quinta-feira, 11 de agosto de 2011

ECONOMIA VERDE


NEM TODO EMPREENDEDOR NASCE SABENDO

Educação para a sustentabilidade, trabalho decente, erradicação da miséria, infra-estrutura para uma nova economia. Os temas seriam perfeitos para uma boa plataforma de governo, mas, na verdade, tratam-se de assuntos abordados na última Conferência Ethos de Empresas e Responsabilidade Social realizada nos últimos dias 08 e 09 de agosto em São Paulo.
Na mesma semana em que o mundo anunciava uma nova crise da economia global, cujo tamanho e impacto ainda desconhecemos, o Brasil mobilizou empresários, cidadãos e membros do poder público para discussão de uma plataforma econômica que seja inclusiva, verde e responsável. Afinal, seja lá o que estiver acontecendo pelo mundo, ao Brasil é inexorável pensar em crescer.
Quase 20 anos após a Rio- 92 e às vésperas do encontro Rio +20, a humanidade começa a entender a necessidade de racionalizar o uso de seus recursos naturais e reconhecer o valor da natureza como fator de oportunidade para a geração de negócios.
É visível no mercado a movimentação das empresas para o oferecimento de produtos com baixo impacto ambiental e a crescente preocupação de pessoas físicas ou jurídicas sobre o conceito de “economia verde”. Entretanto é preciso mais. Precisamos ir além da preocupação com a sustentabilidade ambiental ou com o aquecimento global e apropriarmos essas questões ao tripé da sustentabilidade levando em conta três aspectos: o econômico, o humano e o ambiental.
Não adianta trocar as lâmpadas da sua empresa, se as desigualdades sociais seguem como fator limitante ao bem-estar, a coletividade e a cidadania. A resposta sobre sustentabilidade passa pela capacidade que as empresas terão para “olhar em volta” e inovar.
E inovar em um sentido bem mais abrangente do que a (nada) simples questão tecnológica, principalmente se pensarmos nas micro e pequenas empresas. Aliás, seja lá qual for o tamanho da sua empresa, para serem eficazes, novas tecnologias não podem ser implantadas sem que se tome conta o cuidado com o ambiente interno e o mercado. Uma boa inovação tecnológica deve ter relação direta com o atendimento de demandas e por isso, deve gerar uma inovação mercadológica cujo resultado garantirá a inovação sustentável em seu negócio.
Não tenho a menor dúvida de que o Brasil tem potencial para liderar essa nova economia e apresentar propostas efetivas para a sustentabilidade na Rio+20. Temos uma enorme diversidade biológica e social, matrizes energéticas bem equilibradas (e renováveis, em sua maioria), ambiente democrático, políticas nacionais que refletem as mudanças do clima e a destinação de resíduos, uma política de defesa do consumidor bem estruturada e muita coragem!
Muito devemos trilhar ainda nos serviços de educação, saúde, segurança pública, redução de desigualdades, aumento de oportunidades, melhoria da gestão pública e combate à corrupção. Sei disso também... Contudo, entre os países que integram o BRIC, talvez o Brasil seja o único que tem sido capaz de crescer e também se desenvolver socialmente. Os demais estão aumentando os seus níveis de desigualdade e reduzindo os níveis de seu bem-estar social.
Neste contexto, repleto de desafios e de oportunidades ao nosso país, muitas empresas têm conquistado o tal improvável caminho de sucesso. A economia verde e criativa desafia a concepção tradicional de que crescimento tem apenas uma fórmula. Basta que empresas, cidadãos e políticas públicas passem a oferecer ao mundo aquilo que têm de único, aproveitando a singularidade como diferencial e conectando diferentes ecossistemas socioculturais sem prejuízo às influências ao seu futuro.
Se no seu futuro, você espera continuar crescendo, necessitará de uma nova perspectiva. Muitas pessoas ainda insistem a equiparar crescimento (e até mesmo sucesso) com mais consumo do ponto de vista material. Entretanto, prosperidade (do latim prosperitate) refere-se à qualidade ou estado de próspero, que, por sua vez, significa ditoso, feliz, venturoso, bem-sucedido, afortunado. Pense nisso!
Se você não nasceu sabendo, mas deseja entrar na onda das grandes tendências da atualidade e de uma economia verde que nos remeta ao desenvolvimento e crescimento sustentável será preciso remar sobre idéias e comportamentos anteriores. Nesse jogo de palavras, envolvimento e engajamento serão a base ao desenvolvimento e crescimento do futuro!

ANA MARIA MAGNI COELHO
Série "Nem Todo Empreendedor Nasce Sabendo"
Publicado no Caderno Diário Empresarial
11 de agosto de 2011

Um comentário:

  1. Suas palavras são muito bem vindas, especialmente nesse momento, em que estou amadurecendo a ideia de um empreendimento ecologicamente correto. Penso que as autoridades públicas deveriam tomar atitudes mais contundentes e direcionadas, principalmente quando se fala em economia verde. Existem várias opções de produtos inovadores e preocupados com o meio ambiente que encontram grande resistência em sua insersão no mercado, dado ao tradicionalismo de nossas empresas e cidadãos. Uma política de divulgação e de exigência da utilização de tais produtos em obras da esfera governamental, viria muito a calhar.

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