quinta-feira, 2 de agosto de 2012

QUAL É O TAMANHO DA SUA CAMISA?

As equipes brilhantes são formadas por pessoas especiais que, em geral, se irritam umas com as outras. Mas, com a ajuda “espiritual” de um líder “iluminado”, encontram a forma de serem elas mesmas e ao mesmo tempo consagrarem-se como equipe.
-- Tom Peters --


Sempre que me deparo com gestores preocupados com o rótulo "funcionário", “colaborador” ou “empregado” no trato com seus liderados me questiono qual seria efetivamente a causa desse dilema. O que uma simples questão semântica realmente significaria na prática? Haveria junto a ela uma nova estratégia acompanhada de uma nova prática de gestão de recursos humanos?
A troca entre as palavras empregado, funcionário ou colaborador não é apenas uma questão de escolha. Trata-se de algo mais sério e que afeta diversos interesses e relações da empresa com seus prestadores de serviço.
Funcionário é alguém que foi contratado para fazer determinado serviço e que, de fato, cumpre o que lhe foi determinado sem fazer nenhuma relação aos interesses, metas e objetivos da própria empresa. Funcionário é aquele que funciona! Entretanto, cada vez mais, as empresas esperam mais do que alguém que se limite aquilo que lhe é atribuído como tarefa e por isso, vêm colocando em desuso esse rótulo.
Ser um colaborador significa estar disposto a ajudar, amparar, facilitar algo ou alguém para que atinjam determinados objetivos. Significa estar disposto a sempre ir além e agregar conhecimentos ou atitudes que melhorem os resultados finais da empresa.
O colaborador também cumpre tarefas predeterminadas em seu contrato, mas vai além, ele busca informações, auxilia companheiros, é comprometido, se intera dos problemas da empresa, ele quer saber mais e participar. É alguém que procura alternativas para que ele possa fazer parte e, como o próprio termo diz, para que possa colaborar de alguma maneira.
De maneira geral a troca semântica entre os “rótulos” transmite o desejo de que haja um relacionamento próximo entre as parte (empresa e contratado) e de confiança. Serve para elevar o moral da pessoa e também para ficar de acordo com os parâmetros estabelecidos pelo mercado.
O cuidado para a gestão da empresa está em oferecer espaço e situações para que a troca não seja apenas no papel. Não adianta vender a imagem de colaboração para clientes e fornecedores, mas manter as mesmas relações internas de poder e participação. Se a empresa não valoriza seu capital humano, não dá chances para crescimento, não abre espaço para o debate de opiniões, não quer saber o que as pessoas pensam, não oferece boas condições de trabalho ou de qualidade de vida, priva direitos trabalhistas ou tem uma administração totalmente autocrática, ela terá pessoas com perfil de funcionários mesmo que verbalize o termo colaborador pelos corredores.
Assim como na vida, as relações dentro das empresas são como espelhos. Tudo aquilo que ela oferece, irá ter de volta. Essa é a lei da reciprocidade. Se uma empresa deseja ter colaboradores reais precisará oferecer condições para que as pessoas pratiquem essa nova forma de agir. Do contrário, terá sempre à sua disposição apenas o empregado - aquele que possui um emprego.
E para que essa relação aconteça não existe uma receita de bolo ou um cálculo aritmético. Lidar com pessoas não é como calcular o ponto de equilíbrio de um negócio. Mais do que definir resultados e entender os números, é preciso perceber o que motiva realmente os colaboradores.
O sucesso de uma boa política de gestão de pessoas depende muito mais do tempo e dedicação da liderança do que de fatores externos. Enquanto para alguns um fator motivador pode ser um aumento no salário ou o status de um novo cargo, para outros, isso pode não ter relevância nenhuma. É preciso oferecer significado.
Não se preocupe com os nomes, mas com as relações. Seu objetivo deve estar em criar nas pessoas um senso de propriedade, envolvendo-as nas decisões organizacionais, nos processos e na definição de estratégias, para que se sintam próximas às metas da empresa. 
Se todos trabalharem pelo mesmo objetivo, desenvolvendo suas atividades com paixão e tendo comprometimento com a realização de uma tarefa será muito mais fácil obter bons resultados.
Conseguir colaboradores não é uma tarefa fácil. As empresas precisam entender que para “vestir a camisa”, as pessoas precisam se sentir confortável dentro dela; é preciso que haja identificação com a “cor, tamanho e tecido” que a camisa oferece. Do contrário, ninguém irá comprá-la!

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