Vencemos o primeiro trimestre de 2012. Você já parou para pensar nas metas e resultados que atingiu até agora? E que tal pensar também nas suas prioridades para o ano que ainda falta?
Algumas pessoas estão tão acostumadas com a adrenalina que circula pelas veias enquanto vencem as crises e urgências, que se tornam dependentes desta sensação de euforia e energia e esquecem que a verdadeira sensação de conquista é decorrente do atendimento de metas e objetivos delineados previamente. Lewis Carroll, autor do clássico “Alice no País das Maravilhas” cunhou uma frase que resume bem essa questão: "quando você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve".
No mundo das urgências, a Alice representa você! Alguém que entra numa toca atrás de um coelho falante e atrasado, e que passa a viver num mundo fantasioso e enigmático. Difícil atingir bons resultados e tomar decisões assim, correto?
Para utilizarmos bem o tempo que ainda resta em 2012, precisamos ter ciência de que uma das principais decisões que devemos tomar diz respeito à forma como utilizamos o tempo. É comum nos deixarmos engolir por atividades (aparentemente) urgentes em detrimento daquelas que são importantes e nos conduziriam a resultados estruturantes. Isso causa uma gigantesca confusão mental e uma lacuna entre a maneira como usamos nosso tempo e o que acreditamos ser realmente importante em nossas vidas.
Tornou-se um símbolo de "status" em nossa sociedade, estarmos sempre ocupados: se estamos sempre ocupados é porque somos importantes. O torpor da urgência é tão instigante que, passada a urgência inicial, somos impulsionados a fazer qualquer coisa urgente, só para nos mantermos ocupados: se estamos sempre ocupados é porque somos importantes.
Sem a escravidão do trabalho, não somos nada; chegamos a ficar constrangidos quando estamos ociosos. A síndrome da urgência nos justifica, nos populariza e, no fundo, nos dá prazer. Encontramos através dela uma boa desculpa para não lidarmos com as verdadeiras prioridades de nossas vidas e uma excelente justificativa para a falta de foco e para os resultados que por vezes deixa de acontecer.
Perdemo-nos no volume de informações e atividades que vão chegando e o Coelho Branco parece gritar em nossas vidas: “É tarde. É tarde. É tarde até que arde”.
A síndrome da urgência é um comportamento autodestrutivo que preenche temporariamente o vazio criado por necessidades não atendidas e que nos imerge para um país de maravilhas que, na verdade, não existe.
A dificuldade para colocar nossas prioridades em primeiro lugar pode ser caracterizada pelo contraste entre dois instrumentos poderosos: o relógio e a bússola. O primeiro representa os compromissos, as reuniões, os horários, as metas e as atividades – a forma como gerenciamos nosso tempo. A segunda representa nossa visão, valores, princípios, missão, consciência e direção – a maneira como conduzimos nossa vida rumo ao que é importante. Não podemos abrir mão de nenhum dos instrumentos.
Grande parte das coisas importantes que contribuem para nossos objetivos globais e dão riqueza e sentido à vida, em geral, não nos pressiona. Como não são "urgentes", por vezes as protelamos para um futuro incerto que pode gerar frustração e criar um imenso vazio entre a bússola e o relógio. Ficamos com a sensação de que estamos desperdiçando algo precioso, nosso próprio tempo de vida, por uma satisfação superficial que logo se evapora. Trabalhar com mais velocidade não combate as causas crônicas da lacuna entre a bussola e o relógio.
Fazer muitas coisas urgentes com mais velocidade não resolve o problema de não se colocar as coisas mais importantes em primeiro lugar. É preciso foco nas prioridades!
Para aproveitar o ano que ainda nos resta, controle mais do que o seu tempo. Controle a si mesmo ou o tempo lhe cortará a cabeça.
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