleição... Não adianta ser nomeado, sentar na cadeira e acreditar que as pessoas ficarão ao seu lado porque agora você é o "dono da bola".
Para quem espera uma vida tranquila, talvez, o melhor seja seguir por um caminho de segurança, sem surpresas e sobressaltos... Mas o exercício da liderança não é assim, é uma montanha-russa. Parece um vírus. Alastra-se e quando você nem percebe, lá está você de novo... Com a responsabilidade de conduzir os carrinhos nas subidas e descidas desta tal montanha-russa e, ainda, fazer de cada curva uma aventura que realize a todos.
Por isso, cuidado! Existem líderes e “líderes” - pilotos e "barbeiros" (em SP, a gente chama de barbeiro quem não sabe dirigir).
Em vários grupos (ou equipes, como quieram - isso depende muito da maturidade e do estágio de cumplicidade das pessoas), existe “um líder” que foi determinado por alguém, mas que mal entende porque está ali. Uma pessoa cheia de tudo: pompa, palavras, terminologias, sugestões, agenda (ops... ipad) na mão e uma vontade enorme de ser seguido.
Um "líder" que até parece se preocupar em escutar cada pessoa da equipe, dedica-se a deixá-las falar por
longos minutos e, tomando nota de cada sugestão, resolve fazer um belo relatório ou uma longa reunião na base do “estamos-fazendo-isso-para-o-bem-da-nossa-área” tomando o tempo de todos, mas sem apontar nada de concreto. Mudanças: nem pensar. Aliás, "pra-que-buscar-algo-novo-se-deste-jeito-sempre-deu-certo?" Tudo o que segue uma liderança como essa é a certeza de que, de agenda na mão, cada colaborador voltará para as suas mesas depois de cada reunião com um ar de “conseguimos-estender-nossa-vida-aqui -por-mais-um-mês”. E viva o FGTS!
E sabe o que é pior? Chega um momento em que nem o próprio "líder" dá conta de seguir adiante... Na reunião seguinte: o “líder” não aparece. Ligam pra ele que diz ter tido um problema pessoal e que não poderá comparecer. “Podem ir tocando o barco” e outra pessoa assume o controle da reunião. Ela coloca os seus pontos de vista sobre as tarefas da última reunião, gera algumas outras sugestões e tarefas para cada um, e de agenda na mão, todos começam um mesmo ciclo. Resumo: duas semanas, nada feito, nada demais.
E o barco segue assim... E a fofoca se multiplica pelo corredor... E a empresa nem imagina o que está perdendo...
Até quando nossos líderes serão apenas o dono da bola com direito garantido de escolher o time e fazer o que quiser, mas sem efetiva vontade de jogar? Até quando os nossos líderes esconderão os resultados do bimestre dos seus pais para não precisar estudar um pouco mais? Até quando o medo de mudar vai vencer a necessidade de criar?
O que falta aos líderes de hoje é autonomia pessoal para fazerem o que tem de ser feito sem esperar nada de lugar algum. Falta coragem para romper os modelos tradicionais e criar novos caminhos em que os outros possam realmente se inspirar. Falta vestir seu papel de agente de mudança. Falta paixão pelas pessoas. Falta aos líderes de hoje carregar a cruz nas costas sem se importar consigo mesmo. Falta aos líderes de hoje o compromisso com uma causa, uma idéia, uma verdade única que os faça acordar todos os dias e seguir caminhando, vencendo os obstáculos e sem desistir jamais.
Gandhi era um líder. (ponto)


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