“Manda quem pode, obedece quem tem juízo”. “O senhor é quem manda”. “Seja feita a sua vontade”. Quem nunca se viu impulsionado a utilizar uma dessas frases na relação líder-liderado que atire a primeira pedra.
Gestores que lidam com suas equipes através do autoritarismo, da repressão e do abuso do poder em nome das metas da organização ainda são muito comuns, pois, geralmente, trazem bons resultados financeiros a curto prazo.
Muitos chegam a posição de liderança sem saber como lidar com pessoas, ou pior, foram convencidos de que a tirania é a melhor maneira de obter resultados. As políticas de promoção nas empresas tendem a transformar excelentes especialistas técnicos em executivos. Pessoas competentes e dedicadas, mas que quase nada sabem sobre como as pessoas se sentem ou reagem às suas atitudes e comportamentos.
Embora, ofereçam resultados para a empresa, constróem equipes com baixa auto-estima e autoconfiança que, cedo ou tarde, passarão por reflexos inevitáveis: pedidos de demissão, afastamentos por licença médica, queda acentuada de desempenho e, de uma forma geral, profissionais trabalhando com alto grau de estresse.
Sendo maltratado e desrespeitado, o liderado trabalha insatisfeito e faz com que um grão de areia se transforme em uma montanha. Quem nunca teve um superior capaz de causar ânsia, provavelmente já ouviu alguém comentar que está a ponto de pedir demissão, porque não suporta mais conviver com os abusos de poder do chefe.
Submeter-se a este tipo de liderança contribui para a perpetuação da situação. Não há tirania sem submissão. Muitas vezes, os próprios colaboradores, involuntariamente, permitem e até estimulam a continuidade dessas atitudes não condizentes a um meio organizacional saudável. A empresa adquire uma doença coletiva e como a sobrevivência fala mais alto, o líder se perpetua e os colaboradores resolvem a questão reclamando pelos corredores ou tomando remédios para superar a situação.
Se você se considera vítima de um líder tirano, transparência, confiança e coragem são fundamentais para a mudança. Trabalhe a sua auto-estima e autoconfiança para se fortalecer e não contribuir com o processo de maus-tratos.
Agora, se você é o próprio tirano, busque um trabalho de coaching ou de treinamento para o desenvolvimento de competências comportamentais. Participe de avaliações 180 ou 360 graus onde possa conhecer a opinião das pessoas de diferentes níveis hierárquicos sobre você. Prepare-se para mudar.
Tratar bem as pessoas, respeitá-las e reconhecê-las tem apenas efeitos positivos no sucesso das empresas. A tirania, por outro lado, talvez gere resultados positivos, porém imediatistas. Tirania traz consigo um custo que será cobrado mais cedo ou mais tarde.
ANA MARIA MAGNI COELHO
Publicado no Caderno Opinião - Mogi News
28 de agosto de 2010
Essa é a diferença entre chefes e líderes : Os primeiros pensam que sabem gerir pesssoas; os segundos geram resultados através da satisfação de suas equipes.
ResponderExcluirExcelente!!!
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