domingo, 25 de outubro de 2009

ARRANJO PRODUTIVO

Vivemos, na última semana, momentos importantes para o setor industrial do Alto Tietê. Graças ao empenho do CIESP, FIESP e Prefeitura de Suzano terminou ontem o 2° Encontro das Indústrias de Suzano coroado de pleno sucesso.
Andando pelos corredores do encontro e no bate-papo com os empresários, cheguei à conclusão de que é chegado o momento de falarmos sobre o desenvolvimento do setor de forma mais estruturada. É preciso buscar a convergência das expectativas de desenvolvimento entre os atores do setor; estabelecer parcerias e compromissos para manter e especializar os investimentos no próprio território, e principalmente promover uma integração econômica e social no âmbito regional.
Embora a região apresente uma atividade industrial altamente diversificada, existem segmentos que podem ser tratados como clusters ou arranjos produtivos locais.
Os APLs são aglomerações de empresas localizadas em um mesmo território, com especialização produtiva e com vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com atores como governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa. Seus esforços seguem na busca da promoção da competitividade, atuando de forma complementar às políticas para o desenvolvimento das empresas, regiões e, até mesmo, do país.
Pensem na cadeia do papel e celulose: nossa região produz desde o insumo base da celulose, o eucalipto, que é transformado pelas indústrias, fábricas de embalagens, papelarias, gráficas chegando às transportadoras. Na verdade, chegamos a girar novamente o ciclo se considerarmos os trabalhos dos catadores de papéis e recicladores. Tudo isso no Alto Tietê!
Trabalhar o conceito de cadeia produtiva minimiza a multiplicidade de esforços, otimiza a alocação de recursos, promove o compartilhamento de objetivos e consolida boas práticas de desenvolvimento local voltadas para um setor. Além disso, torna possível a criação de uma identidade que pode ser facilmente reconhecida e que atrai a atenção de investidores e de políticas de incentivo municipais, estaduais e federais.
Você deve estar se perguntando: o que falta então para nossas empresas se organizarem dessa forma?
Inicialmente é preciso identificar o setor e então, mobilizar os atores. A configuração de um APL tem por base a participação efetiva de micro e pequenas empresas; a existência de uma governança estruturada e com ações alinhadas; a importância do segmento para a economia estadual/local; a absorção de mão-de-obra e sua contribuição para a pauta de exportações brasileiras (real ou potencial).
Só o pensamento sistêmico e o fim de vaidades tornam o arranjo possível difundindo informações e aprendizado dos setores e gerando inovação tecnológica.


Ana Maria Magni Coelho
Publicado em 24 de outubro de 2009 - Mogi News

2 comentários:

  1. Ana, oportuno artigo! Prarabéns mais uma vez.
    Taí uma tarefa que gostaria de ajudar a estruturar. Nossa região tem um potencial enorme para ser explorado. (Setor Papeleiros como tão bem mencionou) Com um trabalho bem coordenado, uma boa e participativa governança e vontade das lideranças locais poderíamos começar a identificar qual Arranjo Produtivo que alavanque ainda mais o Desenvolvimento Regional do Alto Tietê. "Tô nessa" é só convocar.

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  2. Jair,
    Sua participação e engajamento nessa questão será fundamental.
    Para que o APL possa se estruturar efetivamente precisamos discutir muito o eixo alavancador do desenvolvimento regional (existem vários). O exemplo do Papel & Celulose é o mais latente.
    Um beijo
    Ana Maria

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