NEM TODO EMPREENDEDOR NASCE SABENDO
Avaliações de desempenho, redução de custos, reinvenção, reestruturação, mudança organizacional, fusão e aquisição, privatização... Seja por causa da globalização, da crise ou do “bom humor do chefe”, processos como esses têm sido cada vez mais comuns no mundo corporativo e uma de suas consequências diretas implicam em um único caminho: demissão - o processo mais temido de líderes e liderados.
Como a proposta do Lounge Empreendedor é auxiliar empreendedores e líderes na tarefa diária da gestão de suas organizações decidi abordar um lado dessa moeda... Ser demitido não é legal, mas por experiência própria, garanto que demitir também não é uma tarefa fácil. O único jeito é se preparar e encarar o momento com responsabilidade e da forma mais humana possível.
Um dos caminhos que pode tornar o processo menos doloroso passa por entender que demissão é um processo natural em qualquer empresa, mas sempre bastante delicado. Romper os laços com a equipe, com a rotina e o trabalho pode ser bastante complicado. Por isso, antes de tomar a decisão de demitir um colaborador, analise se efetivamente você fez tudo que estava ao seu alcance para “salvá-lo”. Agindo assim, não resta espaço para angústias e sobra coragem para o momento da derradeira conversa sem que mais tarde pese na sua consciência a responsabilidade por algo que deveria ter feito ou não.
E não adianta tentar delegar essa função ao RH (aquele departamento que normalmente as pessoas procuram para transferir as atividades que não curtem muito fazer). Assim como é função da liderança preparar e motivar os funcionários para atingirem os objetivos da empresa, a responsabilidade pela substituição daqueles que, após tentativas de correção, não geram resultados também cabe ao líder direto, ao gestor da equipe e nas pequenas empresas, ao próprio empreendedor.
Lembre-se que tão importante quanto a entrada de um funcionário na organização é a sua saída, tanto para quem vai como para quem fica. Por isso, não basta que os gestores se preparem para os momentos do recrutamento e seleção, mas também para a demissão.
É claro, que entre um e outro, existe muita água para passar embaixo da ponte da gestão de uma equipe... Quando ao longo do processo de gestão, a liderança consegue criar uma cultura de comunicação aberta em que cada colaborador conhece seu papel e seu desempenho na empresa, se chega o momento ou a necessidade de uma demissão, o processo pode ser menos traumático.
Transparência no relacionamento, definição de papéis, controles de resultados, avaliação de objetivos, clareza na comunicação e vários pequenos outros cuidados tornam mais fácil o papel do líder, até mesmo na hora de demitir.
E existem boas notícias... Uma consultoria de origem francesa especializada na recolocação de profissionais trouxe um conceito de demissão responsável para o Brasil que consiste, basicamente, no desenvolvimento de um balanço de competências e preferências profissionais para que, a partir daí, o ex-funcionário consiga traçar claramente seu projeto de carreira e possa prospectar uma nova colocação, criar seu próprio negócio, enfim, reconquistar sua condição de trabalho e renda.
Vale ressaltar que este bom comportamento não é apenas uma “boa ação”, mas também uma forma de gerar impacto positivo sobre seu próprio negócio e sobre o ambiente interno em meio a uma situação invariavelmente adversa. Além do aspecto econômico, a empresa que faz um trabalho de reduzir o impacto das demissões, criando novas oportunidades de recolocação aos desligados e motivando os funcionários que permanecem no quadro de colaboradores está sendo socialmente responsável. O que ganham com isso?

E vamos combinar: no mercado competitivo contemporâneo, esta pequena ajuda serve de um apoio fundamental na hora do desespero e do estímulo para recomeçar. Sua empresa e a economia agradecem!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário.
Ficarei feliz em conhecer sua opinião...