sábado, 21 de abril de 2012

AVENIDA BRASIL

40 milhões de brasileiros chegaram a classe média na última década e apenas em 2011, movimentaram R$ 1 trilhão na economia brasileira. Hoje, a chamada classe C já consome quase metade do que é vendido em alimentos e bebidas no país e possui metade dos cartões de crédito em operação, e mesmo se pensarmos nas complicações que o endividamento possa vir a ter no futuro, essa curva é ascendente e sem volta.
Por isso, o tema foi um dos destaques no Seminário Internacional de Pequenos Negócios promovido pelo SEBRAE. (Já falei do seminário aqui no Lounge Empreendedor).
Analisar o comportamento destas pessoas e identificar fatores que favoreçam sua ascensão social e interfiram diretamente o desenvolvimento do país é ponto chave para o aumento da competitividade dos negócios atuais e para o fomento ao empreendedorismo.
Vamos começar entendendo o que é fazer parte desta nova classe média.
Para o chefe do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, Marcelo Neri, as famílias que têm renda mensal entre R$ 1.734 e R$ 7.475 compõe esse novo grupo de consumidores que até 2013, segundo sua projeção, deverá ultrapassar a casa de 13 milhões de pessoas no Brasil.
Famílias que mais do que consumir estão mudando a dinâmica social em todo o país. Não é apenas na ficção que jovens, mulheres e negros buscam cada vez mais educação, apostam na carreira e no negócio próprio. Isso acontece com seu vizinho também!
Para a nova classe média, o consumo não significa a mesma coisa que para a elite. Segundo um levantamento do Instituto Data Popular, atualmente de cada R$ 100 gastos por estas famílias, R$ 65,20 são desembolsados para a contratação de serviços e R$ 34,80 para compras de bens. Mais importante do que ter, as pessoas da classe C desejam atender seus anseios. Quando adquirem o bem, esperam as facilidades que durante muitos anos estiveram longe de suas possibilidades, como quando compram um computador para o filho estudar ou uma moto para economizar tempo na hora de ir ao trabalho.
Sem contar o desejo que possuem em ser bem atendidos. Tolo é quem pensa que pode enganar (ou ignorar) esse novo consumidor que se preocupa e é fiel às marcas do que consome, faz propaganda boca a boca daquilo que gosta, compra pela internet, vive nas redes sociais e pouco se importa, por exemplo, de pagar duas vezes mais por um bem devido aos juros desde que possa parcelar o sonho que quer realizar.
Se você, ainda, não se diverte com a família emergente do Rio de Janeiro retratada na principal novela do principal canal de TV aberta do Brasil, é bom se preparar para viver o retrato da Avenida Brasil bem na sua esquina. Os próprios emergentes que passaram a compor a classe média já são os seus clientes, seus parceiros e serão também os futuros empreendedores.
O mesmo estudo feito pelo Data Popular mostra que seis em cada dez pessoas da classe C desejam abrir a própria empresa em algum momento da vida. Ter um emprego não é mais um fim, mas um meio para chegar ao ponto de abrir o próprio negócio. Se emprego formal com carteira assinada nos trouxe até aqui, agora é o empreendedorismo que vai nos levar adiante.
O desafio é dar asas sustentáveis a esse salto. É preciso capacitação profissional, crédito, cooperação e uma efetiva interação social que favoreça o ambiente empreendedor e a valorização das pessoas para que alcancem cada vez mais resultados positivos. Rico é o país que reduz as suas desigualdades... Eu me orgulho em morar nesta avenida Brasil.

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