sábado, 26 de setembro de 2009

O DESAFIO DA INCLUSÃO


No último dia 21 de setembro, comemoramos importantes datas: Dia do Radialista, Dia da Árvore e ainda, Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência.
Vi muito mais ênfase sendo dada ao dia da árvore do que à questão da deficiência e como indutora dos processos de desenvolvimento e de gestão empresarial, confesso que me incomodo. É claro que me importo com as questões do meio-ambiente ou da sustentabilidade, mas é na prática da diversidade incentivada nas empresas e no pluralismo incorporado ao dia-a-dia das cidades, empresas e famílias que podemos conquistar maior igualdade.
Em sua essência, o termo “deficiência” me incomoda para caracterizar pessoas, pois remete sozinho ao processo de exclusão, ferindo os princípios básicos de cidadania e sobrevivência do ser humano.
Desde 1991, existe uma lei no Brasil (lei federal 8213/91) que obriga as empresas com mais de 100 funcionários a contratarem pessoas portadoras de deficiências, o percentual varia de 2% a 5% do número total de funcionários, mas para a inclusão não basta uma lei.
Seu cumprimento ainda não é uma realidade para a maior parte das empresas, pois além do preconceito, os empregadores queixam-se da falta de mão-de-obra qualificada.
Nas escolas, por mais que se trabalhe a inclusão de deficientes, professores e colegas, por vezes, não compreendem suas limitações ou conscientemente zombam. Poucos completam o 2º grau, o que gera uma dificuldade maior para sua entrada no mercado
Com base no argumento de que o nível educacional da maioria desses profissionais é baixo, as empresas resistem ao cumprimento das normas temendo perder competitividade.
Gestores responsáveis, que conseguem excluir o preconceito e a discriminação e aplicar o bom senso em conjunto com a responsabilidade social, não há deixam passar despercebida que as deficiências em nada (ou quase nada) interferem no desenvolver de muitas atividades.
Na verdade, experiências demonstram que é pura vantagem competitiva a contratação destes profissionais. Com muita dedicação, eles desempenham suas atividades, estão dispostos a cumprir metas, objetivos, ordens e solicitações em geral e o absentismo é quase inexistente. Os esforços destes profissionais refletem no aumento da qualidade e da produtividade e corroboram com o marketing social da empresa.
Enfim, nesse sábado, não poderia deixar de falar no dia que muitos nem perceberam que viveram na semana que se encerra. Os projetos de inclusão social devem criar estratégias que resultem em melhores condições de vida para a população, na igualdade de oportunidades para todos, e na construção de valores éticos desejáveis pela sociedade. Esse é o caminho para uma sociedade mais democrática e inclusiva.


ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado em 26 de setembro de 2009

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